seg, 6 de outubro de 2025

Variedades Digital | 04 e 05.10.25

Resumo de segunda-feira, dia 06/10/2025

Germano Rigotto Foto: Cedida

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais

 

Valor Econômico – Empresa pequena e média do agro apela a formas de crédito menos vantajosa

 

FOLHA DE S.PAULO – Sob Trump, economia dos EUA desacelera sem elevação do desemprego

 

O ESTADO DE S.PAULO – Avanço desordenado da energia solar causa crise financeira e risco de apagão

 

CORREIO BRAZILIENSE – CNU tem abstenção de 42,8% na primeira etapa das provas

 

O GLOBO – Dois meses de tarifaço geraram efeito menor do que esperado

 

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes

 

Crise no agro – Com o cenário de juros altos e endividamento elevado, as pequenas e médias empresas do agro têm sofrido com restrição ao crédito e maior inadimplência. Muitas passaram a recorrer a instrumentos com exigências de garantias adicionais e custos mais altos, como os fundos de direitos creditórios (FIDCs) e emissões de Cédulas de Produto Rural (CPRs), que também podem ser compradas pelos Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros). Produtores mais alavancados, por sua vez, têm procurado até mesmo fundos de situações especiais, os “special sits”. Levantamento da consultoria Uqbar mostra que a inadimplência nos Fiagros saiu de 6,32% em dezembro para 21,62% em julho. Já nos FIDCs exclusivos de recebíveis do agro, avançou de 5,89% para 12,74% no mesmo período. O acesso aos certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), mais vantajosos, ficou restrito às grandes empresas. O quadro também preocupa porque indica falta de liquidez para a próxima safra, diz Cristian Lara, da Strategi.

 

As trapalhadas de Trump – A economia norte-americana perdeu ímpeto sob o presidente Donald Trump, mas o emprego ainda mostra alguma resiliência devido a uma disrupção na oferta de mão de obra dos imigrantes. Após crescer 2,8% em 2024, o PIB (Produto Interno Bruto) do país deve desacelerar para 1,8% neste ano, segundo previsões de mercado e de órgãos internacionais. Em dezembro, antes da posse do republicano e da imposição de tarifas, havia expectativa de crescimento de até 3%. A perda de ritmo na maior economia do mundo –US$ 29,2 trilhões (US$ 2,2 trilhões no Brasil) – ocorre em meio a pressões inflacionárias persistentes, sobretudo no gigantesco setor de serviços, que representa quase 80% do PIB. A questão central hoje não é quando a inflação cairá, mas se ela voltará a subir antes que o crescimento desacelere decisivamente. Isso pode colocar em xeque a intenção do Fed de seguir baixando os juros até 2026. Em setembro, a taxa foi reduzida em 0,25 ponto, para uma banda entre 4% e 4,25% anuais –mas Trump pressiona o Fed para que acelere os cortes.

 

Abundância gera crise – O Brasil corre risco de apagões por excesso de energia e falta de infraestrutura, informam Renée Pereira e Luiz Guilherme Gerbelli. A geração maior do que a demanda ocorre sobretudo pela escalada da geração distribuída, aquela produzida pelos próprios consumidores com painéis solares instalados no telhado das residências e estabelecimentos comerciais. Ela é injetada diretamente na rede de distribuição. Em 10 de agosto, um dia frio e de baixo consumo, um colapso só foi evitado com o corte de cerca de 90% da geração e o desligamento de várias usinas. Especialistas apontam a necessidade de modernizar a gestão do sistema elétrico. Os cortes resultam em perda bilionária para o setor, trazem insegurança jurídica e inibem novos investimentos. Entre outubro de 2021 e agosto de 2025, o prejuízo chegou a R$ 6 bilhões – apenas neste ano, até agosto, é de R$ 3 bilhões.

 

Abstenção menor – De acordo com a ministra Esther Dweck, a taxa foi menor do que a registrada em 2024, que teve uma abstenção de 54,12%. No DF, o percentual foi de apenas 30,8%, o menor do país. Gabarito oficial sairá hoje, às 10h, segundo a ministra. As provas foram realizadas sem grandes intercorrências em 228 cidades do país. Em Brasília, porém, um candidato sofreu parada cardíaca e teve de ser hospitalizado. Agora são 436.582 pessoas, que disputam 3.652 vagas no serviço público federal. Próxima etapa está prevista para dezembro. “A população viu o CNU como uma forma de política pública inclusiva e que se pauta em transformar a cara do serviço público no país”, destacou Esther Dweck.

 

Montanha pariu rato – A ordem que implementa tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil trouxe uma extensa lista de exceções, diminuindo o impacto da medida no Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a análise da XP, a estimativa é que 42% das exportações brasileiras para os americanos estejam na lista de exceção. Com isso, o efeito negativo inicialmente estimado em 0,30 p.p. do PIB foi reduzido para cerca de 0,15 p.p.

 

Isenção do IR chega ao Senado sob disputa – A aprovação unânime da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil na Câmara jogou os holofotes para o Senado. A pauta, que tem amplo apoio popular e renderá pontos políticos aos envolvidos na aprovação, precisa ser aprovada até o fim deste ano para passar a valer em 2026. A aprovação, no entanto, vai enfrentar, no mínimo, dois empecilhos: um é a briga pelo protagonismo da pauta; outro é a discussão sobre a compensação da isenção até R$ 5 mil, que ficou na conta dos super-ricos. No caso do primeiro problema, quem tenta invocar para si o protagonismo da questão é o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que pode ser o relator do texto no Senado. O congressista é um rival de longa data do conterrâneo Arthur Lira (PP-AL), que relatou o texto na Câmara, e fez diversas provocações ao conterrâneo nas últimas semanas. O ápice dessa disputa foi há duas semanas, quando Renan conseguiu aprovar, na comissão que preside (Comissão de Assuntos Econômicos), um texto idêntico ao do rival, relatado por ele mesmo. A proposta é de 2019 e foi apresentada pelo senador Eduardo Braga (MDB-AL).

 

Futuro de Sabino será decidido na quarta – O União Brasil fará, nesta quarta-feira, uma reunião da Executiva Nacional do partido para discutir sobre uma possível expulsão do ministro do Turismo e deputa do federal Celso Sabino da legenda. O motivo: uma “reiterada infidelidade partidária”. O comunica do foi dado, ontem, por meio das redes sociais pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O anúncio de Caiado, “após tratativas com o presidente Antônio de Rueda”, foi feito depois da participação de Sabino na inauguração de obras no Pará para a COP30, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro já entregou carta de demissão ao petista, mas continua no cargo. Nos bastidores, circula que o parlamentar não quer deixar a pasta e cogitava sair do União Brasil para permanecer no governo. Caiado também usou a internet para alfinetar o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI). O governador de Goiás desaprovou a entrevista do senador falando sobre as ca didaturas da direita para 2026. Comentou também as pesquisas no Piauí — estado de Ciro —, afirmando que o parlamentar não terá forças para se reeleger no ano que vem. “Antônio Carlos Magalhães nos ensinava que, para ter voz nacional, é preciso ser respeitado em seu estado. Lembro ao Ciro que tenho 88% de aprovação em Goiás nos últimos três anos, a maior entre todos os governadores. As mesmas pesquisas mostram que Ciro Nogueira não tem forças sequer para se reeleger senador no seu estado, o nosso querido Piauí”, escreveu Caiado.

 

Ciro Nogueira é oportunista e não tem procuração do Bolsonaro – O ruralista Nabhan Garcia chama o senador Ciro Nogueira (PP-PI) de oportunista, diz que ele não representa a direita e cobra dele uma procuração para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o candidato do grupo nas eleições do ano que vem. “Eu não vi até agora nenhuma procuração que o Bolsonaro passou para o Ciro Nogueira para ele falar quem pode ser o candidato da direita, o vice… Todo mundo sabe que ele quer ser o vice. Ontem era o Tarcísio. Hoje já é o Tarcísio e o Ratinho. Amanhã pode ser quem, o Lula?”, diz. Em entrevista ao jornal O Globo, Ciro disse que o ex-presidente já escolheu quem vai substituí-lo na disputa contra Lula (PT) e que só há duas opções: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

 

Brasil e EUA vivem trégua – A esperada reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não tem data marcada para ocorrer. Porém, Brasil e EUA vivem uma espécie de trégua desde o breve encontro entre os dois durante a Assembleia Ge ral das Nações Unidas, em Nova York, no dia 23 de setembro. Após a “química” entre os dois, autoridades americanas, como o Secretário de Estado, Marco Rubio, cessaram as costumeiras declarações criticando o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal (STF). As falas haviam se intensificado após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Também não houve anúncio de novas sanções ao Brasil. Pelo contrário: produtos como madeira e móveis tiveram suas alíquotas reduzidas. Em conversa com jornalistas no sábado após visitar concessionária em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse já ver benefícios para a relação comercial. “Alguns produtos, como madeira macia e serrada, que estavam com 50% (de tarifa), passaram para 10%. Armário, móveis, sofá, estavam em 50% e passaram para 25%. Nós e o mundo estamos iguais, então, você não perde competitividade”, comentou. De acordo com Alckmin, os itens somados valem cerca de US$ 370 milhões em exportações. Do lado brasileiro, Lula também deixou de fazer ataques a Trump em seus discursos, e a Câmara de Comércio Exterior (Camex) suspendeu por um mês a entrega de um relatório sobre a aplicação de medidas recíprocas contra os Esta dos Unidos.

 

Lula mostra otimismo com COP 30, mas arrisca decepção – Na última semana. o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Belém, capital do Pará, para uma série de inaugurações de obras estruturantes e entregas vinculadas à preparação da cidade para a COP30, principal evento internacional sobre sustentabilidade e meio ambiente. Em meio às críticas de delegações internacionais sobre a falta de estrutura cidade, Lula argumenta que os estrangeiros devem ver a região amazônica como ela é, e que os investimentos realizados para a COP vão beneficiar Belém no longo prazo. Porém, o otimismo do presidente pode gerar descrédito caso as promessas não sejam cumpridas A agenda em Belém, que também incluiu uma visita ao arquipélago do Marajó, marca uma etapa simbólica da estratégia do governo federal de transformar a COP em um marco de requalificação urbana e reposicionamento político do Brasil no debate climático internacional. Durante a visita, Lula destacou que as obras fazem parte de um projeto de legado que vai além dos dias da conferência. O presidente afirmou que as intervenções — que incluem ações de saneamento, mobilidade e infraestrutura viária — pretendem melhorar a qualidade de vida da população e deixar um impacto duradouro na cidade. Apesar do tom otimista do go verno, especialistas avaliam que a visita de Lula tem também um forte componente simbólico. Para o cientista político Márcio Coimbra, o ato presidencial em Belém “possui um caráter essencialmente político e midiático, funcionando mais como um paliativo de imagem do que como um indicativo de eficácia na gestão das obras”. Segundo ele, o governo federal e o governo do Pará buscam projetar uma narrativa de comprometimento com a infraestrutura e a agenda ambiental, mas enfrentam o desafio histórico da falta de investimentos consistentes na região Norte.

 

Fabricantes temem proibição à venda de bebidas – O Ministério da Justiça fará uma reunião na terça-feira (7) com a indústria de bebidas alcoólicas e associações de combate à falsificação para tratar da crise do metanol. Uma das preocupações do setor é com a decisão de prefeituras de proibir indiscriminadamente a venda de bebidas. Com a esperada confirmação de novos casos, fabricantes querem o apoio do governo federal para evitar pânico generalizado. Ainda não há dados no ministério, por exemplo, do impacto nas vendas, sobretudo de destilados. “A ideia é entender o que o mercado tem a dizer sobre a crise e ver como eles podem ajudar. Eles são importantes no combate à falsificação de bebidas. E, além disso, ouvir as queixas. É um momento difícil para o mercado legal, precisamos ver como conseguimos ajudar também”, afirma o Secretário Nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira.

 

Senador vítima de fraude no INSS – Uma das vítimas da fraude no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o senador e ex-governador de Mato Grosso Jayme Campos (União Brasil-MT) afirma que vai aderir ao acordo de ressarcimento oferecido pelo governo federal e doar o dinheiro. Em pouco mais de um ano, a Caap (Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas) descontou aproximadamente R$ 1.100 da aposentadoria do senador. A entidade diz ter sede em Fortaleza, no Ceará —a cerca de 3.200 km de Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde ele vive. O primeiro desconto ocorreu em março do ano passado, no valor de R$ 77,86. Em março deste ano, passou para R$ 81,57. O senador recebe R$ 7.509,65 de aposentadoria do INSS. Ele afirma ter contribuído com a Previdência durante 38 anos.

 

Risco para Lula – A possibilidade de uma chapa encabeçada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e tendo como vice a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é vista como competitiva e um risco à reeleição de Lula, segundo avaliação de aliados do petista. A chapa teria recebido o aval de Jair Bolsonaro, de acordo com pessoas próximas do ex-presidente. No entanto, ainda enfrenta incertezas, entre elas a resistência de Tarcísio em concorrer ao Planalto, abrindo mão de uma reeleição praticamente assegurada no estado de São Paulo. A avaliação é que Tarcísio conseguiria atrair a Faria Lima e o centrão em torno de sua candidatura, enquanto Michelle garantiria os votos de bolsonaristas.

 

Modelo Lira – Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, segue o “modelo Lira”, multiplicando o uso de urgências para acelerar votações e conter desgastes políticos. Em 2025, o uso do mecanismo cresceu significativamente, permitindo votações diretas em plenário, sem comissões. Enquanto alguns defendem a celeridade para temas urgentes, críticos alertam para a desinstitucionalização do processo legislativo.

 

TSE planeja julgar casos de governadores e senador antes da eleição de 2026 – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) planeja concluir julgamentos de processos envolvendo dois governadores e um senador antes das eleições de 2026, com potencial de causar inelegibilidade e impactar a configuração política. O governador do Rio, Cláudio Castro, e o de Roraima, Antônio Denarium, além do senador Jorge Seif, são investigados por abuso de poder econômico e político. Caso condenados, podem ter os mandatos cassados, alterando o cenário político.

 

País dos privilégios – Estudo produzido pela Transparência Brasil, ao qual o Estadão teve acesso, mostra que, em 2024, 98% dos promotores e procuradores de 25 unidades do MP da União e dos Estado receberam remuneração anual acima do teto legal. A cifra paga equivale a R$ 2,3 bilhões em recursos públicos destinados a pagamento de salários. Procurados, os Ministérios Públicos sustentam que pagamentos segue a legislação (veja íntegra abaixo). O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não se manifestou. A prática não é exclusiva do MP. Em setembro, outro estudo da mesma organização não-governamental apontou que pelo menos R$ 4,5 bilhões foram pagos a juízes e desembargadores acima do teto constitucional no último ano. O novo levantamento faz parte do projeto DadosJusBr, que extrai, organiza e disponibiliza contracheques do sistema justiça. O estudo encontrou, por exemplo, um contingente de 220 integrantes do MP que recebeu entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão acima do valor anualizado do teto constitucional.

 

Aliados de Bolsonaro voltam às ruas em ato modesto – O bolsonarismo volta às ruas nesta terça-feira, 7, para defender o perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas em um ato considerado modesto. A escolha foi por uma caminhada em Brasília, em dia útil e sem protestos na Avenida Paulista, em São Paulo, e em Copacabana, no Rio. O motivo foi que o tamanho das manifestações contra a PEC da Blindagem e a anistia em setembro pegou de surpresa a oposição, que agora evita comparações para não passar a imagem de que reúne menos gente que a esquerda. “Uma caminhada é diferente de uma manifestação”, disse à Coluna do Estadão o pastor Silas Malafaia. Segundo ele, havia pouco tempo para organizar um ato grande em um domingo, como geralmente ocorre. “Uma semana para anunciar uma manifestação é muito apertado”, justificou.

 

 

 

Na minha agenda

Em São Paulo
Às 10h, participo de reunião do Conselho Político e Social ( COPS ), da Associação Comercial de SP

Em Porto Alegre
Às 17h45, participo, na TV Pampa, do Pampa Debates

Brincar é essencial

A Casa dos Presentes tem opções para todas as idades neste Dia das Crianças

Treze verões

A infância passa num instante, mas as memórias criadas permanecem para sempre.