qua, 10 de setembro de 2025

Variedades Digital | 06 e 07.09.25

‘Porongos’ conclui filmagens e revive a memória dos Lanceiros Negros no RS

Ator Emílio Farias interpreta Adão Caetano, personagem inspirado em lanceiro negro cuja trajetória está ligada ao Massacre de Porongos, episódio pouco lembrado na história nacional - Foto: Divulgação GM/2

As câmeras se apagaram, mas a história de “Porongos” está apenas começando. O longa-metragem, dirigido por Diego Müller, concluiu suas filmagens no Rio Grande do Sul no último dia 5 de setembro, trazendo à luz um dos episódios mais sombrios e esquecidos da história brasileira: o Massacre de Porongos. O filme, que tem o ator Emílio Farias como protagonista, promete reavivar a memória dos Lanceiros Negros e questionar a narrativa oficial da Revolução Farroupilha.

A produção teve como cenário as cidades de Bagé e Aceguá, em locações como a Pousada do Sobrado, o Centro Histórico Vila de Santa Thereza, a Tapera do Hélio e a Lagoa do Assis Brasil. O projeto foi viabilizado pelo Edital Sedac/LPG nº 16/2023, com despesas financiadas pela Lei Complementar 195/22 (LPG), e segue em busca de mais captação pela Lei do Audiovisual.

A Trajetória de Adão Caetano

O filme se inspira em fatos reais para contar a história de Adão Caetano, personagem vivido por Emílio Farias. A trama mergulha nas contradições dos líderes republicanos da época e na luta dos soldados negros que, motivados pela promessa de liberdade, se juntaram à Revolução Farroupilha. O ápice da narrativa é o Massacre de Porongos, ocorrido em 14 de novembro de 1844, quando as tropas negras foram traídas e dizimadas em uma emboscada. Este episódio, embora documentado, raramente é mencionado nos livros de história.

Em entrevista, Emílio Farias compartilhou a profunda conexão pessoal com seu personagem. “O Adão é muito especial para mim por uma questão pessoal: ele carrega o nome do meu avô paterno, a quem não conheci em vida”, relata o ator. Para ele, dar vida a Adão Caetano é mais do que um trabalho: é um reencontro com suas próprias raízes e uma forma de reafirmar a presença e a contribuição da população negra na formação do estado e do país.

Farias pondera sobre o conceito de heroísmo, preferindo classificar Adão não como um herói, mas como um sobrevivente. Ele explica que a palavra “herói” muitas vezes idealiza a pessoa e não dá conta de sua complexidade. “O maior heroísmo de pessoas negras, ontem e hoje, talvez seja sobreviver em um mundo que constantemente tenta limitar sua existência”, reflete, destacando que a grandeza de Adão reside justamente nesse ato de sobrevivência.

A Frustração e o Desencanto

Um dos grandes desafios para o ator foi retratar o arco dramático de Adão. A personagem inicia a jornada cheia de esperança por um futuro livre, mas a trama mostra o gradual desencanto ao perceber que a liberdade prometida jamais se concretizará. “É preciso construir esse caminho de forma minuciosa, sem perder nenhuma nuance, porque ele não diz respeito apenas ao Adão, mas a gerações inteiras”, comenta Farias, ressaltando que a verdadeira protagonista do filme é a história em si.

Para se preparar para o papel, Emílio Farias participou de aulas de equitação, treinamentos corporais e encontros de preparação de elenco conduzidos por Tatiana Tibúrcio. O ator afirma que essa imersão o conectou com a ancestralidade dos Lanceiros Negros, permitindo uma entrega física e espiritual à personagem.

 

Um Gesto de Justiça Histórica

Para Farias, o filme “Porongos” tem um peso de reparação histórica. Ele vê a produção como um gesto de justiça, um ato de corrigir a distorção da memória coletiva que por tanto tempo silenciou a história dos Lanceiros. “É dar voz, corpo e espaço para aqueles que foram silenciados”, conclui o ator, citando um provérbio iorubá para ilustrar a importância do filme: “Exu matou um pássaro ontem com a pedra que só jogou hoje”.

O diretor Diego Müller, conhecido por sua abordagem da história gaúcha em filmes como “A Invasão do Alegrete” e “Cortejo Negro”, reforça com “Porongos” sua dedicação em trazer para a tela histórias que moldaram o Rio Grande do Sul e o Brasil, mas que permanecem à margem da memória oficial. O longa-metragem agora entra em fase de pós-produção e, em breve, a história de Adão Caetano e dos Lanceiros Negros estará pronta para ser vista pelo grande público.

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