por Matias Moura
O Uruguai está pavimentando o caminho para uma integração logística mais robusta com o Brasil através do ambicioso projeto do Terminal Multimodal Interior Porto Seco de Rivera (TMIPSR). A iniciativa, que foi apresentada hoje no Centro Cultural de Rivera, com a presença de diversas autoridades e representantes de instituições-chave, visa consolidar o porto de Montevidéu, e o próprio TMIPSR, como um hub regional vital, prometendo otimizar a circulação de mercadorias e impulsionar o comércio na fronteira sul.
O Decreto PE 39/2022 uruguaio, que atribui à Administração Nacional de Portos (ANP) a gestão e o desenvolvimento do Porto Seco de Rivera, é o marco legal para esta empreitada. O TMIPSR surge como uma solução estratégica para a ampliação da inserção de um porto marítimo/fluvial no *hinterland*, com o objetivo primordial de reduzir os custos logísticos do transporte multimodal.
Localizado a 494 quilômetros do porto de Montevidéu, na cidade de Rivera, o terminal será um ponto crucial de entrada e saída para o comércio internacional, complementando a infraestrutura portuária existente. A conexão rodoviária, pela Ruta 5, e a ferrovia FFCC Rivera-Montevidéu são os pilares dessa cadeia logística, que promete agilidade e eficiência.
A cadeia de transporte, minuciosamente planejada, contempla o deslocamento de cargas do Porto de Montevidéu, que oferece vastos terminais especializados, para o TMIPSR. A capacidade de movimentação é impressionante: até 27 contêineres de 40 pés, totalizando 756.000 toneladas líquidas ou 38 TEUs de 20 pés, com uma capacidade de arrasto diária de 836.000 toneladas.
Um dos grandes destaques do projeto é a aposta na multimodalidade. Com vias férreas e rodoviárias conectadas, o escoamento de mercadorias se tornará mais eficiente, reduzindo significativamente os custos. A ferrovia, inclusive, terá um “slot” exclusivo para operação, garantindo um fluxo ininterrupto de carga. Além disso, sistemas de rastreabilidade de ponta, incluindo o Sistema de Seguimento Satelital e o ERTMS (Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário), assegurarão a segurança e o monitoramento constante dos comboios.
Os benefícios para a região são amplos. Operando sob um regime de Porto Livre, o terminal facilitará o trânsito de mercadorias, eliminando burocracias e trâmites formais. A análise conjunta da cadeia logística visa aprimorar todos os modos de transporte, culminando em uma redução de custos para os operadores. O projeto promete não apenas agilizar o fluxo comercial, mas também agregar valor às mercadorias, impulsionar o investimento privado e fortalecer a integração regional entre Uruguai e Brasil, com impactos positivos evidentes, especialmente aqui no Rio Grande do Sul.
Entre os participantes da reunião estavam Marcos Fagundez, da INLURTEX SA; Rafael Damasceno, da PMSL – SDE; Miguel Ângelo Jorge, da RUMO LOGÍSTICA; Jorge Custodio, da Helipal Apoio; Pedro Barreto da Ass. Com. Industrial de Energia, Gonzalo Ramos do CSI, Zeferino Escosteguy e Cintia Lee Martinez, ambos da DAMBO; e Santiago A. Esteves do IDR – DND. Desarrollo: pelo lado uruguaio, a presença foi marcada por Cibelle Toledo e Jesús Pedro de Toledo, da Zona Intern. Ind. y Log., Alejandro Vazquez, Jorge Gandini (Diretor), Andrés Nieto (Gerente Geral) e Pablo Genta (Presidente), representando a ANP; além de Nestor Fernandez, da ANP. Sistema Nacional: Leandro Catelo (Prosecretário) e Martin Garcia (Diretor de Obras) do IDR . A UTEC marcou presença com Walter Sanchez e Luis Garcia Moreira (Fuga Logística), Jorge Furtado representando o Frigorifico Helfrig e Sergio Ruiz Moreira, do Movimento Ferroviário de Livramento.
Após a apresentação no Centro Cultural, o intendente Richard Sander recebeu em seu gabinete a Ministra de Transportes e Obras Públicas (M.T.O.P), Lucía Etcheverry, e sua equipe, para um encontro posterior. Ao término desta reunião, foi realizada uma coletiva de imprensa na Intendência de Rivera.
