Na sessão da Câmara de Vereadores desta quarta-feira (17), o vereador Duda Amaral (PP) se manifestou contrário ao decreto da prefeita Ana Tarouco (PL) que estabelece restrições à circulação de cavaleiros durante as festividades da Semana Farroupilha em Sant’Ana do Livramento.
A norma, publicada na terça-feira (16), proíbe a presença de cavalos em vias urbanas após as 20h entre os dias 9 e 21 de setembro. Também veta a circulação em praças, canteiros e em trechos centrais da cidade, como o Largo Hugolino Andrade, partes da Avenida Almirante Tamandaré e da Avenida João Pessoa. As exceções são o dia 14, para o recebimento da Chama Crioula, e o dia 20, data do Desfile Farroupilha.
Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito, a medida visa reduzir acidentes e preservar a segurança. O órgão argumenta que a baixa visibilidade à noite aumenta os riscos envolvendo animais de grande porte, além de expor cavaleiros e cavalos a situações de vulnerabilidade.
Durante seu discurso, Amaral afirmou compreender os motivos da Prefeitura, mas declarou-se contrário à proibição noturna. Para ele, a solução deveria estar no reforço do policiamento ostensivo e da fiscalização, e não em restrições ao uso de cavalos.
“Quem comete maus-tratos aos animais faz isso em qualquer horário. O que precisamos é de policiamento, como ocorre em eventos como carnaval e shows do aniversário da cidade”, defendeu.
O vereador também criticou os impactos da medida sobre os participantes da Semana Farroupilha, especialmente aqueles que, segundo ele, investem recursos significativos para preparar animais e equipamentos. “Tem pessoas que gastaram mais de R$ 1.500,00 para participar. Quem sai do trabalho à noite já não consegue se integrar à festa”, afirmou.
Amaral destacou ainda que problemas como brigas, depredação e desordem não são exclusivos da festa farroupilha. “Isso acontece também após shows e carnaval. Não é a presença do cavalo que gera esses episódios, e sim a falta de educação de alguns”, declarou.
Para o parlamentar, a restrição pode desestimular a participação popular e enfraquecer a principal celebração cultural do município. “A Semana Farroupilha é o maior evento da nossa cidade. Se não tivermos empatia e estrutura adequada, corremos o risco de perder uma tradição que é símbolo do Rio Grande”, concluiu.
O decreto entrou em vigor na data de sua publicação e segue válido até o fim das festividades.