O líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado federal Zucco (PL-RS), visitou nesta quinta-feira (14) o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em sua residência, em Brasília. A visita foi autorizada judicialmente em razão das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) às pessoas que podem ter contato com o ex-chefe do Executivo.
Segundo Zucco, o encontro teve caráter pessoal e político. “Fui como amigo e como líder da oposição, para conversar sobre o cenário atual, relatar o trabalho que temos desenvolvido no Congresso em pautas como a anistia, o fim do foro privilegiado e também o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado”, afirmou.
O deputado revelou que Bolsonaro se mostrou abatido e com a saúde debilitada, mas firme nas suas convicções. Durante a conversa, os dois trataram ainda das denúncias conhecidas como “Vaza Toga”, envolvendo supostas irregularidades na atuação do ministro Alexandre de Moraes, incluindo a existência de uma estrutura paralela de monitoramento e prisões baseada em publicações de redes sociais. Segundo Zucco, esses casos têm sido noticiados por jornalistas independentes e serão levados formalmente a embaixadas estrangeiras. “Temos mais de 80 cartas preparadas para envio e reuniões marcadas com diplomatas em Brasília”, disse.
Sobre o sistema de visitas, o parlamentar explicou que agora caberá à defesa de Bolsonaro indicar os nomes de quem o presidente deseja receber, encaminhando a solicitação para autorização judicial. “Ele manifestou o desejo de receber algumas lideranças políticas, e a defesa fará os pedidos de acordo com essas prioridades”, afirmou.
Zucco relatou que Bolsonaro também expressou interesse em receber a visita do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), ressaltando que o ex-presidente foi um dos principais articuladores do apoio da oposição à eleição de Motta.
O líder da oposição aproveitou para criticar a política externa do governo Lula, que, segundo ele, estaria rompendo pontes com os Estados Unidos e se aproximando de países comunistas. Para Zucco, a única solução para o crescimento econômico é retomar as relações comerciais e o diálogo diplomático com Washington. “Precisamos de um telefonema entre Lula e o presidente Trump para restabelecer esse canal”, afirmou.
