Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado que ocorreu na última terça-feira (15), o Senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro é uma injustiça, mas que isso deve ser resolvido pelos brasileiros, sem interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Isso acontece pois Bolsonaro desde março de 2025 tornou-se réu, e está sendo alvo de investigações por ser acusado de liderar um golpe de Estado contra a democracia brasileira em 2022, após a vitória nas eleições do atual presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva.
O julgamento foi comentado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que em carta endereçada ao ex-presidente, manifestou sua indignação e afirmou que Bolsonaro “é alvo de ataques de um sistema injusto.” Na mesma carta, Trump afirmou estar “muito preocupado” com os ataques à liberdade de expressão “tanto no Brasil como nos Estados Unidos” que estariam vindo “do atual governo”.
“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso que é interno nosso. Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós brasileiros resolvermos isso”. Afirma Mourão, sobre o posicionamento de Trump.
Mourão disse que Trump abandonou o chamado soft power e decidiu agir pelo poder da coerção e do dinheiro. Ele argumentou que, se as taxas entrarem em vigor, elas serão prejudiciais inclusive para os norte-americanos, com aumento de preços por lá.
O “Soft power” é a capacidade de um país influenciar outros através da persuasão e atração, em vez de coerção ou força militar.
Apesar de criticar a intromissão de Trump, Mourão procurou defender Bolsonaro. Nas redes sociais depois que a Procuradoria-Geral da República pediu formalmente a condenação do ex-presidente e outros 7 réus na trama golpista, Mourão afirmou que o processo é político e tem como única finalidade tirar Bolsonaro das eleições.
A relação dos dois está estremecida desde o final do mandato dos dois na Presidência da República. Aliados de Bolsonaro indicavam que o presidente já não confiava tanto no vice como antes.
