O senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS), vice-presidente da recém-instalada CPI do Crime Organizado, afirmou que a comissão nasce com um objetivo definido: “Ela tem foco, não é daquelas CPIs difusas. Queremos entender por que o Estado perdeu a capacidade de controlar certos territórios e apontar caminhos concretos.” Mourão destaca a liderança técnica do relator Alessandro Vieira (MDB/SE) e reconhece o papel do presidente Fabiano Contarato (PT/ES), que “apesar de ser do PT e o PT tem essa simpatia pelo lado bandido das coisas, lamentavelmente. Mas o Contarato é delegado. Acho que podemos levar a bom termo essa CPI”.
O dilema da lei e o conceito de terrorismo
Para Mourão, classificar facções criminosas como organizações terroristas é um tema delicado: “Elas exercem ações de terror, mas essa definição pode gerar penalidades internacionais e prejudicar a economia do país.” O senador explica que o objetivo das facções é manter o controle territorial. “Um fim político de domínio local”, e defende debate técnico sobre o enquadramento legal. “São mais de 80 facções no país penduradas nessas principais que são oriundas do Rio de Janeiro e de São Paulo”.
Integração das polícias
A integração entre forças policiais, segundo Mourão, “é mais retórica que prática”. Ele afirma que a confiança entre instituições é essencial: “Sem confiança entre as polícias federal, civil e militar, não há cooperação verdadeira.” Para o senador, o compartilhamento de informações é prejudicado pelo medo de vazamentos: “Muitas vezes, as operações fracassam porque informações sigilosas escapam.”
Exército nas fronteiras
Mourão relembra que desde 2004 o Exército tem poder de polícia na faixa de fronteira, mas critica a falta de planejamento permanente: “Precisamos de um plano integrado e contínuo, com monitoramento diuturno. Hoje as ações são esporádicas, não há presença constante.” Ele defende reforço logístico e rodízio de tropas para sufocar o tráfico nas fronteiras.
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Fonte: Repórter Brasília
