Os Correios anunciaram um novo plano de reestruturação. A empresa estatal vai recorrer a R$ 20 bilhões em empréstimos para tentar equilibrar as contas até 2026. É mais uma tentativa de salvar um modelo que se mostra, há décadas, financeiramente insustentável e tecnologicamente ultrapassado.
Como deputado federal, votei a favor da privatização dos Correios. Fiz isso porque entendo que o Estado brasileiro não pode continuar bancando prejuízos bilionários de uma empresa que perdeu competitividade, eficiência e capacidade de inovação. Agora, mais do que nunca, o tempo provou que essa era a decisão correta.
O que quase ninguém discute é como chegamos a essa dívida monumental. Foram anos de má gestão, aparelhamento político e resistência a mudanças. Enquanto o mundo avançava em digitalização e logística moderna, os Correios ficaram presos a um modelo estatal pesado, burocrático e lento. A concorrência privada, por outro lado, se reinventou — plataformas digitais, inteligência artificial, entregas por aplicativos e até drones transformaram completamente o setor.
O resultado está aí: prejuízo de mais de R$ 4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, o triplo do ano anterior. E, mesmo diante desse cenário, a solução encontrada é contrair mais dívida, com o dinheiro que, em última instância, sai do bolso do contribuinte.
Os avanços tecnológicos não esperam. O comércio eletrônico cresce, os consumidores exigem agilidade e rastreabilidade, e o Estado segue tentando manter uma estrutura de outro século. O mundo mudou — mas os Correios parecem não ter percebido.
Por isso, vou mandar uma carta — simbólica, é claro — para perguntar: qual é o futuro dos Correios? Continuar sendo um peso nas contas públicas ou se tornar uma empresa moderna, competitiva e sustentável, livre para inovar e prestar bons serviços?
A resposta não pode demorar. O Brasil precisa de eficiência, não de nostalgia. Os Correios já tiveram seu tempo como símbolo nacional. Agora, precisam ser símbolo de transformação. É hora de abrir caminho para o investimento privado, para a modernização e para o fim dos privilégios que custam caro à sociedade.