O paciente é um homem de 42 anos, morador de Porto Alegre, que relatou ter ingerido bebida alcoólica em São Paulo (SP), no dia 26 de setembro. Após atendimento médico, ele já recebeu alta e segue em acompanhamento pela equipe de vigilância em saúde da Capital.
De acordo com a SES, o homem apresentou sintomas como febre, dor abdominal e dor de cabeça entre 12 e 24 horas após consumir caipirinhas feitas com vodca. Posteriormente, passou a sentir visão turva e alteração na percepção de cores. No retorno a Porto Alegre, procurou atendimento no Hospital São Lucas da PUCRS, no dia 30 de setembro, onde recebeu tratamento e foi liberado.
A confirmação da intoxicação ocorreu após análise laboratorial de amostra de sangue realizada por um laboratório privado que presta serviços ao hospital. O resultado foi divulgado na madrugada desta quarta-feira (8).
Nota Informativa e orientações aos serviços de saúde
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) publicou uma Nota Informativa com orientações aos serviços de saúde sobre o atendimento e notificação imediata de casos suspeitos de intoxicação por metanol. A SES reforça a importância da atenção dos profissionais para sintomas compatíveis com a intoxicação e destaca que a notificação rápida é fundamental para as medidas de controle e prevenção.
O primeiro passo recomendado é o contato com o Centro de Informação Toxicológica do RS (CIT), pelo telefone 0800-721-3000, com atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana. O serviço orienta sobre o enquadramento do caso e presta apoio ao atendimento clínico.
Definição de caso suspeito
São considerados casos suspeitos pacientes que tenham consumido bebidas alcoólicas e apresentem, entre seis e 72 horas após a ingestão, um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
- Sintomas de embriaguez acompanhados de desconforto gástrico ou gastrite;
- Alterações visuais, como visão turva, borrada, pontos cegos ou redução da acuidade visual.
Em casos mais graves, os sintomas podem evoluir para rebaixamento de consciência, convulsões, coma e até cegueira.
Ações das vigilâncias e forças de segurança
Após a notificação, o serviço de saúde deve comunicar a vigilância municipal, responsável pela investigação do caso. A Brigada Militar deve ser acionada para comparecer à unidade de saúde, possibilitando a apreensão de produtos suspeitos, especialmente em casos que envolvam comércio ou produção clandestina de bebidas.
As investigações são conduzidas de forma conjunta pelas vigilâncias sanitárias municipais, Secretaria da Agricultura e forças de segurança.
Comitê Intersecretarial
Na semana passada, o governo do Estado criou um Comitê Intersecretarial para monitorar e investigar possíveis casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. O grupo reúne representantes das secretarias da Saúde (SES), da Segurança Pública (SSP) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O objetivo é garantir agilidade e integração entre as áreas envolvidas.
Tratamento e novos casos em investigação
A SES também realiza um levantamento junto à rede hospitalar sobre os estoques de etanol farmacêutico, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, e aguarda o envio do antídoto específico fomepizol, adquirido pelo Ministério da Saúde junto a fornecedores internacionais.
Atualmente, o Centro Estadual de Vigilância Sanitária investiga três casos suspeitos de intoxicação em moradores de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Nova Santa Rita. Outros dois casos, em Santa Maria e Porto Alegre, já foram descartados.
📎 Com informações da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul (SES) – saude.rs.gov.br