Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais
CORREIO BRAZILIENSE – Juristas pressionam Lula por uma ministra no STF
GLOBO – Trump autoriza ação secreta da CIA na Venezuela e não descarta ataque
FOLHA DE S.PAULO – Trump autoriza ação secreta da CIA na Venezuela para derrubar Maduro
O ESTADO DE S.PAULO – Trump infiltra a CIA e cogita ataque por terra na Venezuela
Valor Econômico – Baixa contribuição dos trabalhadores por conta própria impõe desafio à Previdência
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importante
Na pressão – A escolha de um nome para substituir Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal — o magistrado antecipou a aposentadoria — está nas mãos do presidente Lula, que deve se manifestar nos próximos dias. Mesmo com alguns nomes favoritos, como Jorge Messias (AGU), Bruno Dantas (TCU) e Rodrigo Pacheco (Senado), cresce na sociedade a mobilização pela indicação de uma mulher ao cargo. Hoje, apenas Carmén Lúcia está na Corte. Ontem, uma carta assinada por juízas recomendou a escolha. Manifestos nas redes sociais — compartilhados e apoiados inclusive por Melina Fachin, advogada e filha do presidente do STF, Edson Fachin — ganharam força de artistas e movimentos sociais.
Criando problema – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que considera expandir as operações militares no Caribe para incluir ataques terrestres na Venezuela, o que representaria uma escalada significativa da campanha americana que até agora tem como alvo embarcações no mar na região. O americano também confirmou ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir ações secretas na Venezuela, intensificando uma campanha contra Nicolás Maduro, o líder autoritário do país. Desde agosto, o governo americano envia navios de guerra ao Caribe para operações de combate ao tráfico de drogas, segundo Washington, enquanto acusa Maduro de liderar redes de narcotráfico. Pelo menos cinco pequenas embarcações foram bombardeadas desde então, deixando 27 mortos, o que Caracas chama de “execuções extrajudiciais”. Horas depois, Maduro denunciou “golpes dados pela CIA” na América Latina em discurso. Ainda não há detalhes sobre a nova autorização da CIA, que foi inicialmente descrita ao jornal americano New York Times por várias autoridades americanas sob condição de anonimato, mas ela permitiria à agência realizar operações letais na Venezuela e conduzir uma série de ações no Caribe. a estratégia do governo Trump para a Venezuela, desenvolvida pelo secretário de Estado Marco Rubio, com a ajuda de John Ratcliffe, diretor da CIA, visa destituir Maduro do poder. Rubio, que também atua como conselheiro de segurança nacional de Trump, chamou Maduro de ilegítimo.
VALOR –
Tarifas, enfim, na mesa de negociação – O chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, reúnem-se hoje em Washington para negociar a aplicação de tarifas contra produtos brasileiros. A data foi confirmada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vieira está na capital americana desde segunda-feira para o encontro, marca do na semana passada durante ligação de 15 minutos entre os dois ministros. A reunião é considerada preparatória para uma bilateral entre Lula e o presidente norte–americano, Donald Trump, prevista para o fim do mês, durante a Cúpula da Asean, na Malásia, e pode abrir caminho para uma redução das taxas impostas ao Brasil. A negociação entre Vieira e Rubio será o primeiro contato formal entre autoridades de ambos os países desde a conversa entre Lula e Trump.
PGR em defesa de Moraes – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para rejeitar o prosseguimento, no Brasil, da ação judicial movida nos EUA pela rede social Rumble e pela Trump Media contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O STJ havia recebido, em agosto, uma notificação da Justiça Federal da Flórida para que Moraes seja intimado a responder à ação. A ação acusa o ministro de violar preceitos da liberdade de expressão nos EUA ao enviar ordens para retirar conteúdo publicado no Rumble e pede que suas decisões sejam consideradas ilegais no país.
Derrubada de MP trava LDO – Em meio ao impasse entre o governo e o Congresso, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou para a próxima terça-feira a votação do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. Há divergências entre os parlamenta res e o Executivo em torno de pontos centrais do texto, especialmente relacionados ao pagamento de emendas parlamentares e às medidas para o equilíbrio fiscal. O anúncio foi feito pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na Residência Oficial do Senado.
Congresso decide sobre vetos – Sem a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), hoje, deputados e senadores devem analisar a série de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à nova Lei do Licenciamento Ambiental. O texto, apelidado por ambientalistas e por parlamentares governistas de “PL da Devastação”, foi aprova do na Câmara em julho, sob forte resistência do Ministério do Meio Ambiente, comandado pela ministra Marina Silva, e enviado à sanção presidencial. Ao chegar à mesa de Lula, o petista vetou 63 trechos da lei, dentre eles a licença simplificada — Li cença por Adesão e Compromisso (LAC) — para empreendimentos de médio potencial poluidor; e a adoção de um procedimento monofásico na concessão da Licença Ambiental Especial (LAE). Outros pontos polêmicos também sofreram vetos totais ou parciais, todos com a “consultoria” do Ministério do Meio Ambiente e de outras pastas. A tendência é que maioria dos vetos, no entanto, seja derruba da pelo Congresso, segundo parlamentares envolvidos nas negociações e ouvidos pelo Correio.
Para bom entendedor – O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), diagnosticou a posição desfavorável do governo no debate orçamentário. E mencionou as possibilidades. “Neste momento, não temos as contas fechadas. Quando o ministro Fernando Haddad fala, por exemplo, em corte de emendas, ele não está fazendo ameaça. É um diagnóstico da realidade: não teremos recursos para várias atividades. Entre elas, as emendas parlamentares”, disse.
Conta complicada – Na complicada relação entre o Planalto e a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), está em jogo o futuro da Lei Geral de Licenciamento Ambiental. Enquanto o governo tenta garantir ao menos a manutenção de 15 vetos, representantes da FPA avaliam se pretendem derrubar uma parte significativa ou todas as alterações feitas pelo Executivo.
PSD insatisfeito – Não é apenas o MDB que está insatisfeito com a leva de exonerações estabelecida pelo governo. A ala governista do PSD também. Parlamentares contam que os pleitos desse grupo não têm sido atendidos pelo governo. Entre os partidos com relação instável com o Planalto, como o União Progressista e o MDB, o PSD tem tido a maior proporção de parlamentares votando a favor da situação.
Nem aí – A bancada oposicionista do PSD, por sua vez, minimizou as exonerações promovidas pelo governo. Na avaliação desses parlamentares, cargos listados são irrelevantes ou não tinham orçamento. Nem dariam portfólio político para 2026.
Telefone sem fio – Parlamentares do centro voltaram a comentar a dificuldade da articulação dos líderes da base aliada. Segundo eles, ninguém do governo ligou para pedir voto a favor da medida provisória da compensação do IOF. Já quem não queria aprová-la ligou primeiro e assegurou o voto dos deputados.
Melhor se preparar – A oposição no Senado está alerta com o favoritismo do Advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda está na memória quando Messias excluiu o Sindnapi, entidade sindical do irmão de Lula, do bloqueio de bens por ocasião do escândalo do INSS. Para a oposição, o episódio põe em xeque a imparcialidade do possível ministro do STF.
E o Orçamento? – O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União-PB), disse já ter alertado o governo sobre os prazos para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Parlamentares temem que a LOA não vá a plenário este ano, prejudicando o empenho de emendas em ano eleitoral.
Setor elétrico na fila – O próximo projeto que deve ganhar espaço no Congresso Nacional é a medida provisória da tarifa social para conta de energia elétrica. O relator, senador Eduardo Braga (MDB AM), deve apresentar o parecer já na semana que vem. A base do governo acredita que vota e aprova sem maiores complicações. Para os governistas, esta MP não enfrenta os problemas que a proposta da compensação do IOF sofreu.
Taxação global – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a taxação global dos super-ricos como instrumento para financiar o combate à crise climática e reduzir a desigualdade social. A mensagem do ministro foi apresentada em carta na reunião anual de 2025 do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington.
Novo teste para os aliados do Planalto – A sessão conjunta do Congresso desta quinta-feira ocorre pouco mais de uma semana depois de o governo sofrer uma derrota categórica com a derrubada da MP 1.303. Será a oportunidade de avaliar se as exonerações ocorridas nos últimos dias mudaram a relação com os partidos que votam com o governo a depender das circunstâncias. Ocorre que o tema que entrará em debate — a Lei Geral Licenciamento Ambiental — não é o melhor termômetro para definir a fidelidade ao Planalto. Desde o início da tramitação, o governo não tem uma posição consensual sobre a lei de licenciamento ambiental — basta recordar os momentos vexatórios por que passou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com os parlamentares. Havendo a apreciação dos vetos ao projeto aprovado no Congresso, não é certo se as ressalvas governistas mais importantes serão consideradas – isso a menos de um mês da COP30. O teste de fidelidade será mais definitivo na terça-feira, data prevista para a votação do Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A queda de braço entre a ala resistente à alta de impostos e as propostas defendidas pelo ministro Fernando Haddad vai esclarecer se o Planalto ganhou musculatura em plenário, ou, como se viu nas últimas votações sobre a alta do IOF, a articulação governista mostrou se insuficiente.
Ministra tem apoio de peso – A campanha para que uma jurista ocupe a cadeira no Supremo Tribunal Federal a ser deixada, até amanhã, pelo ministro Luís Roberto Barroso, ganhou, ontem, uma apoiadora de peso: Melina Fachin, filha do presidente da Corte, ministro Edson Fachin. Ela compartilhou publicações nas redes sociais que pressionam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aumentar a presença feminina na Corte, hoje restrita à ministra Cármen Lúcia. As postagens pedem “uma mulher no STF”, afirmam que “agora tem que ser ela” e destacam que “o Brasil é feito por mulheres — o STF também precisa ser”. Professora, advogada e diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Melina reforça a campanha de juristas mulheres — e mesmo de celebridades como a cantora Anitta e as influenciadoras digitais Juliette e Deolane Bezerra, manifestadas nas redes sociais — de que a vez, agora, é delas. A pressão sobre Lula avançou mais um pouco ontem com a carta a ele dirigida, na qual juízas de todo o país afirmam que há a “necessidade inadiável” de uma segunda ministra. Frisam, inclusive, que “as mulheres são mais da metade da população do país, mas são sub-representadas na Suprema Corte”, o que elas consideram “uma fratura na própria ideia de democracia representativa.” As magistradas argumentam que a escolha de uma mulher trará um “olhar mais amplo” sobre a Justiça e a realidade brasileira. “Em um país com maioria de mulheres, de mulheres negras, é mais que desejável para o pleno funcionamento da Justiça que ali, na Suprema Corte brasileira, existam representantes de toda essa amplitude do Brasil”, diz o documento.
ula critica baixo nível do Congresso – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi vaiado ao participar de evento do Dia do Professor com o presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro. A plateia, formada por docentes da rede municipal e de universidades, proferiu gritos de “sem anistia” no momento em que o presidente da Câmara começou a discursar. Diante da reação do público, Lula se levantou e ficou ao lado de Motta, em uma tentativa de conter os ânimos. O presidente da República já adotou essa postura de ficar em pé ao lado do falante em eventos com governadores adversários durante o atual mandato. Lula fez críticas ao Congresso durante o discurso. “Hugo é presidente desse Congresso e ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, afirmou. O petista também disse que a população precisa de “consciência política” para eleger deputados e senadores em 2026. “A cara do Congresso Nacional é o resultado da consciência política que vocês tiveram no dia das eleições. Depois não adianta reclamar”, afirmou.
‘Não pintou química, foi uma indústria petroquímica’ – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, que, na conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada, “pintou uma indústria petroquímica” e não apenas uma química. “Quando fui falar com Trump, tinha gerado uma química na ONU [Organização das Nações Unidas], 29 segundos [de conversa], então ele me ligou, e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia, [disse] estou fazendo 80 anos hoje, o senhor vai fazer dia 14 de junho, e vamos [nos] tratar como você. Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, disse Lula, em tom de elogio.
Retaliação em curso – O governo brasileiro está intensificando a demissão de ex-aliados em uma reestruturação estratégica, especialmente na Caixa Econômica Federal, que deve ter parte considerável de suas 12 vice-presidências trocadas. As mudanças visam responder à derrota na Câmara em relação à medida provisória do IOF. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, afirmou que a demissão de quem não apoia a reeleição de Lula é “natural”. A reestruturação busca também alinhar a base aliada para futuras votações importantes, como o Orçamento.
CPI do INSS vai votar requerimento para ouvir irmão de Lula – A CPI do INSS votará um requerimento para ouvir Frei Chico, irmão de Lula, sobre descontos irregulares em benefícios previdenciários. Frei Chico, vice-presidente do Sindnapi, não é investigado, mas a votação de sua convocação ocorre “em bloco” com outros requerimentos. Governistas tentam evitar sua convocação individual, estratégia que facilitaria articulações contra o pedido. A expectativa é que peçam a retirada do requerimento.
Câmara aprova suspensão de ação penal contra Gustavo Gayer – A Câmara dos Deputados aprovou a suspensão da ação penal contra Gustavo Gayer (PL-GO) no STF, consolidando o precedente do caso Alexandre Ramagem. Gayer, acusado de calúnia contra senadores, teve a defesa baseada na imunidade parlamentar. A votação, articulada pelo PL, ocorreu sob protestos, mas foi aprovada por ampla maioria. A suspensão é parte de uma estratégia do PL para enfrentar o Judiciário.
Messias defende em parecer constitucionalidade de emendas Pix e impositivas – A Advocacia-Geral da União (AGU), liderada por Jorge Messias, defendeu a constitucionalidade das emendas impositivas e Pix em parecer ao STF. Messias, cotado para o STF, ressaltou a importância de respeitar avanços judiciais prévios. O parecer aborda três ações sobre emendas, destacando a transparência e rastreabilidade dos recursos, temas já abordados pelo ministro Flávio Dino.
PGR defende reabertura de inquérito sobre Bolsonaro – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a retomada do inquérito sobre possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, buscando conexão com a investigação da “Abin Paralela”. O inquérito, pausado desde 2024, visa esclarecer se Bolsonaro tentou obter informações sigilosas. A decisão ocorre após a PF indicar sua participação em um esquema de espionagem ilegal.
Tenta driblar – Messias tenta se firmar como candidato ao STF, enfrentando preferência por Rodrigo Pacheco. Enquanto o ex-presidente do Senado é visto com bons olhos pela cúpula do Judiciário, Messias busca apoio no PT e no presidente Lula, que sinaliza uma escolha cuidadosa. Messias, advogado-geral da União, tenta se destacar ao ganhar a confiança de Lula e atuar em pautas sociais e jurídicas, desafiando a influência de Pacheco.
O natural é ficar no governo quem apoiar a reeleição – A ministra Gleisi Hoffmann destacou que a permanência de deputados no governo está condicionada ao apoio à reeleição de Lula. Após votos contra a Medida Provisória do IOF, a orientação é demitir indicados de parlamentares opositores. Hoffmann também criticou a alta taxa de juros do Banco Central. A reorganização da base aliada visa garantir apoio a Lula em 2026, com foco em compromissos políticos.
Na minha agenda
Em Porto Alegre,
Às 11h30, participo de reunião almoço do Conselho Consultivo da Federação de Entidades Empresariais do RS ( FEDERASUL )