Na manhã desta quinta-feira (25), a Delegacia de Polícia de Candiota, com apoio da 9ª Região Policial, do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e do 6º RPMon da Brigada Militar, deflagrou a Operação Arcarius nos municípios de Hulha Negra e Candiota. A ação contou ainda com suporte do Batalhão de Choque da Brigada Militar, da Divisão de Operações Aéreas da Polícia Civil, que empregou helicóptero, e do Corpo de Bombeiros Militar.
O objetivo foi o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão em locais investigados no interior desses municípios, onde atua um grupo criminoso apontado como responsável por uma série de invasões de lotes, ameaças e danos ao patrimônio de assentados.
As investigações
De acordo com a Polícia Civil, as apurações tiveram início a partir de múltiplos registros de ocorrência, que somam mais de 20 casos formais, sendo 8 (oito) invasões apenas no mês de setembro. Os líderes do grupo organizavam invasões de forma sistemática, escolhendo lotes cujos proprietários pudessem não estar no local, coordenando as ocupações e submetendo algumas vítimas sob ameaça com uso ostensivo de armas de fogo e facões.
Em diversos boletins de ocorrência, moradores relataram ter sido ameaçados por criminosos que chegaram a acampar por semanas em frente às propriedades, declarando que não deixariam o local “a não ser com ordem judicial”. Em outro registro, vítimas informaram ter sido ameaçadas com disparos de arma de fogo. Houve casos ainda de famílias inteiras que, temendo pela integridade física, optaram por abandonar seus lotes e se afastar da região.
Um dos episódios mais graves aponta que invasores desligaram e possivelmente danificaram câmeras de segurança de uma residência, permanecendo no interior do imóvel.
Resultados da operação
Mais de 260 policiais civis e militares participaram da ofensiva, que resultou em seis prisões em flagrante e na apreensão de seis armas de fogo, incluindo rifles, espingardas e armamento com numeração raspada.
Segundo a investigação, as lideranças identificadas eram responsáveis por incitar e coordenar os atos criminosos, buscando ampliar o controle sobre lotes e pressionar assentados legítimos a abandonarem suas propriedades. Eles foram presos por integrar organização criminosa, invasão de propriedade e posse ilegal de armas de fogo.
O Delegado Cristiano Ritta destacou que a Operação Arcárius representa um passo fundamental para restaurar a paz social na região, impedindo que criminosos subjuguem famílias sob ameaças e emprego de armas de fogo, garantindo segurança à população do campo e responsabilizando os envolvidos em ações que atentam contra o patrimônio e a integridade dos moradores dos assentamentos rurais.
Imagens: Divulgação DRACO Bagé
