Pela segunda vez na vida, gozei 30 dias de férias. Saí pouco antes do Carnaval e no somatório geral foram 36 dias de folga. Cerca de 20 dias deste período permaneci na praia, instalado a poucos metros do mar. Sou “praieiro” assumido, que vai para a beira do mar lá pelas 10h e fica até às 16h/17h.
Acordo diariamente às 5h30min, seguindo uma rotina de banho, chimarrão e leitura de jornais “de papel”. Lá pelas 8h saio de casa e retorno no final do dia. Foi um longo período de folga, muito sol, cerveja e longas caminhadas que, no início, exigiu liberação do celular e do relógio.
Estou oficialmente aposentado há cerca de cinco anos, mas jamais pensei em parar. Gosto muito da profissão que exerço há mais de 40 anos. Além disso, ficar cercado de pessoas, conversar e trocar ideias é um hábito arraigado. Ficar em casa, sem ter o que fazer, não está nos meus planos. Ao menos a médio prazo.
Apesar da rotina, confesso que a reclusão de quase 40 dias me fez refletir sobre a possibilidade de reduzir o ritmo de trabalho. Aos 65 anos que serão completados em junho, me convenci da importância de desacelerar, usufruir do lazer e conviver mais intensamente com familiares e amigos.
A aquisição de um imóvel no Litoral gaúcho é parte desta mudança que aos poucos começo a assimilar. É um ambiente diferente do cotidiano. É uma opção para fazer novos amigos, respirar novos ares e assimilar novos hábitos. A compra do apartamento é um sonho de décadas viabilizado por economias de muitos anos.
Amigos próximos garantem que minha mudança definitiva para o Litoral é questão de tempo. Contesto sem muita veemência porque admito trata-se de uma alternativa que está sendo considerada com seriedade. Só o tempo – o senhor da razão – dirá se, depois de nascer na colônia e morar por mais de quatro décadas em Porto Alegre, passarei por uma nova mudança.
Curtir novas amizades, reduzir a jornada diária de trabalho e buscar novos ambientes de lazer foram mudanças consideradas que não surgiram de uma hora para outra. Foram alterações do cotidiano feitas aos poucos, fruto do amadurecimento de algumas ideias e na consciência da finitude. Estou mais perto da “bandeirada de chegada”. Por isso, urge aproveitar a vida.
