Por Abdon Barretto Filho – Economista e Mestre em Comunicação Social
Na região de Mata, a 372 quilômetros de Porto Alegre, há uma verdadeira floresta de árvores petrificadas. Essa raridade da paleobotânica chegou a inspirar o slogan do município: “Mata, Cidade de pedra que foi madeira”.
Ali e em São Pedro do Sul, 46 quilômetros antes, o visitante pode ver um surpreendente documento vivo da evolução da vida na Terra: a maior floresta petrificada do mundo. Em Mata, podemos desenvolver o Turismo Cultural, Científico, Paleontológico, Paleobotânico e o Turismo Pedagógico, sendo uma excelente indicação para todas as escolas, principalmente do Rio Grande do Sul, com visitas acompanhadas de guias de Turismo especializados, transformando as visitas em experiências inesquecíveis.
A pequena cidade gaúcha apresenta um cenário rico em fósseis vegetais( árvores petrificadas) com mais de 200 milhões de anos. Convém salientar que a floresta de árvores petrificadas é o resultado de um evento catastrófico de curta duração, dentro de uma escala de tempo geológico, ocorrido na Era Mesozoica do Período do Triássico Superior.
Durante a visita à cidade é impressionante as condições de preservação de cada tronco, onde é possível admirar e fotografar os anéis de crescimento, cascas, raízes, nós, e em alguns casos, a própria estrutura anatômica. São realidades raras, singulares, resultantes de mais de 200 milhões de anos. Uma verdadeira dádiva da natureza com imensurável valor material.
Tenho visitado Mata e contribuído com ações mercadológicas, culturais e turísticas desde 1983, incluindo o “ Concerto para 200 milhões de anos “, com a Orquestra Sinfônica da UFSM, realizado em 1986, e lançado a campanha para transformar a “ Floresta de Fósseis Vegetais “ em Patrimônio Natural da Humanidade.
O pesquisador e historiador Antônio Isaia apresentou-me ao Padre Daniel Cargnin e ao Prefeito Valdir Battaglin e venho desenvolvendo parcerias com lideranças locais, pesquisadores, operadores e guias de turismo especializados. Em 8 de junho de 2018, o Jardim Paleobotânico foi Tombado pelo IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Rio Grande do Sul, 32 anos depois do famoso Concerto.
É a única reserva delimitada no Brasil em quantidade de fósseis do gênero. Além disso, muitos troncos foram catalogados e estão expostos nas principais Praças e no Museu Padre Daniel Cargnin, com acervos de fósseis vegetais e animais da Formação Geológica Santa Maria, onde foram encontrados os dinossauros mais antigos do mundo. Na Praça Martimiano Eggres da Silva, encontra-se o maior tronco fossilizado do Planeta com mais de 15 toneladas.
É importante destacar a conscientização e a proteção da comunidade local na preservação da dádiva da natureza geradora de fluxos de visitantes que vem contribuindo para manter a oferta turística diferenciada e de destaque mundial. Mata, Cidade da Pedra que foi Madeira, também se destaca na beleza exuberante com cascatas, balneário e trilhas ecológicas no interior do Município.
Viagem imperdível !
Será ?
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