Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
A cada dia deparamos com novos termos que, na realidade, servem para designar velhas situações. Uma das expressões da moda é “economia prateada”. Isso significa toda a atividade econômica que gira em torno dos produtos e serviços consumidos por pessoas com 50 anos ou mais, também conhecidos como geração prateada.
Em outras palavras, é o mercado que busca atender as necessidades e demandas dos idosos (ou quase idosos). Daí o termo prateado, inspirado pelo tom grisalho dos cabelos das pessoas mais velhas. Também conhecida como economia da longevidade, esse segmento está entre as fatias do mercado mais promissoras em termos de lucratividade e crescimento para os próximos anos.
Proliferam pesquisas e estudos porque os experts do mercado descobriram – genial! – que nós, velhos, consumimos, curtimos a vida e influenciamos, logo… existimos!
Mais de 31 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais, ou seja, 13,46% da população. O RS é o Estado mais velho, com 20,15% de idosos. Pesquisa do Sindilojas de Porto Alegre revela que 85% dos idosos da Capital levam uma vida ativa, administram suas finanças e movimentam, juntos, cerca de R$ 8,4 bilhões por ano. O mito do idoso isolado, avesso à tecnologia e dependente financeiramente da família não corresponde exatamente à realidade.
Ser idoso impõe desafios, como adquirir roupas. Levantamento da Hyper60+ mostra que seis em cada 10 pessoas acima dos 60 anos não se sentem representadas pelas roupas disponíveis no mercado. Muitos encontram peças jovens demais, outros veem opções antiquadas.
Segundo o SPC Brasil, quase a metade dos consumidores 60+ investe em viagens, o que ajuda na saúde mental, incentiva a socialização e promove experiências enriquecedoras. Bailes, aulas de dança, oficinas de artesanato, clubes de leitura e eventos comunitários são atividades valorizadas, principalmente pelas mulheres dessa faixa etária. Hoje existem empresas especializadas em turismo e atividades exclusivamente para a terceira idade.
O acesso à tecnologia por parte dos idosos aumentou: 85% acessam a internet todos os dias e usam o whatsapp como principal canal de comunicação. Como se vê, nós, da “economia prateada”, continuamos bem vivos. E ativos.
