Resumo de sábado, dia 27/09/2025
Edição de Chico Bruno Reportagens de capa
VEJA: Desafio amazônico
Há pouco mais de três décadas, em 1992, o Brasil assumiu um papel de protagonista no esforço global para enfrentar os grandes desafios ambientais que ameaçam a economia mundial e, em última instância, a própria sobrevivência do planeta. Naquele ano, o Rio de Janeiro sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. Dali nasceram marcos internacionais, como a Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês), que estabeleceu a realização anual da Conferência das Partes (COP), fórum dedicado a discutir e adotar medidas para conter o aquecimento global. Agora, pouco mais de um mês antes da trigésima edição do encontro, o Brasil volta ao centro das atenções: pela primeira vez, será o anfitrião de uma COP — e o fará diante de imensos desafios. O evento ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém, no Pará. Antes disso, nos dias 6 e 7 do mesmo mês, será realizada a Cúpula de Líderes, em que presidentes e primeiros-ministros se reunirão para ditar as prioridades das negociações. A conferência é fruto de um consenso que brotou em território brasileiro na década de 1990 e agora retorna às origens com uma missão de proporções amazônicas: pôr em prática os acordos já firmados, em meio a um cenário global turbulento, com destaque para o discurso negacionista do governo americano. Não bastassem os obstáculos diplomáticos e geopolíticos, questões internas contribuem para fazer da conferência do clima no Brasil um teste para os planos do presidente Lula — entre eles o de apresentar-se como líder de projeção internacional e reafirmar o protagonismo ambiental do país. Uma das provas mais emblemáticas é a escolha de Belém como sede da conferência. Trazer representantes do mundo inteiro para a cidade é, em si, uma forma de ilustrar a dificuldade de conciliar, na prática, proteção ambiental e desenvolvimento.
CartaCapital: Entenderam?
O Congresso tentou selar um pacto entre golpistas e oportunistas. Mas o grito das ruas falou mais alto e impôs um recuo. A insatisfação popular invade as ruas e o Congresso volta os olhos ao que dizem os eleitores. A esquerda resgatou a bandeira como símbolo do povo, afirma fundador do MST.
Crusoé: Pintou um clima
Algumas breves falas de improviso do presidente americano Donald Trump na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na terça, 23, chacoalharam a política externa brasileira e o discurso de reeleição do presidente Lula. Trump surpreende Lula na ONU e impele governo a tomar decisões.
Manchetes dos jornais
Valor Econômico – Não circula aos sábados, domingos e feriados
FOLHA DE S.PAULO – Refinaria da Refit no Rio é interditada por suspeitas de fraude tributária
O ESTADO DE S.PAULO – TCU pode obrigar o governo a congelar R$ 34 bi a mais em 2026
O GLOBO – Divisão na direita opõe clã Bolsonaro a Centrão e afeta definição para 2026
CORREIO BRAZILIENSE – Mortos e feridos em dois dias de violência no DF
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes
Fraude – A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) interditou nesta sexta-feira (26) a refinaria de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, operada pela Refit e alvo nas últimas semanas de operações contra fraudes no setor de combustíveis. Segundo a agência reguladora, a interdição foi motivada por uma série de irregularidades detectadas em fiscalização iniciada nesta quinta (25). Parceira na operação, a Receita Federal diz que encontrou indícios de fraudes tributárias nas importações e vendas de combustíveis. Procurada, a Refit afirmou que “jamais atuou ou opera como empresa de fachada para atividades ilegais e possui histórico comprovado de atividades legítimas no mercado”. Disse, ainda, que não teve acesso às condicionantes da ANP para a retomada das operações. Em entrevista na tarde desta sexta, o diretor-geral da agência, Arthur Watt Neto, disse que a fiscalização não encontrou indícios de que a refinaria esteja produzindo combustíveis, mas apenas importando derivados de petróleo de forma irregular.
O piso da meta – A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de obrigar o governo federal a perseguir o centro da meta fiscal, e não mais o limite inferior da banda, pode levar a um efeito colateral indesejado pelo mercado financeiro e pela equipe econômica: a pressão da ala política do Palácio do Planalto por uma redução da própria meta de resultado primário no ano que vem. Isso porque o entendimento do TCU pode obrigar o governo a ter de fazer um congelamento adicional de gastos de até R$ 34,3 bilhões em pleno ano eleitoral. Em 2026, o governo se comprometeu a entregar um superávit primário de 0,25% do PIB, ou R$ 34,3 bilhões no azul, mas o arcabouço fiscal permite uma margem de tolerância, que seria déficit zero. Na última quarta-feira, o plenário do TCU decidiu que o governo não pode mais ter o limite da banda (o piso da meta) como referência nas divulgações dos relatórios bimestrais de Receitas e Despesas – quando são tomadas as decisões de contingenciamentos de gastos. Dessa forma, ou o governo terá de estimar um aumento de arrecadação ou será obrigado a congelar despesas para cumprir o resultado. A decisão do TCU, no entanto, ainda não está valendo, porque o governo não foi notificado oficialmente e, além disso, a equipe econômica já indicou que vai recorrer ao próprio tribunal. Isso levará a um efeito suspensivo da medida, até que TCU faça a análise desse recurso. Na visão do economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, a decisão do TCU é correta, mas pode reforçar um cenário que já era previsto pela corretora como o mais provável – o de alteração da meta fiscal.
Fuxico demais – A divisão na direita brasileira se intensifica com a disputa entre o clã Bolsonaro e o Centrão em relação à eleição presidencial de 2026. Eduardo Bolsonaro insiste na candidatura de um membro da família, enquanto Tarcísio de Freitas, atual governador de SP, demonstra desânimo em concorrer ao Planalto, preferindo focar na reeleição estadual. Essa indefinição tem gerado atritos e pedidos de unidade entre os aliados, como expressado por Ciro Nogueira, do PP. A situação complexa ameaça fragmentar o campo bolsonarista, com possíveis impactos na corrida eleitoral futura.
Violência cresce no Planalto – Em menos de 48 horas, pistoleiros deixaram um rastro de duas mortes e quatro feridos na capital federal. Ontem, Cezar Junior Adams, morador da Quadra 27 do Setor Oeste do Gama, foi baleado na cabeça ao tentar ajudar uma motorista de aplicativo que era vítima de um assalto — ela também foi ferida. Três menores estão apreendidos suspeitos do ataque. Cezar está em estado grave no Hospital de Base. Na quinta-feira, duas pessoas foram assassinadas a tiros. Na 611 da Asa Norte, Jardell Alves Barnabé morreu num suposto acerto de contas, na invasão da Chacrinha. Em Taguatinga, perto da Praça do Bicalho, Carlos Augusto Medeiros foi executado por um atirador dentro do bar do qual era dono.
Sabino tenta sobrevida – O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou ter entregado a carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, 14 dias após o ultimato dado pela federação União Progressistas (UPb) — que reúne o União Brasil e o Progressistas — para que todos os filiados com mandatos renunciem aos cargos no governo federal. Deputado licenciado, Sabino afirmou seu desejo de continuar à frente da pasta e disse ter esperança em uma eventual negociação entre o chefe do Executivo, que gostaria de mantê-lo na função, e seu partido, o União Brasil, para reverter o quadro. Informações de bastidores, porém, apontam que o PDT e o próprio PT estão de olho na vaga.
Minas e ES vão receber R$ 1,6 bilhão do Fundo Rio Doce – O governo federal anunciou ontem um pacote de investimentos de R$ 1,6 bilhão para ampliar e modernizar a rede de saúde em 48 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, impactados pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG) em 2015. A medida integra o Novo Acordo do Rio Doce, que repactuou a reparação da tragédia ambiental e financeira da Samarco e prevê aportes totais de R$ 170 bilhões ao longo de 20 anos. O anúncio foi feito durante a posse do Conselho Federal de Participação Social da Bacia do Rio Doce e Litoral Norte Capixaba (CFPS Rio Doce), instalado em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e representantes da sociedade civil. O colegiado será responsável por acompanhar a execução dos recursos e deliberar sobre o Fundo Popular de R$ 5 bilhões, voltado a projetos comunitários em áreas como segurança alimentar, economia solidária, educação popular, esporte, cultura e defesa dos territórios.
Diplomacia empresarial – O segundo ponto a destacar é a participação do setor privado no esforço em favor do distensionamento entre Brasil e Estados Unidos. Esse movimento realça, como assinalou o embaixador Roberto Azevêdo em recente artigo publicado na Folha de S.Paulo, a importância da diplomacia empresarial, em complemento à diplomacia tradicional.
Público e privado – O deputado Chico Alencar tem críticas severas à conduta do presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Fábio Schiochet (União SC). “Não me surpreende que o presidente do Conselho de Ética, que já tinha declarado publicamente que não via quebra de decoro nas posturas de Eduardo Bolsonaro, tenha escolhido Marcelo Freitas (União-MG) como relator da representação contra o deputado “autoexilado”, disse. “Na época, questionei o presidente Fábio sobre essas declarações, e ele disse que se tratava de opinião pessoal. Não é possível separar a função pública da pessoa física”, afirmou Alencar.
Proteção de dados – A Justiça Federal do Rio Grande do Norte determinou o bloqueio nacional do site “Tudo sobre Todos”, acusado de vender dados pessoais de brasileiros sem qualquer respaldo legal. A 1ª Vara Federal autorizou, ainda, a expedição de pedido de cooperação internacional às autoridades da Suécia para a desativação definitiva do site.
Direito do consumidor – A decisão judicial considerou os argumentos do Ministério Público Federal e da Advocacia Geral da União de que comercialização de dados pessoais afronta diretamente os direitos fundamentais à privacidade, à proteção de dados e à segurança dos consumidores. A decisão reconheceu violações à Constituição Federal, ao Marco Civil da Internet, à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e ao Código de Defesa do Consumidor.
Mães de Cabo Frio – O Estado brasileiro pediu desculpas, ontem, por violações de direitos humanos relacionadas à morte de 96 bebês internados na Clínica Pediátrica da Região dos Lagos (Clipel), em Cabo Frio (RJ). O episódio ocorreu entre junho de 1996 e março de 1997 e ficou conhecido como Mães de Cabo Frio. O caso está julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em Assunção, no Paraguai.
Por um consenso – O governo reconheceu que falhou ao permitir o funcionamento de uma clínica pediátrica, que recebia recursos públicos, sem as autorizações ou inspeções necessárias. Manifestou, ainda, a intenção de buscar uma solução consensual com as famílias das vítimas. Médicos e a direção da clínica fluminense foram absolvidos pela Justiça brasileira em 2003.
De olho nas bets – A fim de conter as casas de apostas ilegais no Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) celebraram um acordo de cooperação para fortalecer as ações de bloqueio de bets ilegais no país. O objetivo é garantir maior celeridade e confiabilidade na execução dos bloqueios.
Aniversário militante – Neste domingo, o partido PSol comemora seus 20 anos com o evento PSOL+20. Artistas se apresentarão para a militância e o evento contará ainda com um ato política com representantes de legendas progressistas do país e do exterior.
Desembarcou… – …, mas não queria. O ministro do Turismo Celso Sabino (União-PA) passou semanas tentando convencer os presidentes das legendas da federação União Progressistas para ficar no cargo, mas não teve jeito. Já o ministro do Esporte, André Fufuca (Progressistas), ainda não deu sinais de quando a sua demissão será consumada.
Avanços no diálogo entre Lula e Trump – Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelar ao mundo a “química excelente” com o presidente Lula, cresce a especulação de como será o encontro entre os dois líderes. Uma das possibilidades listadas é a reunião ocorrer em um país neutro, a fim de evitar situações desagradáveis, como ocorreu com os presidentes da Ucrânia e da África do Sul no Salão Oval da Casa Branca. Apesar das incertezas, é inegável constatar que o gesto de Trump está longe de ter sido de improviso. Resulta do esforço de interlocutores do governo Lula e do setor privado com seus pares norte-americanos a fim de negociar saídas para o tarifaço imposto pelos EUA. Um desses atores é o vice-presidente Geraldo Alckmin, cotado para participar do diálogo entre Lula e Trump. Neste momento, convém ressaltar dois pontos. O primeiro: os avanços diplomáticos deixam, por ora, de lado os apelos ideológicos de Eduardo Bolsonaro em favor de sanções contra o Brasil. Mas não se sabe até quando. Afinal, na véspera de Trump acenar para Lula, os EUA aplicaram sanções da Lei Magnitsky à mulher do ministro Alexandre de Moraes e autoridades.
Relator garante imparcialidade – O deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil–MG), escolhido para ser o relator da representação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, garantiu que vai elaborar uma análise isenta da situação do filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode perder o mandato por estar desde fevereiro nos Estados Unidos trabalhando junto ao governo de Donald Trump para prejudicar o Brasil. A desconfiança sobre a imparcialidade na construção do relatório é porque o parlamentar já apareceu em um vídeo recebendo apoio político de Eduardo. “Pretendo executar essa missão, de conduzir esse processo disciplinar, com absoluta imparcialidade e isenção. Eventuais alegações de amizade ou inimizade não têm o condão de interferir em qualquer esfera de suspensão ou parcialidade”, observa. O parlamentar foi escolhido pelo presidente do conselho, deputado Fábio Schiochet (União Brasil-SC). “Marcelo é delegado da Polícia Federal licenciado. Já trabalhou no gabinete do ministro Nelson Jobim e integrou a força-tarefa da (Operação) Lava-Jato a pedido do ministro Teori Zavascki. Isso me deu tranquilidade para indicá-lo. Ele tem histórico de não se abalar diante de pressões políticas ou midiáticas”, afirmou Schiochet.
Pressões externas – O cientista político Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo Branco, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/Uerj), avalia que a alegada imparcialidade do relator que analisará a situação de Eduardo Bolsonaro não elimina dúvidas sobre o contexto político do caso. Segundo ele, há “uma certa suspeita” e, diante do ambiente polarizado, “acredito que também o relator vai ficar acuado diante de uma pressão social muito grande”. Para o professor, o cenário aponta para responsabilização no âmbito ético. “Acredito que a tendência é de um parecer favorável à quebra de decoro parlamentar pelo deputado (Eduardo Bolsonaro)”, estima.
Ala do PL aceita trocar anistia por meio-termo – A redução de penas como alternativa à anistia para Jair Bolsonaro divide o PL. Enquanto uma ala busca negociar uma solução intermediária, o clã Bolsonaro e aliados como Eduardo e Flávio rejeitam qualquer acordo, alegando perseguição política. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, tenta mediar, mas enfrenta resistência interna e acusações de conluio. A tensão cresce com o impasse sobre a anistia no Congresso.
“Careca” deve continuar preso – O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, ontem, para manter a prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. Eles são acusados de operar um esquema de descontos indevidos de recursos de aposentados e pensionistas da Previdência. O julgamento está no plenário virtual da Segunda Turma e o decano Gilmar Mendes declarou-se impedido de votar. Os outros três integrantes do colegiado — Dias Toffoli, Edson Fachin e Nunes Marques — têm até 3 de outubro para se posicionar.
Golpe acentuou polarização – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que os julgamentos que envolvem os atos violentos de 8 de janeiro de 2023 e a tentativa de golpe de Estado acirraram a polarização política no país. O comentário foi no encontro com jornalistas, ontem, por conta da despedida da Presidência da Corte. Barroso afirmou que há condenados por atos golpistas que não querem a pacificação do país. “Gostaria de ter feito um resgate maior da civilidade. Tinha muita vontade de fazer isso e achava que seria possível, mas os julgamentos do 8 de janeiro — o volume, que foi grande, que demorou — e o julgamento do golpe, dificultaram muito criar esse ambiente de pacificação total. Porque quem teme ser preso está querendo briga e não pacificação. Diria que a minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação”, lamentou. A partir de segunda-feira, Edson Fachin assume o comando do STF até 2027 e Alexandre de Moraes passa a ser o vice.
Macêdo diz que Lula ‘nunca falou’ sobre sua demissão – O ministro Márcio Macêdo afirmou que o presidente Lula nunca discutiu sua demissão, apesar dos rumores de sua substituição por Guilherme Boulos. Em evento no Palácio do Planalto, Macêdo destacou que enfrenta um “cerco político” desde o início do governo, mas encara a situação com naturalidade e sem ressentimentos. A cerimônia também anunciou R$ 1,6 bilhão para novos serviços do SUS em áreas afetadas pelo desastre de Mariana.
Emendas Pix de R$ 19,1 mi beneficiam empresa ligada a deputado do Rio – Emendas Pix de R$ 19,1 milhões foram bloqueadas pelo STF após relatório da CGU apontar irregularidades na reforma da Maternidade do Morrinho, em São João de Meriti (RJ). A obra, suspeita de superfaturamento, foi realizada pela Pavipremo, empresa ligada ao deputado Valdecy da Saúde. A investigação revelou também um esquema de fake news na campanha de 2024 envolvendo Valdecy, resultando em inelegibilidade de oito anos.
Redução de penas por atos golpistas, ainda sem maioria – O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) recebeu o apoio de 8 dos 11 partidos com os quais conversou nesta semana para aprovar um projeto de redução de penas aos condenados por ataques golpistas. Essas siglas somam 201 deputados, menos da metade da Câmara. Agora, o relator traça estratégias para tentar contar com o apoio de PT e PL em partes da votação. A proposta contempla tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como os presos do 8 de Janeiro. Algumas das siglas que deram declarações a favor ressaltaram que ainda não há um texto definido e, por isso, a posição pode mudar. A votação não deve ocorrer na próxima semana, como o relator pretendia inicialmente. O parecer de Paulinho será concluído somente após ele se reunir com outras oito bancadas que ainda não foram ouvidas. Nesta quinta (25), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que precisa de “um pouco mais de tempo” para decidir se põe a matéria em votação.
Hugo Motta quer usar devedor contumaz para ‘limpar’ imagem – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi aconselhado a colocar em votação o projeto que pune o devedor contumaz, com o objetivo de “limpar” a imagem da Casa após o desgaste sofrido com a desastrada tentativa de emplacara a PEC da Blindagem. Motta deve se reunir na segunda-feira, 29, com o relator, deputado Danilo Forte (União-CE), e alinhar um prazo para pautar o texto. A proposta, que enfrenta resistência há anos no Congresso, ganhou força após a Operação Carbono Oculto revelar esquema ilegal do PCC no setor de combustíveis. O segmento é um dos mais afetados pela ação de devedores contumazes, que sonegam bilhões em impostos. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos senadores no início do mês, mas empacou na Câmara. O Senado enviou à Câmara no último dia 9 o texto do devedor contumaz. Somente na terça-feira, 23, o projeto foi encaminhado para análise da Comissão de Segurança. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), por sua vez, apresentou requerimento de urgência para a proposta ir direto ao plenário.