Jornal A Plateia – Rádio RCC – Santana do Livramento

sex, 5 de dezembro de 2025

Debate com fundador do Grupo Palmares reforça importância da memória negra em Livramento

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Sant’Ana do Livramento recebeu nesta terça-feira (02), o Dr. Antônio Carlos Cortes, figura histórica do movimento negro brasileiro e um dos fundadores do Grupo Palmares, semente para a criação do Dia da Consciência Negra. O encontro, realizado no Clube Farroupilha, celebrou os 90 anos do clube e marcou o encerramento das atividades da Semana da Consciência Negra na cidade.

A visita de Cortes foi articulada pelo Professor João Batista Conceição, diretor jurídico do Clube Farroupilha, que classificou o momento como “histórico” para a negritude santanense. Cortes, que é advogado e ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura, veio à cidade para uma roda de conversa onde compartilhou suas vivências e a trajetória de luta do movimento negro. Em sua fala, o Dr. Cortes destacou a importância da República de Zumbi dos Palmares, de 1695, como um modelo que o Brasil deveria ter seguido.

“Se tivesse dado segmento, imagina só, uma república a partir de 1695, o Brasil hoje seria uma das grandes potências do mundo, tendo em vista a sua territorialidade e tendo em vista a contribuição do povo indígena e do povo negro, que é a maioria nesse país, 65%.”

O Vereador Rafael Castro, que participou do evento, agradeceu a Cortes pela luta que permitiu o acesso a direitos de reparação, como as cotas universitárias. O Vereador, que é cotista, traçou um paralelo entre sua história e a do Dr. Cortes, que também enfrentou dificuldades na universidade.

“Como é bom escutar as pessoas que vieram antes de nós. As cotas só existem hoje porque teve uma luta do movimento negro, de pessoas como ele.”

O Dr. Cortes, que já esteve em Livramento diversas vezes, afirmou que a cidade o encanta e que ele se sente enriquecido por cada encontro, pois considera a pergunta mais importante que a resposta, transformando a roda de conversa em uma fonte de aprendizado mútuo. A visita de Cortes reforça a relevância do debate sobre a negritude e a história afro-brasileira na Fronteira da Paz.

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