seg, 1 de setembro de 2025

Variedades Digital | 30 e 31.08.25

Uma vida a serviço do Tradicionalismo

Principal líder do movimento nos anos 40 era Santanense e completaria 98 anos neste final de semana
Paixão Côrtes foi responsável pelo resgate das tradições gaúchas nos anos 40 (Foto: Arquivo AP)

Quando se fala em Tradição, Tradicionalismo e Folclore no Rio Grande do Sul, logo rememoramos a vida e obra de João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, um santanense que, preocupado com as questões da sua terra, nos anos 40, no ápice de sua juventude, promoveu uma grande mobilização de resgate dos costumes tradicionais.

Nascido em Sant’Ana do Livramento, no dia 12 de julho de 1927, filho de Júlio Paixão Côrtes e Fátima D’Ávila, era agrônomo, mas ficou conhecido por ser folclorista, compositor, radialista e pesquisador. Paixão Côrtes aventurou-se pelo Rio Grande do Sul;  começou a trabalhar na Secretaria de Agricultura aos 17 anos como classificador de lã, e foi responsável pela abertura do mercado de ovinocultura no Estado.

O ano de 1947 foi muito decisivo em sua vida e também para a história pois, aos  20 anos, o jovem que defendia os motivos do campo, suas vestes típicas e forma de comunicação, percebeu que os costumes tradicionais tinham caído em esquecimento. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma aceleração do desenvolvimento econômico e industrial no Brasil, o que acabou trazendo muitos “estrangeirismos” para o Sul.

Barbosa Lessa, historiador e advogado da cidade de Piratini (in memorian), que esteve junto com o líder na época relata, no trecho a seguir, sobre o momento em que viviam:

“Éramos ‘moços do interior’. E,além disso, pertencíamos à, então, chamada Geração Coca-Cola… Não era nada fácil aguentar a barra como moço do interior. Em Porto Alegre, sentíamo-nos semimarginalizados (…) um ‘grosso’, trajado de botas e bombachas, à campeira, seria inapelavelmente alvo de agressivas chacotas. Era duplo, pois, o nosso sufoco. E foi aí que um outro aluno noturno do Júlio de Castilhos e, funcionário da Secretaria de Agricultura, ‘prendeu o grito’ em setembro de 1947 e mostrou novamente a Porto Alegre a bandeira rio-grandense, desaparecida já havia dez anos”.

Segundo registros de seus próprios colegas de grupo, as vestes típicas do gaúcho eram motivo de zombaria, muito mais quando alguém manifestava características de um homem do campo. Foi aí que Paixão Côrtes, quando estudava no Colégio Júlio de Castilhos – o “Julinho” –  em Porto Alegre, liderou um grupo de oito pessoas, que mais tarde ficou conhecido como “Grupo dos Oito”, e foi, de casa em casa, a fim de reunir o máximo de jovens possível para organizar o movimento que há quase 60 anos dá seguimento a esse resgate, preservando e fomentando as manifestações culturais, artísticas e campeiras do Rio Grande do Sul, para todas as gerações, tendo expansão no Brasil e no mundo.

Além da criação do primeiro CTG do Estado e de ser a primeira liderança do Movimento, Paixão Côrtes contribuiu para o acervo Rio-Grandense com muitas pesquisas de campo, que se transformaram em livros, músicas e danças, hoje cultivadas nos Centros de Tradições Gaúchas.

No arquivo do Jornal A Plateia há registros do dia 06 de novembro de 2013, quando foi inaugurada a estátua que prestou homenagem ao folclorista ainda em vida. A escolha da imagem foi do próprio Paixão, que escolheu a imagem em que ele estaria segurando uma cuia de chimarrão, o símbolo da hospitalidade do gaúcho. O monumento está localizado na entrada da cidade, na bifurcação da avenida João Belchior Goulart.

O folclorista e pesquisador faleceu em 2018 por complicações na saúde e questões de idade. Deixou sua esposa, a estilista Marina Monteiro Paixão, e um legado que é motivo de orgulho e pertencimento aos santanenses.

 

 

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Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

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Jornalista/[email protected] Neste mundo de golpes, fake news, manipulações e ilusões virtuais, me considero um autoexilado digital. Até quatro anos atrás ainda militava no Facebook, considerada “uma rede social para velhos”, categoria, aliás, na qual orgulhosamente me incluo. Invasões do meu perfil me fizeram mudar de ideia de manter atualizado este espaço. A decisão foi dolorosa, principalmente porque se tratava do