Em depoimento bombástico à Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (2), o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro afirmou que o ministro Alexandre de Moraes ordenou buscas contra empresários bolsonaristas com base apenas em uma reportagem jornalística, sem qualquer comprovação.
Segundo Tagliaferro, a fundamentação legal para a operação foi elaborada apenas cinco dias depois, com data retroativa — o que, para ele, configura um indício claro de fraude processual. O caso envolve, entre outros, o empresário Luciano Hang, alvo da operação.
Durante a própria audiência, um fato chamou a atenção: o canal de YouTube de Eduardo Tagliaferro foi retirado do ar no momento em que ele prestava depoimento. A queda abrupta, atribuída por muitos à atuação do ministro Alexandre de Moraes, foi interpretada como mais um ato de censura e intimidação.
A sessão, conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), contou com a participação do líder da Oposição na Câmara, deputado federal Zucco (PL-RS). O encontro também discutiu os arquivos do 8 de janeiro e o escândalo da “Vaza-Toga”.
Tagliaferro afirmou que, além desse episódio, existia um gabinete paralelo dentro da Justiça Eleitoral, atuando como uma espécie de “polícia política”, responsável por perseguir opositores, derrubar perfis em redes sociais, fabricar provas e atropelar garantias constitucionais.
Ele destacou ainda que os mesmos documentos que expôs apontam fortes indícios de que as eleições de 2022 teriam sido manipuladas, inclusive com comemorações internas por parte de pessoas que deveriam zelar pela lisura do processo eleitoral.
Segundo o ex-assessor, essas práticas contaminam diretamente os processos relacionados ao 8 de janeiro, tornando-os “completamente ilegais”, já que tiveram origem em provas produzidas de forma viciada. Tagliaferro disse ter submetido o material a perícia independente e colocou toda a documentação à disposição da Comissão e de uma eventual CPI.
O deputado Zucco ressaltou a gravidade das revelações. Ele afirmou que as informações trazidas por Eduardo Tagliaferro são alarmantes e que, se confirmadas, o Brasil estará diante da maior fraude da história democrática e de processos judiciais que não se sustentam. Segundo Zucco, o Congresso tem a obrigação de apurar a fundo, e o mínimo que se espera é coragem para abrir uma CPI e suspender esse julgamento que é uma verdadeira farsa.
A audiência ocorreu em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a suposta trama golpista de 8 de janeiro. Para Zucco, a coincidência reforça ainda mais a necessidade de investigação independente. Ele destacou que não há como ignorar essas denúncias, pois o que se viu é que a democracia pode ter sido manipulada por dentro das próprias instituições. Diante de tais provas, todos os processos do 8 de janeiro e os derivados deles são completamente nulos, porque foram montados a partir de provas inventadas. Essa farsa não pode permanecer de pé.