Entre os dias 6 e 13 de outubro, o Observatório do Código Florestal (OCF) realiza a Expedição Pampa, iniciativa que vai percorrer 1,5 mil quilômetros no Rio Grande do Sul para discutir os desafios e as oportunidades de conciliar a proteção ambiental com a produção agropecuária sustentável no bioma.
Ao longo de oito dias, a expedição reunirá produtores rurais, lideranças de povos e comunidades tradicionais, organizações sociais, especialistas, pesquisadores, representantes de órgãos ambientais e do Ministério Público. O roteiro começa em Porto Alegre e inclui passagens por Tapes, São Lourenço do Sul, Pelotas, Bagé, Dom Pedrito, Sant’Ana do Livramento, Quaraí e Caçapava do Sul.
Além de promover encontros e rodas de conversa, a ação pretende aprofundar o conhecimento sobre o território, identificar as especificidades de sua proteção e restauração, e levantar percepções locais sobre a implementação da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei Federal nº 12.651/2012).
Segundo o secretário executivo do OCF, Marcelo Elvira, a iniciativa é estratégica diante do avanço de atividades como a soja e a silvicultura.
“A Expedição Pampa se torna ainda mais importante nesse contexto. Trabalhar junto com as populações que formam o Pampa é essencial para garantir uma produção sustentável e viabilizar a implementação do Código Florestal”, destacou.
Evento em Sant’Ana do Livramento
Durante a programação, no dia 10 de outubro, acontece o encontro “O Pampa que queremos: os diversos olhares sobre o bioma”, no auditório da Unipampa, em Sant’Ana do Livramento. O evento é aberto ao público e será realizado das 9h às 13h.
A visita a comunidades tradicionais, propriedades rurais e áreas impactadas pelo desmatamento também está prevista. O objetivo é reunir informações e experiências que possam subsidiar uma agenda positiva para a produção sustentável em equilíbrio com a proteção do bioma.
Rede de parceiros
A Expedição conta com a colaboração de diferentes instituições locais e nacionais, como a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), NEPRADE, Coalizão pelo Pampa, AGrUPa, Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, Rede Sul de Restauração Ecológica, Da Trilha, Rota dos Butiazais e Charqueada São João.
O apoio também vem de organizações que integram a rede do Observatório, como a Apremavi e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Sobre o Observatório
Criado em 2013, o Observatório do Código Florestal é uma rede formada por 48 organizações da sociedade civil. Seu objetivo é monitorar e apoiar a implementação da Lei de Proteção da Vegetação Nativa, fortalecendo a defesa da vegetação brasileira e articulando soluções para a produção sustentável e a recuperação ambiental.