Dida Larruscain e Edinho Larruscain compartilham o palco, a vida e o amor pela arte
A trajetória da cantora Dida Larruscain é acompanhada por acordes, melodias e lembranças que têm um personagem central: seu pai, Edilacir Larruscain, o querido Edinho, músico, professor e referência cultural em Sant’Ana do Livramento.
Desde pequena, Dida cresceu cercada de arte – não só pela figura do pai, mas também da mãe, que cantava e pintava, e dos avós, que tocavam e cantavam em casa. Em meio a tanta expressão artística, a música
entrou naturalmente em sua vida e o palco se tornou uma extensão da própria casa.
“Desde cedo via meu pai trabalhar com música de forma profissional. Isso me inspirou e, de
certa forma, guiou meus passos para que eu me tornasse a artista que sou hoje” — conta
Dida, que hoje vive em Porto Alegre e já participou do programa The Voice Brasil.
Uma das lembranças mais marcantes da infância está nos domingos embalados pelo som suave do pai tocando violão ou guitarra na sala. Mesmo tentando não acordar as filhas, Edinho era ouvido por Dida, que, com o ouvido apurado e sono leve, se deixava envolver pela música ainda na cama. Foi ali que nasceu o encanto.
E foi no restaurante Coisa Nossa, em Livramento, que ela subiu pela primeira vez ao palco com ele. Tinha 12 anos e cantou cinco músicas. Ganhou 20 reais pelo cachê, valor que guardou por meses e que marcou a descoberta de que a música podia ser também um caminho profissional.
Hoje, com uma carreira consolidada e um EP autoral recém-lançado, Dida carrega a
presença do pai em cada verso e nota. Os dois seguem dividindo o palco, como aconteceu
no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, quando cantaram juntos a música “Faltando um pedaço”, de Djavan, ao lado de Eliana, irmã da cantora. A canção, segundo ela, tem
representado o amor em suas diversas formas, e simboliza o elo musical e afetivo entre pai
e filha.
“Estar no palco com meu pai é estar em casa. É carinho, criatividade, apoio e amor. Desde
pequena, ajudava a carregar cabos, microfones… O palco se tornou um lugar seguro,
familiar. E isso me faz sentir tão à vontade nele até hoje”, revela.
A relação dos dois vai muito além da música. O que Dida leva do pai para a vida é a
humildade e a consciência de que ninguém está pronto, mas todos têm algo a oferecer. O
aprendizado vem tanto das aulas e orientações musicais quanto do exemplo diário de
dedicação, respeito e superação.
Neste Dia dos Pais, a artista não esconde a emoção ao falar do homem que foi e é seu
maior incentivador: “Eu tirei a sorte grande por ter o pai que tenho. Sei que nem todo mundo tem um pai presente e eu me sinto privilegiada por tê-lo ao meu lado. Um homem negro, que venceu desafios, que é referência na cidade e na nossa família. Que me ensinou, com amor e
exemplo, a seguir meus sonhos. Obrigada, pai.