A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS, conhecida como CPMI do Roubo dos Aposentados, marca o início de uma investigação urgente e necessária. Estamos diante de um crime bilionário cometido contra os que mais dependem da proteção do Estado: aposentados, pensionistas e pessoas com necessidades especiais.
As denúncias reveladas pela imprensa escancararam um esquema criminoso institucionalizado dentro da Previdência, em que descontos ilegais foram aplicados diretamente nos benefícios, sem que as vítimas tivessem conhecimento ou autorização. Bilhões de reais foram retirados mês a mês de quem já vivia com dificuldade, deixando idosos desamparados e famílias inteiras em situação de vulnerabilidade.
Desde o início, a base governista tentou barrar a investigação. Primeiro, resistiu à criação da CPMI. Depois, buscou entregar o comando da comissão a nomes alinhados ao Palácio do Planalto, numa tentativa clara de esvaziar os trabalhos e transformá-los em mais uma “pizza”. Mas a oposição, com o apoio de parlamentares independentes, conseguiu garantir a eleição de um presidente e um relator comprometidos com a verdade.
O escândalo não se limita aos descontos associativos. Há indícios de que o esquema avançou também para os empréstimos consignados, onde os valores envolvidos são ainda mais expressivos. Apesar disso, em vez de responsabilizar os culpados, o governo aceitou que a devolução fosse feita com recursos do orçamento público. Na prática, os impostos pagos pelos brasileiros estão sendo usados para ressarcir vítimas de uma fraude que jamais deveria ter acontecido — um duplo prejuízo para a sociedade.
Outro ponto que precisa vir à tona é a participação de entidades e sindicatos historicamente ligados à esquerda, entre eles o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula. Há indícios de que essas organizações tiveram papel relevante na engrenagem que permitiu os descontos indevidos. Mais grave ainda é a tentativa de órgãos de investigação de blindar tais entidades, desviando o foco das apurações e protegendo lideranças alinhadas ao governo.
A CPMI do INSS será a voz dos aposentados e pensionistas. Nosso compromisso é expor a verdade, cobrar responsabilidades e garantir justiça. Porque quem rouba idosos não pode se esconder atrás de manobras jurídicas ou blindagens políticas. Iremos até às últimas consequências para investigar a fundo um dos maiores crimes praticados contra o povo brasileiro.
Deputado Federal Zucco (PL-RS)
Líder da Oposição na Câmara dos Deputados