A Câmara de Vereadores de Sant’Ana do Livramento sediou, na tarde desta segunda-feira (1º), a Audiência Pública da Comissão Mista do Mercosul e Assuntos Internacionais, que debateu a proteção dos direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade nas regiões de fronteira. O encontro contou com a presença da deputada estadual Adriana Lara, que preside tanto a Frente de Combate à Pedofilia da Assembleia Legislativa quanto a Comissão do Mercosul.
O evento reuniu parlamentares, especialistas, autoridades e representantes de diferentes municípios da região, reforçando a necessidade de ações articuladas entre municípios, Estado e países vizinhos para o enfrentamento à violência e aos crimes que atingem crianças em áreas fronteiriças.
Segundo Adriana Lara, tratar do tema na fronteira é fundamental:
“Sant’Ana do Livramento é uma cidade emblemática. Aqui, ao lado de Rivera, queremos entender como estão a proteção e os direitos das crianças. Precisamos falar deste tema e saber que políticas públicas estão sendo desenvolvidas para proteger nossas crianças na fronteira.”
A deputada alertou para a gravidade dos dados nacionais:
“O Brasil registra cerca de 50 mil crianças desaparecidas por ano. Muitas são captadas por redes criminosas para exploração sexual, tráfico humano, tráfico de órgãos ou drogas. É um crime silencioso, que acontece 90% das vezes dentro de casa, e precisamos dar visibilidade a isso.”
Durante sua fala, Adriana destacou iniciativas legislativas em andamento no Estado:
“Apresentei uma lei que impede que condenados por pedofilia assumam qualquer cargo que envolva contato com crianças ou adolescentes. Também temos aprovado o Cadastro Nacional de Pedófilos, que será uma ferramenta essencial para monitoramento, mas o governo federal ainda não implementou.”
A parlamentar reforçou que o combate à violência contra crianças demanda envolvimento social:
“Defender nossas crianças é dever de toda a sociedade. Precisamos incentivar denúncias, orientar famílias e preparar professores para identificar sinais de abuso. O pedófilo não tem ‘cara de pedófilo’: muitas vezes é alguém em quem se confia.”
A audiência marcou o início de um ciclo de debates regionais sobre o tema, ampliando o diálogo sobre políticas de proteção nas áreas de fronteira.
