O Brasil não enfrenta mais um problema de segurança pública. O país mergulhou em uma guerra de fato contra o crime organizado, com facções que se estruturaram como exércitos paralelos, controlam territórios, impõem leis próprias e desafiam abertamente o poder do Estado.
As cenas de horror registradas no Rio de Janeiro, com dezenas de mortos, tiroteios, ataques coordenados e policiais sendo atacados por drones, são o retrato fiel de uma nação sob ataque interno.
A insurgência criminosa deixou de ser uma hipótese e se tornou realidade. O crime hoje domina comunidades inteiras, executa rivais, dita regras e mantém a população refém — como se viu recentemente, quando as facções retaliaram as ações policiais, bloqueando vias e incendiando ônibus em plena luz do dia, paralisando a cidade e aterrorizando famílias.
Diante do caos, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez três pedidos formais de apoio das Forças Armadas para reforçar as ações de segurança e retomar o controle de áreas conflagradas. O governo federal negou todos.
A decisão é tão simbólica quanto trágica. O Estado do Rio de Janeiro — um dos mais estratégicos do país — pediu socorro. E o governo Lula respondeu com silêncio, burocracia e omissão.
Enquanto o crime avança, o Planalto recua. Enquanto policiais arriscam a vida, o governo se esconde atrás de discursos ideológicos. O resultado é um país refém de facções que atuam com mais disciplina e organização do que o próprio Estado.
Em vez de liderar uma reação nacional, o presidente Lula afirmou publicamente que os traficantes são “vítimas dos usuários” — uma declaração que entra para a história como um dos momentos mais lamentáveis da política brasileira. Trata-se de um discurso que inverte a lógica moral da lei e insulta as famílias das vítimas, os policiais mortos em combate e todos aqueles que ainda acreditam na autoridade do Estado.
Além disso, o governo Lula se recusou a apoiar o projeto que classifica o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas.
A mensagem é clara: enquanto o crime desafia o Estado, o governo hesita em chamar o mal pelo nome.
Essa complacência é inaceitável. Nenhum país do mundo sobrevive quando seus governantes preferem relativizar o crime em vez de combatê-lo.
A Câmara dos Deputados tem, agora, a responsabilidade de agir onde o Executivo falhou. Temos diversos projetos em análise que classificam as facções criminosas como organizações terroristas — reconhecendo que o país já não enfrenta meros grupos de tráfico, mas verdadeiras máquinas de guerra que desafiam a soberania nacional.
Aprovando esse projeto, o Parlamento brasileiro envia uma mensagem inequívoca: quem domina território, desafia o Estado e aterroriza a população é inimigo da Nação — e deve ser combatido com os instrumentos e a força que uma guerra exige.
O Brasil está diante de uma encruzilhada histórica. Ou o Estado reage com coragem, unindo suas forças de segurança, inteligência e instituições, ou continuará vendo o crime organizado ocupar o vazio deixado pela omissão federal.
A guerra já começou — nas favelas, nas estradas, nas fronteiras e dentro dos presídios. A diferença é que, hoje, os criminosos estão lutando com mais estratégia, recursos e vontade de vencer do que o próprio governo.
É hora de o Brasil escolher de que lado está. O silêncio do governo é a vitória das facções. A ação do Congresso é a última esperança de um país ainda em busca de autoridade.
Deputado Luciano Zucco (PL-RS)
Líder da Oposição na Câmara dos Deputados
