sex, 26 de setembro de 2025

Variedades Digital | 27 e 28.09.25

RITUAIS DA IDADE

 

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Pertenço à geração em que os rituais de passagem eram determinados pela idade. Começava com a vida escolar marcada pelo material escolar próprio, através de cadernos de encapados, lápis/ lápis de cor, borracha e régua. Visualmente o diferencial era o uniforme que nivela a todos
Mais tarde, a obsessão era chegar aos 18 anos, o que significava assistir a sessões duplas de cinema “para maiores de idade”. Era uma grande emoção! Também era possível fazer a carteira de motorista, documento diferenciado, uma espécie de passaporte da fase de “piá para homem”.
Entrar no mercado de trabalho permitia conquistar acesso à compra de bens materiais, como roupas, perfume, tênis de marca e, dependendo da renda, dar entrada num Fusca antigo, o primeiro carro da minha geração. Depois de alguns anos e com a conquista de razoável patrimônio, os primeiros devaneios ligados à aposentadoria vinham à mente.
Hoje, diversas empresas e instituições públicas realizam cursos de preparação à inatividade, mas nem todos têm disposição para participar das aulas. A chegada da aposentadoria sem os devidos cuidados pode provocar profundas consequências emocionais e físicas.
Parar não significa só dormir até mais tarde ou fazer o que se tem vontade. Representa necessidade de reprogramar a rotina. Com frequência vemos homens e mulheres depressivos, solitários, doentes e abandonados pela família. Muitos veem a vida esvaziada de sentido, uma espiral que os especialistas chamam de “estresse da terceira idade”.
A aposentadoria traz alterações no relacionamento familiar. Muitos casais passam a conviver mais, o que nem sempre é uma adaptação fácil. No caso de morar com os filhos, o aposentado passa a ter uma interação maior que, em muitos casos, gera conflitos recheados de discussões e brigas.
Muito diferente da minha época, hoje existe literatura, abundância de pesquisas e experiências para fornecer subsídios a uma velhice com menos sobressaltos e melhor adaptação. O segredo está no interesse pela busca destas informações que viabilizem uma parada profissional tranquila, a partir de alterações que podem acontecer ainda no período de atividade.
Nas como em tudo na vida é preciso preparação e disposição para mudar.

Ao longo do último ano, a situação dos caminhoneiros no Brasil tem se agravado devido à falta de Pontos de Parada e Descanso (PPDs) e à exigência legal de descanso ininterrupto.

Ao longo do último ano, a situação dos caminhoneiros no Brasil tem se agravado devido à falta de Pontos de Parada e Descanso (PPDs) e à exigência legal de descanso ininterrupto. O Brasil, com 1,7 milhões de quilômetros de estradas, mais de 3 milhões de caminhões e cerca de 4 milhões de caminhoneiros, enfrenta uma enorme disparidade: existem apenas 6