Jornal A Plateia – Rádio RCC – Santana do Livramento

qui, 11 de dezembro de 2025

RESUMO DE SÁBADO – 25/10/2025

O texto abaixo está em

Edição de Chico Bruno

Manchetes dos jornais e reportagens de capa de revistas

CORREIO BRAZILIENSE – Produzir sem degradar: a lição do Cerrado a COP30
FOLHA DE S.PAULO – Em escalada militar, EUA enviam maior porta-aviões mundial à América Latina
O GLOBO – EUA enviam porta-aviões ao Caribe e aplicam sanção a Petro
O ESTADO DE S.PAULO – ‘Para combater drogas’, Trump manda o maior porta-aviões à América do Sul
Valor Econômico – Não circula hoje
VEJA: A batalha nas redes

Jair Bolsonaro quebrou um paradigma na política brasileira ao vencer a eleição presidencial de 2018 por um partido nanico, com um tempo exíguo na propaganda de TV e poucos recursos públicos à disposição de sua campanha. O capitão se beneficiou do estrago causado pela Operação Lava-Jato nos partidos tradicionais e conquistou o eleitorado com uma intensa atuação nas redes sociais, nas quais era celebrado como “mito”. Desde então, os bolsonaristas dão uma surra na esquerda no universo digital, e Lula e seus principais auxiliares consideram prioridade reorganizar seu campo político para o debate na seara virtual. Neste ano, empresas independentes até detectaram algumas vitórias dos governistas sobre os oposicionistas nas redes. Nada, no entanto, que tenha equilibrado o jogo. Em termos de competitividade, Lula ainda tem um longo caminho a percorrer, mas já estruturou minimamente sua base para uma tentativa de reação — e avançou sobre um território que lhe era completamente hostil. Essa recuperação, cuja sustentabilidade será colocada à prova nos próximos meses, foi captada por um levantamento feito pela Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados. Realizado com base em análises da internet entre janeiro e julho, o estudo mostra que, nesse período, Lula liderou um ranking de relevância nas redes sociais composto por onze nomes cotados para concorrer ao Palácio do Planalto.

CartaCapital: Anunciação

Com a provável indicação de Jorge Messias para o Supremo, o presidente aposta em uma reaproximação com os evangélicos.

Crusoé: Lulismo eterno

Nunca antes na história, o Brasil teve um presidente tão idoso. Nesta segunda, 27, Lula completará 80 anos de vida, mais apegado que nunca ao poder.

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes

Tecnologia no campo – Em Brasília desde 1975, José Roberto Rodrigues Peres é uma das maiores autoridades na pesquisa para a produção agrícola brasileira. Especialista da Embrapa Cerrados, ele trabalhou na transformação do Cerrado de uma terra “inóspita” em uma das regiões mais produtivas do país. Com alta tecnologia, foi possível desenvolver a agricultura e a pecuária com alta produtividade. Em entrevista ao CB.Agro, o pesquisador relembrou os 50 anos de trabalho da Embrapa — o programa de ontem, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio foi o primeiro de uma série para relembrar a importância da empresa estatal no Brasil — e ressaltou o desafio da produção de alimentos em um dos biomas mais ameaçados. Segundo José Roberto, “tecnologia sustentável a gente tem” e a COP30 é uma chance de mostrar esse trabalho. “É a grande oportunidade de mostrar para o mundo que o Brasil, que o Cerrado, principalmente, é responsável pela segurança alimentar do planeta, produzindo sem degradar o meio ambiente.”

Maior de todos – Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (24) que vão enviar o USS Gerald R. Ford, o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, e outras embarcações que o acompanham para a América Latina e o Caribe, em movimento que amplia a presença militar americana na região e dá forte sinalização de pressão à ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela. A presença do maior porta-aviões do mundo, com 333 metros de comprimento e capacidade para carregar até 90 aeronaves, no entanto, sugere outra coisa: maior pressão contra Maduro, que tem pedido paz a Trump após seguidas ameaças do presidente americano. Há 11 porta-aviões no arsenal americano, o que contribui para a relevância do deslocamento do Ford. Maduro, por sua vez, reagiu ao anúncio. “Eles estão inventando uma nova guerra eterna. Mais cedo, o líder venezuelano havia dito “não à guerra louca” e pedido “peace forever” (paz para sempre, em inglês). Em outro flanco, Trump impôs sanções ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusando-o de elo com o tráfico. Em resposta, o colombiano disse que virou alvo, após “lutar contra o narcotráfico”.

Na mesa com Trump – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega para a aguardada reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com uma gama de assuntos a serem colocados na mesa, que vão do tarifaço imposto a produtos brasileiros às retaliações contra autoridades do país, passando pelos ataques que o republicano tem feito à Venezuela e à Colômbia, sob a alegação de combate ao tráfico de drogas. A conversa entre os dois está marcada para o fim da tarde deste do mingo, em Kuala Lumpur, na Malásia — 7h no horário de Brasília. Lula tem reprovado a ofensiva de Trump na América do Sul e, ao criticar novamente o presidente dos EUA, ontem, o chefe do Executivo disse que traficantes são vítimas dos usuários de drogas. A gafe ocorreu quando ele comentava as ações americanas contra narco traficantes na costa da Venezuela. A declaração teve forte repercussão entre opositores nas redes sociais, que acusaram o governo de ser conivente com as organizações criminosas. Horas depois, em postagem nas redes sociais, Lula se retratou e reforçou que é contra o tráfico e o crime organizado, citando ações de seu governo que miram as organizações criminosas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública enviada ao Congresso.

Denúncia contra Flávio – O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou ontem uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), após o filho do ex-presidente sugerir ataques militares dos Estados Unidos na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Para Lindbergh, a declaração de Flávio provoca uma potência estrangeira para intervir militarmente em jurisdição brasileira. “Representa uma afronta direta à soberania e à integridade territorial do Brasil, princípios fundamentais da Constituição”, disse deputado, em nota.

PCC planejava matar autoridades – Policiais civis e militares cumpriram, ontem, 25 mandados de buscas em operação contra um grupo que planejava matar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que, há duas décadas, fustiga o Primeiro Comando da Capital (PCC), e o diretor de presídios Roberto Medina, coordenador das penitenciárias da região oeste de São Paulo, onde está detida a maioria das lideranças da facção criminosa no estado. Medina é um velho alvo do PCC, que também tem entre seus desafetos o promotor Lincoln Gakiya, jurado de morte pela facção. Ambos já tiveram seus nomes envolvidos em outros planos da facção para criar “cadáveres excelentes”, ou seja, vítimas notórias do crime organizado, como o ex-delegado-geral de Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, executado semanas atrás em Praia Grande.

Apelo ao Supremo por prisões – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um apelo direto ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que decrete as prisões aprovadas pelo colegiado. Segundo o parlamentar, há provas documentais, periciais e testemunhais que comprovam a participação de pessoas e entidades no desvio de recursos da Previdência Social, afetando aposentados e pensionistas em todo o país. “Esses homens não vivem sob suspeita, vivem do roubo dos mais pobres”, afirmou Viana durante a reunião da comissão. O senador ressaltou que o pedido é feito “em nome daqueles que não têm voz” e que acreditaram no Estado, mas foram vítimas de esquemas fraudulentos. “Foram mais de 300 horas de trabalho, centenas de requerimentos, dezenas de oitivas e provas incontestáveis. O tempo da paciência acabou, ministro. Agora é tempo de ação. Decrete as prisões já aprovadas por essa CPMI”, cobrou.

O último ato – Por 10 votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, ontem, uma decisão do ministro aposentado Luís Roberto Barroso que autorizava enfermeiros e técnicos de enfermagem a auxiliar em casos de aborto legal. Segundo os magistrados, profissionais da categoria não possuem o conhecimento técnico especializado para procedimentos dessa natureza. Na avaliação do ministro Gilmar Mendes, “não há nenhum fato novo que justifique a atuação monocrática” de Barroso. Segundo ele, uma medida cautelar só pode ser concedida diante de requisitos legais bem estabelecidos. “A ausência de quaisquer deles obsta a concessão de provimento cautelar”, escreveu. O decano foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Vlado, 50 anos depois. “Presente!” – Cinquenta anos depois, o nome de Vladimir Herzog volta a ecoar sob a cúpula da Catedral da Sé, em São Paulo. Hoje, parentes, jornalistas, religiosos e autoridades se reúnem para celebrar a vida e a coragem do jornalista assassinado sob tortura, nas dependências do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). A cerimônia, promovida pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog, refaz o ato inter-religioso que se transformou em símbolo da resistência civil e marco da redemocratização brasileira. Em 1975, no mesmo altar, milhares de pessoas desafiaram a ditadura militar. O evento deste ano tem o mesmo peso histórico daquele que reuniu mais de 8 mil pessoas, no auge da repressão imposta pelo regime dos generais. O encontro homenageia não apenas Vlado, mas, também, todas as famílias que perderam pais, mães, filhos, filhas, irmãos e primos para a brutalidade da ditadura. Herzog foi o primeiro preso político assassinado que teve enterro público, gesto que deu início à derrubada do regime. No evento de hoje, com início previsto para as 19h, o Coro Luther King fará a abertura musical, seguido de manifestações de fé e memória. Está prevista, também, a leitura da carta escrita por Zora Herzog, mãe de Vlado, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro, em tributo às mães e viúvas que transformaram a dor em luta por justiça.

Cinquenta anos de luta democrática – O Brasil reafirma, neste sábado, o compromisso com a democracia. Em São Paulo, um ato com diversos líderes religiosos e autoridades vai relembrar os 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, preso, torturado e assassinado pelo regime militar. O culto na Catedral da Sé será um resgate da histórica cerimônia, realizada em 1975, em homenagem a Herzog em repúdio à violência política da ditadura. A presidente do Superior Tribunal Militar (STF), ministra Maria Elizabeth Rocha, participará da solenidade, com uma breve fala. Trata-se de um gesto de enorme relevância. À frente da Corte que julga crimes cometidos por militares, a ministra testemunhou de perto a violência do arbítrio. O cunhado da magistrada, Paulo Costa Ribeiro Bastos, foi preso, torturado e jogado ao mar pelos agentes da repressão. No discurso que fará em São Paulo, a ministra Elizabeth Rocha lembrará que a democracia, hoje e sempre, é uma conquista que precisa ser defendida a todo momento. “Ao rememorarmos Vladimir Herzog nesta cerimônia, reafirmamos o compromisso inegociável com a verdade, a justiça e a dignidade. Que sua memória siga iluminando nosso caminho e inspirando novas gerações a não se calarem ante a opressão. Vladimir Herzog vive em cada luta por liberdade, democracia e respeito ao ser humano em nosso Brasil”, cita um trecho do texto.

Republicanos – Questionado se está preocupado com as eleições para o Senado do ano que vem, o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que o receio vai além disputa nas urnas. O temor é da chegada de senadores que sejam céticos ao regime democrático. “Só quero gente que não ache que seja fácil ameaçar a democracia brasileira”, afirmou.

Freio na margem – O Ministério Público Federal (MPF) apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para impedir a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Na ação, o MPF pede a suspensão do leilão que definiu os blocos exploratórios na região e a concessão da licença do Ibama para a Petrobras pesquisar a possibilidade de extração. Segundo o MPF, os leilões que antecederam o processo de autorização para a licença de exploração necessitam do Estudo de Impacto Climático (EIC), a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), além da consulta prévia a comunidades indígenas.

Projetos de carbono – A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tornou-se a primeira entidade do país acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para validar projetos de gases de efeito estufa (GEE). A decisão vale para o escopo de florestação e reflorestamento, um marco que insere a ABNT Certificadora na infraestrutura nacional de certificação climática. A medida ocorre às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, em novembro, como parte da agenda global de descarbonização.

Congresso do MP – De 11 a 14 de novembro, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, sediará o XXVI Congresso Nacional do Ministério Público, promovido pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp). Com o tema O MP do Futuro – Democrático, Resolutivo e Inovador, o encontro reunirá membros do MP de todo o país para debater temas, como inteligência artificial, governança, combate à violência de gênero e os 35 anos do Sistema Único de Saúde.

Irreconhecível – A filiação de Ciro Gomes ao PSDB continua rendendo. O senador Cid Gomes (PSB) comentou: “mudar para ter uma condição diferente, muito bem. Mas mudar para se juntar com gente que tem feito mal ao Ceará, não faz sentido. Não consigo me imaginar ao lado de capitão Wagner (União), do André Fernandes (PL)”, disse, em entrevista ao ICL Notícias.

E a fiscalização? – O setor de bets está na bronca com a Meta — dona do Facebook e do Instagram. Empresas relatam à coluna que várias propagandas de casas de apostas ilegais continuam circulando normalmente nas redes da Meta, e com anúncios falsos como promessa de ganhos rápidos e bônus, o que foi proibido na regulamentação das casas de apostas.

Vem aí – Entrou na pauta da Câmara dos Deputados o projeto de lei que renova a isenção tributária de dispositivos de Internet das coisas (IoT) para quarta-feira. A isenção desses mecanismos que ajudam empresas da indústria e agronegócio a otimizar o trabalho acaba em 31 de dezembro. A proposta prevê mais cinco anos de isenção do maquinário. O setor considera o PL uma matéria fudamental.

Pressa – O setor de datas centers anda preocupado com a medida provisória do ReData. A MP caduca em fevereiro, e o setor quer que ela seja votada antes do fim do ano legislativo. Há um receio de que o texto caduque devido ao recesso parlamentar e ao carnaval em 2026.

Dificuldade – A menos de um ano para as eleições presidenciais de 2026, já tem parlamentar reclamando da dificuldade em formar quórum nas comissões. Muitos senadores e deputados estão trabalhando a campanha nos estados. No ano que vem, é provável que ficarão ainda mais tempo longe de Brasília.

Brasil vira epicentro de grupos antivacina – O negacionismo do governo de Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19 e a falta de regulação nas redes ajudou a transformar a desinformação sobre vacinas em um modelo de negócios no Brasil. Em centenas de comunidades no Telegram, conspiracionistas atribuem supostos danos à saúde às vacinas e vendem produtos e cursos como “antídotos”. Um estudo do Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas (DesinfoPop), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta o país como responsável por 40% de todo o conteúdo antivacina na América Latina e Caribe que circulam em comunidades sobre teorias da conspiração. Parte disso se dá pelo tamanho da população brasileira, em comparação a outros países da América Latina. Mas o posicionamento de autoridades sanitárias durante a pandemia foi um fator relevante, segundo o estudo.

CPI gera inquérito – O Supremo Tribunal Federal abriu, em setembro, um inquérito contra Jair Bolsonaro com base no relatório da CPI da Covid, de 2021, que atribuiu ao ex-presidente nove crimes, incluindo charlatanismo e infração às medidas sanitárias. O relatório da CPI também pediu o indiciamento dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, que estiveram à frente da pasta da Saúde no governo Bolsonaro.

Campanha antecipada – Em mais um capítulo da disputal eleitoral para 2026 entre os governos Lula e Tarcísio de Freitas, a Secretaria de Habitação de São Paulo enviou ofício à gestão federal em que questiona as condições de financiamento do programa Reforma Casa Brasil. Para o órgão estadual, as taxas de juros cobradas são abusivas. Lançado por Lula na segunda-feira (20) como aceno à classe média, o programa oferece crédito facilitado para reformas em moradias de famílias com renda até R$ 9.600. Para famílias com renda bruta mensal de até R$ 3.200, o juro ficará em 1,17% ao mês. Para aquelas que ganham de R$ 3.200 a R$ 9.600, a taxa será de até 1,95% ao mês. Secretário estadual de Habitação, Marcelo Branco diz que as taxas de juros do programa federal podem superar ou estão no mesmo patamar da Selic, hoje em 15% ao ano.

Motta completa 100 dias de silêncio – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), completou nesta quinta-feira (23) cem dias de recusa em responder perguntas sobre a existência de funcionárias fantasma em seu gabinete. Nos últimos dez dias, a Folha voltou a procurar o parlamentar diretamente, questionando-o na chapelaria (entrada principal do prédio, por onde passam as autoridades) e em eventos na Câmara dos Deputados, mas ele se negou a comentar. Foram enviadas ainda dez perguntas à assessoria da presidência da Casa, igualmente ignoradas. Com exceção do PSOL, todos os outros líderes dos principais partidos da Câmara também se recusaram a comentar o caso relativo ao presidente da Câmara, que ocupa o terceiro cargo mais importante da República. Ele é o segundo da linha sucessória do presidente da República, depois do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O silêncio quase geral vai da esquerda à direita.

Nova força – A mudança do ministro Luiz Fux para a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pode dar mais força ao ministro Kassio Nunes Marques em um colegiado dominado nos últimos anos pelo decano do tribunal, o ministro Gilmar Mendes. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo, Kassio não se alinhou a nenhuma das correntes da corte. Sua atuação é comparada a um pêndulo: ora vota com André Mendonça, ora forma maioria com Gilmar e Dias Toffoli. A posição de Kassio na Segunda Turma deve garantir a ele o voto decisivo em julgamentos no Supremo e colocá-lo como peça-chave para a nova relação de forças do tribunal. A Segunda Turma do Supremo é composta pelos ministros Gilmar Mendes (presidente), Dias Toffoli, Luiz Fux, André Mendonça e Kassio Nunes Marques. O colegiado é conhecido por ser o mais garantista do tribunal, corrente que prioriza a proteção dos direitos fundamentais e as garantias individuais em detrimento do poder persecutório do Estado. Um eventual alinhamento de Kassio com Fux e Mendonça pode garantir maioria na turma e dar ao trio um poder até então considerado pouco provável, diante das derrotas deles em processos julgados no plenário do Supremo.

Prefiro ter pecha de gastador a de caloteiro – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (24) que considera “ilegal e irracional” a decisão de adiar o pagamento de dívidas judiciais do poder público, conhecidas como precatórios. “Prefiro ficar com a pecha de ter gastado mais do que ficar com a pecha de caloteiro”, disse durante o Seminário de Precatórios do Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo). Sem mencionar diretamente seu antecessor, Paulo Guedes, a declaração faz referência à aprovação pelo governo Jair Bolsonaro da PEC dos Precatórios, que em 2021 adiou o pagamento de dívidas judiciais da União para 2027, de modo a abrir espaço para outras despesas.

População indígena se divide em 391 etnias – O Brasil tem 391 etnias indígenas diferentes, mostram dados do Censo divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dos grupos mapeados, os mais numerosos são os tikúnas (com 74 mil pessoas), seguidos por kokamas (64,3 mil), ambos no Amazonas, e makuxis (53,4 mil), com a maioria em Roraima. Também foram cadastradas 295 línguas indígenas em todo o território nacional, com predominância da tikúna, com 51.978 falantes, da guarani-kaiowá, com 38.658, e da guajajara, que soma 29.212. Entre mudanças e línguas adicionadas, houve um crescimento de 21 idiomas desde o recenseamento anterior. Ao todo, a população indígena registrada no país foi de 1.694.836 pessoas. Os dados consideram a declaração durante o recenseamento, realizado em 2022.

Motta se reposiciona – Hugo Motta, presidente da Câmara, busca recuperar protagonismo político após desgaste com a PEC da Blindagem. Motta aposta em pautas de apelo popular, como a proibição de taxas por bagagem em voos e projetos de segurança pública, tentando se distanciar de uma imagem de bastidores e aproximar-se do eleitorado. Apesar disso, enfrenta a crescente influência de Davi Alcolumbre no Senado e críticas internas sobre sua gestão.

Reorganizando o terreno – A ministra Gleisi Hoffmann e o presidente da Câmara, Hugo Motta, se reuniram com Republicanos e União Brasil para redistribuir cargos no governo, priorizando a lealdade nas votações. Após a derrota da MP sobre o IOF, o governo demitiu indicados que votaram contra a proposta. A reorganização visa garantir apoio em futuras votações e aprovação do orçamento. Reuniões com MDB, PSD e Podemos estão previstas.

PGR persegue servidores que criticaram penduricalhos – A Procuradoria-Geral da República (PGR) iniciou uma investigação sigilosa a pedido da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) sobre servidores que criticaram, via WhatsApp, penduricalhos recebidos por procuradores. As críticas focavam em licenças compensatórias retroativas e salários defasados no MPU. A ANPR defende o direito à crítica, mas condena a disseminação de informações falsas que prejudiquem a imagem institucional.

Justiça deve ‘se aproximar do sentimento do povo’ – O ministro do STF, Luiz Fux, destacou a importância de a Justiça se aproximar do “sentimento constitucional do povo” para garantir legitimidade e respeito às suas decisões. Em evento em São Paulo, Fux enfatizou que o Judiciário deve prestar contas à sociedade e evitar decisões baseadas em paixões passageiras. Durante a palestra, ele também comentou sobre sua experiência como presidente do STF e mudanças recentes na Corte.

Caneladas bolsonaristas – Eduardo Bolsonaro considerou “imprudente” ter dado uma vaga no Senado a Cleitinho Azevedo, após críticas do senador sobre uma possível candidatura presidencial de Eduardo. Cleitinho também afirmou já ter “pago” a gratidão a Jair Bolsonaro. A declaração gerou reações entre apoiadores bolsonaristas. Cleitinho pediu desculpas, alegando que suas falas foram tiradas de contexto, reafirmando sua gratidão ao ex-presidente.

PL tenta tirar Paes do palanque de Lula – O Partido Liberal (PL) busca afastar Eduardo Paes do apoio ao presidente Lula no Rio de Janeiro, visando uma aliança estadual com Cláudio Castro, desde que Paes não inclua o PT. A popularidade de Lula torna essa mudança improvável, mas há interesse de Paes em estreitar laços com o PL antes das eleições de 2026. A estratégia envolve acordos para evitar enfrentamentos eleitorais e garantir posições estratégicas no Senado.

Trump x Lula: ‘Não existe veto a nenhum assunto’ – Às vésperas de se reunir com Donald Trump, o presidente Lula afirma que não haverá veto a temas na conversa, mas se concentrará em corrigir “equívocos das taxações” impostas ao Brasil. Lula busca uma trégua na sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, propondo redução temporária para 10% e exceções para carne e café. Ele também planeja discutir sanções e o uso de moedas próprias no comércio.

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