Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais e capas de revistas
CORREIO BRAZILIENSE – PL ambiental tem vetos, mas MP abre brecha ao petróleo
FOLHA DE S.PAULO – Lula veta trechos de lei de licenciamento ambiental, mas frustra ambientalistas
O GLOBO – Lula veta trechos de nova lei ambiental, mas propõe agilizar o licenciamento
O ESTADO DE S.PAULO – Lula veta 63 pontos de lei e abre porta para prospecção de petróleo
Valor Econômico – Não circula hoje
VEJA: Isolamento
Em setembro de 2021, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva à VEJA. Na época, já circulavam rumores de que ele estaria preparando algo para questionar a lisura do processo eleitoral caso não fosse reeleito no ano seguinte. O cenário lhe era absolutamente desfavorável. O país havia acabado de sair de uma pandemia que deixou milhares de mortos, manifestantes ocupavam as ruas com faixas pregando intervenção militar, uma CPI acuava o governo no Congresso e Lula começava a despontar como candidato favorito. Perguntado sobre a possibilidade de uma ruptura institucional diante da conjuntura negativa, o então presidente foi categórico: “A chance é zero”. Admitiu, no entanto, que havia pressão “de algumas pessoas” para que ele atuasse “fora das quatro linhas”. Quase quatro anos depois, Bolsonaro, “o mito”, foi preso. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele está detido desde a noite da última segunda-feira em sua residência, num condomínio que fica a dez quilômetros do Planalto, e impedido de receber visitas, à exceção dos familiares, proibido de usar as redes e só pode falar com quem a Justiça autorizar. A prisão do ex-presidente inflamou seus apoiadores e ampliou uma escalada de tensão política provocada por uma mistura de interesses que não deveriam andar juntos.
CartaCapital: Reservado
Depois de ganhar tornozeleira eletrônica e ser colocado em prisão domiciliar, Bolsonaro vê no horizonte seu maior pavor: acertar contas com a Justiça. Às vésperas do julgamento final de Bolsonaro, a prisão domiciliar do ex-presidente incendeia Brasília e alimenta a crise com os EUA.
Crusoé: Bolsonaro preso, e agora?
Decisão de Alexandre de Moraes detona reação inédita no STF e na oposição. Quando Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, adversários do ex-presidente da República imaginavam que esse movimento seria suficiente para apaziguar os ânimos e que, finalmente, reestabelecer algum nível de normalidade entre os Três Poderes.
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes
63 vetos, mas agrado a Alcolumbre – Sob pressão de grupos ambientalistas, que apelidaram o projeto aprovado pelo Congresso de “PL da Devastação”, o presidente Lula vetou 63 dos 400 dispositivos da Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A matéria, agora, volta para o Legislativo e há expectativa de resistência ao Planalto. Além de oposicionistas, partidos de centro e parlamentares da base do governo se posicionaram a favor da derrubada de vetos. Em contrapartida, o governo editou uma medida provisória com licença especial que deixará espaço para a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma reivindicação do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP).
Ambientalistas divergem sobre decisão de Lula – O novo marco legal do licencia mento ambiental nasce “mais sólido e equilibrado”, segundo o governo, e vai conciliar proteção dos ecossistemas, segurança jurídica para empreendedores e previsibilidade para investidores. As reações aos vetos presidenciais, no entanto, evidenciam visões distintas entre especialistas e organizações da sociedade civil. Para alguns, os ajustes feitos pelo presidente Lula representam um gesto relevante. Para outros, tratam-se de mudanças tímidas diante da magnitude dos riscos socioambientais embutidos no texto aprovado pelo Congresso.
Planalto encomenda nova crise ambiental – Ao anunciar uma extensa lista de vetos para o projeto de lei que flexibiliza as regras de licenciamento ambiental e o envio de uma nova proposição sobre a matéria para o Congresso Nacional, o governo Lula encomendou mais uma crise com o Legislativo. Não por acaso o Planalto ressaltou a importância de haver um diálogo com os parlamentares na construção de um novo texto, capaz de conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Trata-se de uma equação difícil. Em julho, em votação que entrou pela madrugada, a Câmara aprovou a proposta que redefine as regras de licenciamento ambiental. O texto encaminhado ao Planalto tinha, por um lado, forte adesão da bancada ruralista, uma das mais poderosas do Congresso. E provocou, por outro, oposição frontal da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de dezenas de entidades ambientalistas. Para compensar o inevitável choque com o Legislativo, o Planalto lançou a MP da Licença Ambiental Especial (LAE), feita sob medida para atender aos apelos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A norma, que está em vigor, permite acelerar a aprovação de empreendimentos considerados “estratégicos”. É tudo que o senador quer para projetos como a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Denúncias contra “amotinados” – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos–PB), encaminhou à Corregedoria Parlamentar, ontem, uma série de representações contra 13 deputados que participaram da ocupação do plenário da Casa nesta semana. A decisão é fruto de uma reunião com os demais integrantes da Mesa Diretora. Na quarta-feira, quando Motta decidiu retomar o controle do plenário, ameaçou suspender por seis meses os parlamentares que obstruíssem os trabalhos. Apesar de ter sido impedido fisicamente por um grupo de deputados do PL e do Novo de chegar à cadeira de presidente e assumir sua posição, não houve decisão por punir quaisquer parlamentares, por ora. A Corregedoria da Câmara vai analisar cada uma das representações e definir se elas vão avançar ao Comitê de Ética, que decidirá se punirá e qual a dosagem das sanções aos envolvidos na tomada à força do plenário. Os parlamentares na mira são os líderes do PL, da oposição e do partido Novo, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); Zucco (PL-RS) e Marcel van Hattem (Novo-RS), respectiva mente, e os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Allan Garcês (PP–MA), Caroline de Toni (PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio (PL-MG), Zé Trovão (PL–SC), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Marcos Pollon (PL-MS) e Júlia Zanatta (PL-SC).
Oposição reage – O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também apresentou uma representação, contra a deputada Camila Jara (PT-MS), que derrubou Nikolas Ferreira depois que a sessão já havia sido finalizada. É possível ver, nas imagens da transmissão da Câmara, que o parlamentar estava posicionado atrás da cadeira de Motta quando foi empurrado por Jara. O deputado disse ter sido vítima de agressão. A colega negou. “A deputada federal Camila Jara agiu de forma totalmente explosiva e sem qualquer razoabilidade ou proporcionalidade, buscando apenas promover uma agressão injusta e violenta contra o deputado Nikolas Ferreira”, escreveu Sóstenes, que pediu a suspensão cautelar do mandato da deputada. O pedido, no entanto, não entrou na lista de despachos feitos por Motta ontem.
Lula critica e cobra cassação – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que parlamentares engajados na pauta do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devem perder seus mandatos. “É preciso respeitar a soberania, a autonomia dos Poderes e o Judiciário brasileiro. Por isso, quem deveria sofrer um impeachment são esses deputados e senadores que estão pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes”, disparou o petista, em discurso no Acre, durante cerimônia de anúncio de investimentos federais no estado. O chefe do Executivo também enfatizou que o magistrado do STF “está garantindo a democracia”. Essa foi a primeira vez que Lula manifestou-se publicamente sobre a ofensiva de parlamentares da oposição contra Moraes. O impeachment do ministro do STF foi uma das cobranças dos deputados e senadores que ocuparam as mesas diretoras do Congresso em protesto pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) determinada pelo magistrado do Supremo.
Mão amiga – Os gestos do Planalto sinalizam que o Executivo conta, mais uma vez, com o comando das Casas para enfrentar a mobilização dos partidos de oposição. Tudo isso a menos de 100 dias da COP30, que enfrenta risco de esvaziamento.
Plano militar na AL – O jornal The New York Times revelou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem secreta para o Pentágono elaborar um plano militar contra cartéis de drogas na América Latina, classificados como terroristas. Os alvos seriam organizações criminosas no México, Venezuela e o PCC no Brasil — caso seja classificado como grupo terrorista pelo governo brasileiro. O jornal norte-americano afirma ainda que incursões por terra e mar podem ocorrer com essa ordem de Trump.
Fonte de energia – Os EUA também se movimentam no setor de energia. Está próxima de se concretizar a compra de 20% dos cerca de 30% de produção energética excedente da Hidrelétrica de Itaipu no Paraguai. O interesse é utilizar essa produção energética para alimentar datas centers norte-americanos, pois essas instalações demandam um alto consumo de energia.
Recado para AL – Alguns especialistas acreditam que as sanções ao Brasil são um recado para os países vizinhos da América do Sul e da América Latina também. Como exemplo, relembram quando os EUA pediram para o Japão abrir o capital e o país oriental se recusou — na época, a economia tinha um alto crescimento absurdo e produtos no mundo inteiro. Como resposta à negativa, o país do tio Sam impôs tarifas de 25% ao Japão e isentou China, Coreia do Sul e Taiwan. Com a ofensiva norte-americana, esses três países expandiram seus negócios pelo mundo.
Trabalho contínuo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convocou o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para uma reunião na Casa Branca. O desempenho de Eduardo pegou de surpresa até mesmo seus aliados. Em conversas reservadas, correligionários do parlamentar afirmam que as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes foram além das expectativas.
Fica aí
Nos bastidores se comenta que Eduardo Bolsonaro pretende sair dos Estados Unidos e ir para a Europa. Mas aliados acreditam que ele deva ficar sob a proteção de Donald Trump para evitar uma possível deportação.
Bets em baixa – Se as casas de apostas on-line têm lucrado muito com suas operações, o bom momento não se replica quanto à opinião dos políticos. De acordo com parlamentares, qualquer taxação para as bets não só é aprovada como pode ser aumentada, a fama das casas de apostas está péssima dentro do Congresso Nacional.
É do Brasil – O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, é um dos mais de 200 membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, também conhecido como Conselhão. Como contribuição, Meirelles quer trazer sua experiência em análise do comportamento político e de consumo das classes C, D e E. “As pesquisas que conduzimos mostram que, mesmo diante de tantas dificuldades, surgiram formas criativas e potentes de organização, renda e mobilização”, conta. “São essas transformações, muitas vezes invisíveis nas estatísticas oficiais, que precisamos compreender melhor para que o Estado atue junto e não distante da população”, acredita.
Alma verde-amarela – Meirelles descreve a inventividade e iniciativa do brasileiro. “Essa escuta é fundamental para entender o Brasil de 2025. Muita gente passou a criar suas próprias soluções, com base na coletividade, na fé e na tecnologia disponível. Vimos nascer um novo protagonismo nas periferias”, afirmou à coluna.
Indignação com nova ameaça – O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou ontem, pela terceira vez em 30 dias, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para expressar “profunda indignação” diante de postagens feitas nas redes sociais. No perfil que mantém no X (antigo Twitter), a representação no Brasil reproduz ameaça do Departamento de Estado norte–americano na qual afirma que está “monitorando de perto” possíveis “aliados de Morais (Alexandre de Morais, ministro do Supremo Tribunal Federal) no Judiciário e em outras esferas”. Na reunião de ontem, Escobar foi recebido pelo embaixador Flavio Goldman, que chefia interinamente a Secretaria de Europa e América do Norte do MRE. Segundo interlocutores do Itamaraty, o representante do diplomático brasileiro enfatizou a indignação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o tom e o conteúdo da postagem. Segundo o MRE, as publica ções na conta da Embaixada dos EUA no X configura “clara ingerência” em assuntos internos, traz “ameaças inaceitáveis” a autoridades brasileiras e dificultam negociações entre os países — ministros de outras áreas tentam amenizar os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelo governo do presidente Donald Trump a parte das exportações brasileiras para os EUA.
Dino reage à provocação norte-americana – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, respondeu ontem à nota publicada pela Embaixada dos Estados Unidos ameaçando os demais integrantes do STF por serem “aliados” de Alexandre de Moraes — relator do processo no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. Segundo o magistrado, o “respeito à soberania nacional, moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na diplomacia”. Dino fez a postagem no Instagram pessoal. O texto está acompanhado da imagem da estátua da Justiça que fica em frente ao Supremo, na Praça dos Três Poderes. O ministro adverte que “à luz do Direito Internacional, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro tribunal brasileiro, deve fazer”.
Índia é saída contra tarifaço – Os brasileiros não estão brincando quando dizem que a saída da crise é uma aproximação com países que possam representar grandes merca dos — e, nesse caminho, o principal é a Índia. Mal os empresários da missão do Líderes Empresa riais (Lide) começaram a preparar as malas para voltar ao Brasil, com a perspectiva de negócios e parceiras no curto prazo, os diplomatas começaram a trabalhar na elaboração de agendas para ministros de Estado que têm planos de visitar o país asiático ainda este ano. São pelo menos quatro ministros, conforme integrantes do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores. Entre eles, está o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que vai em busca de novos merca dos, devido ao tarifaço decretado pelo presidente Donald Trump a parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Alckmin deve desembarcar na Índia em setembro. Além dele, têm previsão de visita oficial ao país a ministra do Meio Ambiente e Mu dança do Clima, Marina Silva; o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; e o assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim. As viagens vêm na sequência da visita do primeiro-ministro Narendra Modi ao Brasil, em julho, e a conversa telefônica entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quinta-feira, em que trataram de ações que possam auxiliar os exportadores diante do aumento das tarifas nos Estados Unidos.
Moraes veta visita – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta sexta-feira (8) autorização para visita do deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) a Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar é investigado em um processo correlato ao da trama golpista de 2022, no qual o ex-presidente é réu. O deputado foi alvo de busca e apreensão em 25 de outubro em uma operação da Polícia Federal sobre desvio de cota parlamentar na Câmara dos Deputados.
Foro privilegiado – O STF conduz 35 investigações contra parlamentares, abrangendo desde desvios de emendas até posse ilegal de armas, enquanto o Congresso busca ampliar a proteção dos mesmos. A articulação envolve partidos como PL, União Brasil e PT. Destaques incluem o caso de Josimar Maranhãozinho, acusado de corrupção, e de Carla Zambelli, já condenada por ataque hacker. A blindagem visa modificar o foro privilegiado e restringir investigações.
Distância da caserna – Preso há cinco dias em regime domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro não recebeu visitas de militares, sinalizando distanciamento da caserna que foi próxima durante seu mandato. Em vez disso, aliados políticos, principalmente do PL, PP e Republicanos, frequentam sua casa. A falta de acesso ao celular e o apoio da esposa Michelle são destacados. O ministro Alexandre de Moraes regula as visitas, barrando algumas por investigações em curso.
TCU recomenda apurar uso de verbas por Eduardo – O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que a Câmara dos Deputados investigue o uso indevido de recursos públicos por Eduardo Bolsonaro durante sua estadia nos EUA. A decisão responde a uma representação de Guilherme Boulos, que acusa Eduardo de articulações políticas contra a soberania nacional. A Câmara deve apurar o caso, mas o TCU não investigará questões penais por falta de competência.
Percentual de petistas e bolsonaristas cresce – Pesquisa Datafolha revela crescente polarização política no Brasil, com 76% dos brasileiros identificando-se como petistas (39%) ou bolsonaristas (37%), um aumento em relação a junho. Apenas 18% se consideram neutros. O levantamento, realizado antes da prisão de Jair Bolsonaro, destaca que 78% dos entrevistados acreditam que o Congresso atua em interesse próprio. Foram 2.004 entrevistas em 130 municípios.
Lula desiste de tentar apoio de evangélicos – Aliados que conversaram nos últimos dias com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que ele desistiu de vez de conquistar o apoio dos evangélicos. A postura do petista preocupa o Palácio do Planalto porque tem aumentado a rejeição ao governo nesse segmento da população, mais identificado com o bolsonarismo. E a tendência é que o voto religioso tenha peso considerável nas eleições de 2026. Neste terceiro mandato, Lula é descrito com frequência como um líder que cansou de fazer política. Aos 79 anos, o presidente já não tem a mesma disposição que tinha quando governou o País de 2003 a 2010. A única ponte que o Executivo tem hoje com os evangélicos é o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, mas a avaliação é de que ele, sozinho, não conseguirá reverter a visão negativa sobre Lula. A avaliação negativa dos evangélicos sobre o presidente cresceu de 50% para 55% entre junho e julho, de acordo com a mais recente pesquisa DataFolha. Esse resultado reforça a percepção de Lula de que é inviável uma aproximação entre Planalto e essas denominações religiosas.
Lula sonda Kassab sobre destino político de Tarcísio – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sondou o dirigente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sobre o destino político de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. Em almoço no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, 7, o petista ouviu do cacique partidário que a tendência é o governador disputar um segundo mandato em São Paulo e não concorrer à Presidência da República, segundo relatos da conversa feitos à Coluna do Estadão. Kassab avalia que Tarcísio tem uma reeleição garantida em São Paulo. Na reunião com Lula, ele apresentou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como nome da sigla ao Planalto no ano que vem. O petista disse entender o desejo da legenda de ter candidato próprio à Presidência, mas afirmou que gostaria de manter o diálogo aberto sobre 2026. Nas últimas semanas, Lula tem tentado se reaproximar dos partidos de centro-direita. O convite para o almoço no Alvorada foi transmitido a Kassab pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também participou do encontro. Estavam presentes ainda os líderes do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), e na Câmara, Antônio Brito (BA).