seg, 9 de junho de 2025

Variedades Digital | 31 e 01.06.25

Crise no agronegócio gaúcho: FARSUL busca soluções urgentes e cobra apoio governamental

Em entrevista exclusiva à Rádio RCC FM o presidente da entidade Gedeão Pereira apresentou alternativas como a utilização do Fundo Social do Pré-Sal (Foto: Matias Moura/AP)

Em entrevista exclusiva à Rádio RCC FM, o presidente da entidade, Gedeão Pereira, apresentou alternativas como a utilização do Fundo Social do Pré-Sal

Em um cenário de crescentes desafios para o agronegócio gaúcho, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), Gedeão Pereira, concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Panorama Agropecuário, da Rádio RCC FM 95.3, com produção e apresentação de Matias Moura. A conversa, realizada na manhã desse sábado, 7 de junho de 2025, abordou a grave situação de endividamento dos produtores rurais e as estratégias da entidade para buscar soluções.

Pereira iniciou a entrevista destacando o impacto devastador das recentes condições climáticas no estado. “Estamos, sim, com uma dificuldade imensa no estado do Rio Grande do Sul, realmente está acima de qualquer expectativa tudo que está acontecendo, porque mais uma vez tivemos uma safra altamente frustrada”, afirmou. Ele revelou que o estado deixou de colher entre 10 e 11 milhões de toneladas de soja, o que representa um prejuízo financeiro colossal. Somando as quatro grandes secas e duas enchentes entre 2020 e 2025, a estimativa da FARSUL é que cerca de R$ 200 bilhões deixaram de circular no bolso do produtor rural gaúcho, configurando uma crise sem precedentes na história recente do setor.

Securitização e Novas Alternativas de Financiamento

Diante do cenário, a securitização das dívidas agrícolas, uma medida já adotada há 25 anos em nível nacional, volta a ser pauta. O presidente da FARSUL explicou que um Projeto de Lei (PL) de securitização, apresentado por um senador gaúcho, já foi aprovado pela comissão de agricultura, mas ainda tem um longo caminho no Congresso Nacional, o que pode não ser suficiente para atender à urgência dos produtores no curto prazo.
No entanto, Gedeão Pereira revelou que a FARSUL identificou uma alternativa promissora: a utilização de recursos do Fundo Social do Pré-Sal. “Foi uma descoberta nossa Farsul”, ressaltou, explicando que, com o apoio do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), foi possível esmiuçar a possibilidade de usar esses recursos. A finalidade do Fundo Social, entre outras, é mitigar os prejuízos causados pelas alterações climáticas. Pereira defendeu que esses recursos poderiam ser emprestados aos produtores, com retorno ao Fundo Social.
A proposta foi apresentada ao Ministério da Fazenda, e o secretário-executivo Dario Durigan a considerou “exequível”. Gedeão enfatizou que a previsão é de que o fundo arrecade R$ 53 bilhões até o final do ano e mais de R$ 100 bilhões no próximo ano, demonstrando a magnitude dos recursos disponíveis.

Propostas da FARSUL para alívio da crise

Prazo de 20 anos para o pagamento das dívidas: “Porque o produtor tem que melhorar a capacidade de pagamento dele, porque do jeito que está hoje, ele não acessa absolutamente nada”, justificou.
Contemplar dívidas com cooperativas, cerealistas e revendas. Ao contrário do PL de securitização, que foca apenas nas dívidas com o sistema financeiro, a FARSUL busca uma solução mais abrangente.
Juros de um dígito: utilizando os recursos do Fundo Social do Pré-Sal, que não especifica a remuneração, mas exige o retorno do valor.

O presidente da FARSUL também destacou que a reestruturação das dívidas é essencial para que os produtores possam investir em medidas de mitigação das mudanças climáticas, como a irrigação e a aplicação de calcário de profundidade, que são cruciais para a resiliência do setor.

Mobilização dos produtores e próximos passos

Sobre as manifestações de produtores rurais que ocorrem na região, incluindo Sant’Ana do Livramento e Dom Pedrito, Pereira as classificou como “movimentos autônomos” e “muito bem” organizados, que apoiam as entidades representativas. Ele elogiou o caráter ordeiro das paralisações, que estão realizando interrupções rápidas para não prejudicar a população, mas alertou para a importância de não deixar que a situação se descontrole. “É bom que isso aconteça porque são movimentos independentes de esses municípios e é uma manifestação autônoma dos produtores rurais”, disse.
A FARSUL está pressionando o Ministério da Agricultura para a rápida nomeação de um grupo de trabalho que definirá o caminho a ser seguido para a solução do endividamento. Além do Ministério da Agricultura, estarão representados a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a FARSUL, que já indicou seus representantes.
Na próxima terça-feira, a FARSUL se reunirá com o sistema financeiro gaúcho (Banco do Brasil, Sicredi, Banrisul, Bradesco e outros) e a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul para buscar um novo voto do Conselho Monetário Nacional que possa reestruturar as dívidas de forma mais abrangente.

Unidade para superar a crise

Gedeão Pereira finalizou a entrevista reforçando a necessidade de unidade entre os produtores rurais. “Precisamos ter uma unidade de pensamento, ou seja, pelo PL, ou seja, pelo Fundo Social, ou outra coisa, porque na realidade, quem estará lá na testa nas negociações, são as grandes entidades representativas dos produtores”, pontuou. Ele incluiu a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG) nesse esforço conjunto, garantindo que a entidade também terá representação nas discussões.

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