Em meio aos amplificadores ligados no máximo e a energia vibrante das bandas completas que subiram ao palco do Festival Alegretense da Canção (FAC) 2025, foi a delicadeza que pediu passagem. A santanense Luiza Morais foi a grande vencedora do prêmio de Melhor Intérprete, provando que a coragem e o talento, por vezes, não precisam de grandes arranjos para preencher um espaço.
O festival, tradicional celebração da música popular e autoral da região, viu neste ano um destaque singular. Enquanto a maioria dos concorrentes apostava na força instrumental de grupos, Luiza apostou na essência. Sozinha no palco, armada apenas com sua voz e seu violão, a artista conquistou o público alegretense com uma mistura irresistível de simpatia e técnica apurada.
A canção defendida por Luiza, intitulada “Chuva”, foi o veículo perfeito para essa conexão. A letra, carregada de sensibilidade, aborda os questionamentos internos e traz uma mensagem de esperança cíclica: a certeza de que, assim como o sol, os dias melhores sempre voltam após a tempestade. A interpretação visceral e honesta da artista garantiu que cada verso tocasse a plateia e os jurados.
Embora atualmente resida em Santa Maria, onde cursa Música e Tecnologia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), as raízes de Luiza são da Fronteira da Paz.
Nascida e criada em Sant’Ana do Livramento, foi em solo santanense que ela deu seus primeiros passos musicais. Agora, dando início oficial à sua carreira autoral, Luiza leva o nome de sua terra natal consigo, transformando sua formação acadêmica e sua vivência fronteiriça em arte de alto nível.
A vitória no FAC 2025 não é apenas um troféu para a estante, mas a confirmação de que Luiza Morais é uma das novas vozes mais promissoras a surgir no cenário musical do estado.
