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Inacreditável, mas no ano que vem teremos eleições para governador, senador e deputado federal e estadual. Escrevo “inacreditável” porque se tem a impressão que o processo eleitoral de 2022 não terminou. O noticiário político nunca foi tão intenso, de baixo nível e nivelado.
Diariamente tomamos conhecimento de enfrentamentos entre dois pólos que controlam a política brasileira. Basta ver as lideranças para descobrir porque nosso país não avança, estagnou em termos de educação e vende ilusões através de auxílios que mantém dependência eterna.
Acompanho política há mais de 40 anos como jornalista. Impressiona o posicionamento de colegas de profissão que parecem incapazes de exercer a função de maneira imparcial e isenta. Velhos ídolos da imprensa, cujos recortes amarelados mantenho em pastas de papelão, se transformaram em cabos eleitorais. Respeitáveis grupos e veículos comunicação atuam como comitês políticos.
Não precisa ser expert em política para reconhecer que vivemos uma comunicação grenalizada. Todos sabem a preferência de cada canal de televisão, rádio ou site. Entre tantas mazelas produzidas pela polarização esta é, de longe, a mais nociva para o nosso país. A desinformação é regra. Como na guerra, a primeira vítima é a verdade.
Há temor fundado em relação ao ambiente que teremos nas ruas em 2026, fruto deste ambiente permanentemente belicoso. Há enfrentamentos em todos os ambientes de convivência social. Perdemos a capacidade de discutir, optando pela briga, agressões e ofensas, atitudes mesquinhas, pouco educadas. Desaprendemos a ouvir, reconhecer erros, julgar nossos ídolos políticos com critério e isenção.
A realização de eleições a cada dois tem sido combustível para exacerbar ainda mais os ânimos. Há carência de moderação, equilíbrio e temperança nas relações em geral, não apenas na política. Desaprendemos a conviver com as diferenças. E o pior: as lideranças, que deveriam servir de exemplo, agravam as discordâncias, usam de subterfúgios para iludir os correligionários.
O pleito do ano que vem será, nas ruas e tribunas, uma arena perigosa onde inocentes ingênuos serão vítimas da demagógica, proselitismo e falsas promessas. Nenhuma novidade nestes quesitos. A diferença, em 2026, será a intensificação do ódio.