Messias perdeu todas as condições de ser indicado ao STF diante das graves acusações de prevaricação envolvendo o irmão de Lula
É estarrecedor. As revelações de que o ministro Jorge Messias ignorou alertas internos da própria AGU sobre irregularidades praticadas por entidades sindicais no esquema de descontos ilegais contra aposentados e pensionistas são gravíssimas. Não estamos diante de um simples erro administrativo — estamos falando de omissão deliberada, com claros indícios de prevaricação, que contribuiu para a continuidade de um esquema que saqueou idosos e vulneráveis em todo o país.
Messias, ao permanecer inerte diante de informações formais enviadas à AGU, permitiu que o prejuízo se aprofundasse e que entidades suspeitas continuassem operando livremente. E não é coincidência que entre essas entidades esteja exatamente o sindicato no qual o irmão do presidente Lula ocupa posição de comando. A sensação de blindagem é evidente, e o episódio expõe o que há de mais perverso na máquina pública aparelhada: quando o governo precisa escolher entre proteger o cidadão ou proteger os seus, escolhe os seus.
Diante disso, é inadmissível que o presidente da República mantenha a indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Um nome envolvido nessa teia de omissões, suspeitas e conivências não reúne qualquer condição moral, ética ou institucional para ocupar o cargo de guardião da Constituição. A Corte Suprema exige integridade absoluta — não pode ser tratada como abrigo político para quem deixou de agir diante de um alerta sobre possíveis ilicitudes envolvendo círculos próximos ao poder.
O Brasil não pode normalizar esse tipo de conduta. O Congresso, a sociedade e as instituições precisam reagir com firmeza. A tentativa de empurrar Messias para o STF, em meio a denúncias tão graves, afronta a moralidade pública, mancha a credibilidade do tribunal e revela um governo que trata o Estado como extensão de seus interesses particulares.
O país exige respeito. E respeito, neste caso, significa retirar imediatamente essa indicação e permitir que todas as responsabilidades — administrativas, civis e criminais — sejam apuradas com rigor máximo.
Deputado Federal Zucco (PL-RS) – Líder da Oposição na Câmara dos Deputados
