sex, 1 de agosto de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.07.25

RESUMO DE SEXTA-FEIRA – 01/08/2025

Germano Rigotto Foto: Cedida

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais

 

FOLHA DE S.PAULO – Para 57%, Trump erra ao vincular tarifaço a julgamento de Bolsonaro

 

O ESTADO DE S.PAULO – Planalto e Supremo se unem para contestar sanções a Moraes

 

Valor Econômico – Exportadores fazem propostas para pacote de ajuda; apoio de banco público pode ser menor

 

CORREIO BRAZILIENSE – Governo vê brechas para negociar tarifa e fará defesa de Moraes

 

O GLOBO – Brasil e EUA vão negociar tarifas, e café deve ser poupado da sobretaxação

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes

 

Ele está errado – Mais da metade dos brasileiros (57%) acha que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está errado ao pedir que a Justiça brasileira pare o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). É o que mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (31). Para 36% dos entrevistados, no entanto, o líder americano está certo. Outros 7% não opinaram. O tarifaço de 50% sobre produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos deve prejudicar a economia brasileira. Essa é a opinião de 89% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha. Desse total, cerca de 66% avaliam que a medida vai prejudicar muito. Outros 23% acreditam que haverá um pouco de prejuízo. Uma parcela menor (7%) diz não ver impacto negativo. A pesquisa foi feita nos dias 29 e 30 de julho, antes da publicação do decreto que oficializou a sobretaxa de 50% e detalhou a lista quase 700 produtos isentos. O Datafolha entrevistou 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

Solidariedade – Seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estiveram na noite desta quinta-feira, 31, em um jantar no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, os ministros reafirmaram que a atuação da Corte não sofrerá mudanças, apesar das pressões do presidente dos EUA, Donald Trump. Lula prestou total apoio ao tribunal. Estiveram no encontro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Edson Fachin. Os cinco primeiros são os principais interlocutores de Lula no STF. Fachin deve estreitar o relacionamento com Lula a partir de setembro, quando assumirá a presidência da Corte. Além dos integrantes do STF, também estavam no evento o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e procurador-geral da República, Paulo Gonet. Lula convidou os ministros para jantar após a sanção imposta pelos EUA a Moraes, com base na Lei Magnitsky. Antes disso, o presidente havia conversado com Barroso, Mendes e Zanin sobre o assunto.

 

Sugestões dos prejudicados – Empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço de Donald Trump enviaram propostas para o pacote emergencial do governo, e se espera que a ajuda perdure, pelo menos, até boa parte do ano que vem. O Valor apurou que empresas consideram viável, no mínimo, seis meses de validade do plano de contingência, renováveis por mais seis meses, além de linhas de financiamento que podem envolver o BNDES.

 

Café ralo ou forte? – Um dia depois de os EUA reduzirem a lista de produtos atingidos pela sobretaxa de 50% às exportações brasileiras — quase 700 itens foram excluídos — e de o presidente Donald Trump aplicar fortes sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o governo Lula começou a reestruturar a estratégia para a crise com a Casa Branca. Escalado como principal negociador, o vice-presidente Geraldo Alckmin admite que o tarifaço é “menos pior” do que se previa e acredita que a “negociação está começando”, numa referência a setores que não foram contemplados com a isenção: cerca de 35,9% das vendas externas do país serão impactadas, entre as quais, produtos como café, carne bovina, frutas e pescado. Em outra frente, Lula escalou a Advocacia-Geral da União para a defesa de Moraes, enquadrado pela Lei Magnitsky, com restrições políticas e financeiras.

 

Democratas agem contra as sanções – O tarifaço de 50% aos produtos brasileiros pode ser contestado no Congresso norte-americano. Os senadores democratas Jeanne Shaheen, Tim Kaine, Chuck Schumer e Ron Wyden assinaram um comunicado que prevê o uso da chamada “legislação privilegiada”, que submete à Casa a votação das sanções econômicas. No texto, os parlamentares citam o efeito inflacionário que a alíquota de 50% sobre os produtos brasileiros na economia norte-americana. “O presidente Trump não tem interesse em reduzir os custos para o povo americano. Se tivesse, não estaria impondo tarifas e iniciando guerras comerciais sem sentido”, acusaram os parlamentares. Segundo o documento, a ideia é debater no Capitólio as sanções comerciais que o governo Trump vem impondo a vários países, que têm o potencial de impactar severamente a economia norte-americana.

 

Juristas pedem ação do STF contra filho 03 – A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma Arguição de Des cumprimento de Preceito Funda mental (ADPF) para barrar omissões do Estado brasileiro diante do cenário de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos com o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. A peça também tem como foco a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontado como um dos articuladores das medidas contra o país e contra autoridades brasileiras. A ação, protocolada em 30 de julho, classifica-se como “uma resistência jurídica organizada frente a uma escalada de agressões ao ordenamento constitucional brasileiro por atores estrangeiros, tanto estatais, como o governo dos Esta dos Unidos, quanto privados, como as corporações de tecnologia sediadas naquele país”.

 

Orgulho em postagem nas redes sociais – Um dia depois de Alexandre de Moraes ser sancionado com a Lei Magnitsky e de o governo norte-americano ter apresentado a lista de produtos exportados que ficaram de fora do tarifaço baixado por Donald Trump, Eduardo Bolsonaro voltou às rede sociais para, em um depoimento emocionado e dirigindo-se ao pai, se regozijar das ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal e a economia brasileira.

 

Repúdio – William Browder, que em 2009 liderou uma campanha internacional que resultou na aprovação da Magnitsky pelo Congresso dos EUA. Assim que soube do enquadramento de Moraes, criticou a forma de aplicação da lei por Trump. “Passei anos lutando para que a Lei Magnitsky fosse aprovada no intuito de acabar com a impunidade de graves violadores de direitos humanos e de cleptocratas. Até onde posso entender, o juiz brasileiro Moraes não se enquadra em nenhuma das duas ca tegorias”, publicou, em seu perfil, no X (antigo Twitter).

 

Sarney adverte: não se vai “atrás de doido” – Em evento do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), na quarta-feira, o ex-presidente José Sarney defendeu publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sancionado com a Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos. E usou de ironia no apoio ao magistrado afirmando que não se pode correr “atrás de um doido” — referindo-se ao presidente norte-americano Donald Trump. Sarney classificou as medidas norte-americanas, que inclui também o tarifaço contra uma série de produtos exportados para os EUA, de “coisas absolutamente inacreditáveis”. “Meu avô dizia: nunca corra atrás de um doido, porque você não sabe para onde ele vai. Pois bem: é hoje que nós temos a função de verificar e não podemos correr atrás de um doido. Devemos manter a crença no regime democrático, que deve ser de fendido pela Justiça e por todos nós, para que esses 40 anos [da redemocratização do Brasil] se multipliquem numa função eterna, numa função permanente. E que sempre esteja assegurando a cidadania e a liberdade do Brasil”, frisou Sarney.

 

Governo atua para extraditar Zambelli – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passará por audiência de custódia, hoje, na Itália. A parlamentar licencia da está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, desde terça-feira (29). Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome as “providências cabíveis e necessárias” para extraditar a congressista. “Considerando a comunicação da prisão da ré condenada Carla Zambelli Salgado de Oliveira na República Italiana, oficie-se à Advocacia-Geral da União para que acompanhe e adote as providências cabíveis e necessárias relacionadas ao processo de extradição da ré”, escreveu Moraes no despacho. O magistrado já havia determinado que o STF enviasse os documentos necessários para o Ministério da Justiça solicitar a extradição de Zambelli.

 

Sete novos deputados na Câmara – A partir deste mês, sete novos deputados assumem suas respecti vas cadeiras na Câmara dos Depu tados devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte Su prema deu uma nova interpretação jurídica sobre a distribuição de “so bras eleitorais” nas eleições propor cionais, que define a distribuição de cadeiras de deputados e vereadores, conforme os votos das legendas, e mudou a composição da Casa. Embora tenha tentado reverter a mudança, o presidente da Câ mara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou a perda de mandato dos congressistas na quarta-feira (30). A decisão de Motta afeta, principalmente, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha 88 deputados na base e perdeu dois deles: a deputada Silvia Waiãpi (AP) e a deputada Sonize Barbosa (AP). Ontem, o sistema da Câmara já refletiu a mudança na distribuição das bancadas. O PL, agora, aparece com 86 parlamentares. Perderam uma cadeira as seguintes legendas: MDB, com 43 deputados; o União Brasil, com 59, e o PDT, com 16. Por outro lado, o Podemos, por sua vez, ganha mais duas cadeiras, enquanto PCdoB, Republicanos e PSB, mais uma. O PP perde um deputado em Tocantins, mas ganha um representante no Amapá. Os deputados que perderam o mandato foram: Gilvan Máximo (Republicanos-DF); Augusto Puppio (MDB-AP); Lebrão (União-RO); Lázaro Botelho (PP-TO); Professora Goreth (PDT-AP); Silvia Waiãpi (PL-AP); Sonize Barbosa (PL-AP). Eles deixam os cargos para a entrada dos seguintes deputados: Professora Marcivânia (PCdoB-AP), Paulo Lemos (Psol-AP), André Abdon (Progressistas-AP), Aline Gurgel (Republicanos-AP), Presidente da Casa, Hugo Motta, acata decisão do STF para a mudança Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Rafael Bento (Podemos-RO), e Tiago Dimas (Podemos-TO).

 

Foco nas redes – O PT tem trabalhado para investir em marketing e gerar memes na internet. A participação de Alckmin em um programa de entretenimento é vista como “uma grande sacada” da equipe, pois expõe as várias faces da Presidência para gerar engajamento nas redes sociais — principal território do bolsonarismo e termômetro para as eleições de 2026.

 

Bom humor acima de tudo – Conhecido por suas meias temáticas, Alckmin escolheu grãozinhos de café para estampar a peça usada ontem. Óbvio que a atenta Ana Maria Braga aproveitou para brincar com o vice-presidente e presenteá-lo com uma novidade com desenhos de cubo mágico em alusão ao desafio que ele enfrenta diante da sobretaxa norte-americana. O costume das meias temáticas conquistou até o presidente Lula, que ganhou do prefeito do Recife, João Campos (PSB), dois pares, um deles com carinhas de capivara. Nos tribunais superiores, também há a mesma tendência entre circunspectos ministros.

 

Há quem critique… – Líder da oposição na Câmara, tenente-coronel Zucco (PL-RS) criticou a brincadeira das meias temáticas do vice-presidente. Para ele, o momento não é de piada nem de fazer graça. “Alckmin prefere a coxinha do estúdio e a selfie com o Louro a enfrentar a realidade”, disse à coluna. “O resultado está aí: tarifas altíssimas sobre nossas exportações, queda de confiança internacional e um vice-presidente apresentando meias coloridas na TV”, acrescentou.

 

Solidariedade a Moraes – A Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) manifestou, ontem, preocupação e repúdio à decisão do governo norte americano na imposição de sanções aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, a Alexandre de Moraes. Em nota, a entidade diz que há um ataque à jurisdição constitucional, um dos pilares da democracia brasileira e, portanto, é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. “A medida, sem precedentes nas relações entre as duas nações democráticas, configura ingerência externa indevida nos assuntos internos do Estado brasileiro e agride frontalmente a soberania nacional e a independência entre os Poderes”, afirmou o documento.

 

Nova configuração – O ex-governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) comemorou o retorno à Câmara dos Deputados após a decisão do STF sobre a regra de distribuição das chamadas sobras eleitorais. “A justiça está sendo feita, embora tenha demorado muito, perdemos muito tempo de mandato, terão que ser quatro anos em um”, disse à coluna. Ele afirmou que o foco de seu mandato será a implementação de projetos ligados à sustentabilidade.

 

Alckmin em alta – A participação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no programa Mais Você, de Ana Maria Braga, na TV Globo, coroou o bom momento do ex-governador paulista no Executivo. A apresentadora se derramou em elogios ao “Dr. Geraldo”, que também é médico anestesista, lembrou de encontros anteriores, inclusive, que cozinhou com a vice-primeira-dama Dona Lu, no Palácio dos Bandeirantes. Na avaliação de interlocutores do governo, ele soube explicar com dinamismo o tarifaço e o impacto da crise comercial com os Estados Unidos numa linguagem acessível e popular. Inicialmente, visto com desconfiança, Alckmin ocupa o protagonismo nas negociações, pois acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Quem não gostou muito da popularidade de Alckmin foi a oposição. Procurados pela coluna, senadores e deputados desdenharam. Uns responderam não terem assistido à entrevista, outros disseram que o pouco que acompanharam foi o suficiente para vê-lo como um “artista” e não um negociador hábil.

 

Expulso do PL, por criticar Trump, interessa ao centrão – Expulso do PL nesta quinta-feira (31), o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues já desperta o interesse de dirigentes do centrão. Presidente do MDB, Baleia Rossi telefonou para Rodrigues ao saber da sua saída do partido de Jair Bolsonaro. Ele demonstrou solidariedade ao colega e disse que o MDB está de portas abertas para recebê-lo. Ambos ficaram de voltar a se falar nos próximos dias. A expulsão, no entanto, ainda é vista com certa desconfiança. Uma liderança do União acredita na possibilidade de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, rever a saída de Rodrigues —ambos são bastante próximos. Até por isso, o União deve aguardar pelos próximos dias antes de fazer qualquer convite para o deputado e “se intrometer” no partido de Valdemar. O presidente do PL afirmou, em nota, que a expulsão de Rodrigues ocorreu após pressão da bancada, sobretudo da ala bolsonarista que se irritou pelo fato de o deputado ter defendido o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem o chamou de um dos maiores juristas do país, e criticado Donald Trump.

 

Centrais sindicais brasileiras ganharam apoio da AFL-CIO, a maior federação de sindicatos nos EUA – Centrais sindicais brasileiras ganharam apoio da AFL-CIO, a maior federação de sindicatos nos Estados Unidos, para se manifestarem contra o tarifaço imposto pelo governo Donlad Trump. Em conjunto com a central americana, as brasileiras Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CUT (Central Única dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central), Intersindical, Pública (Central do Servidor) e Conlutas assinam uma faixa, que será colocada em frente ao consulado dos EUA nesta sexta-feira (1º), com dizeres contra o presidente americano.

 

Moraes não quer atuação do governo em sua defesa nos EUA – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), informou ao governo Lula (PT) que descarta, por ora, uma ação em sua defesa nos EUA. Por determinação do presidente Lula (PT) e por sugestão de ministros do STF, a AGU (Advocacia-Geral da União) representaria Moraes diante da Justiça dos Estados Unidos para questionar a sanção financeira imposta pelo presidente Donald Trump. O uso da estrutura da AGU em favor de Moraes tinha sido sacramentado após encontro fora da agenda de Lula com ministros do Supremo na noite de quarta-feira (30). Moraes disse, no entanto, que dispensaria, por enquanto, a oferta. Durante jantar na noite desta quinta-feira (31), no Palácio da Alvorada, ele afirmou que não pretende estabelecer relação com os EUA. Não está descartada, no entanto, uma atuação da AGU em seu favor em âmbito internacional. Mostrando-se tranquilo, segundo relato dos participantes do jantar, Moraes também minimizou a possibilidade de sofrer as sanções impostas pelo governo americano em território brasileiro. O magistrado disse ainda que não deixará de exercer seu trabalho diante da ameaça.

 

Diálogos – No segundo debate da série Diálogos, realizado na quinta-feira pelo GLOBO, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Piauí, Rafael Fonteles (PT), manifestaram divergências sobre a crise entre Brasil e Estados Unidos, a despeito da concordância sobre os efeitos econômicos do tarifaço, um dia após o presidente americano Donald Trump aplicar a medida. Opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mineiro disse que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “paga pelo que plantou”, criticou a postura do petista na relação com Trump e questionou a participação do país no Brics. Fonteles, por sua vez, avaliou que a gestão Lula tem atuado bem ao manter o diálogo com as autoridades americanas “sem ser subserviente”, o que já teria acarretado recuos de Trump.

 

Direita poupa Eduardo – Lideranças da direita brasileira estão preocupadas com o impacto eleitoral e diplomático das ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA, que pressionam por sanções contra autoridades brasileiras. O aumento de tarifas anunciado por Trump gera divisões internas, com críticas veladas de figuras como Sergio Moro e Ricardo Salles, que temem consequências econômicas negativas. Apesar das tensões, Eduardo é poupado de críticas diretas por aliados.

 

Lula reforça discurso de soberania – m meio à crise com os EUA, Lula reforça a defesa da soberania brasileira após tarifas impostas por Trump, mas pondera ataques devido a preocupações econômicas. O foco será a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. O governo busca negociar, mas sem ceder, enquanto medidas para mitigar impactos econômicos são preparadas. A popularidade de Lula mostra leve recuperação em pesquisa recente, mas o tema da soberania pode não se sustentar até as eleições.

 

STF retoma os trabalhos – O STF retoma suas atividades em meio à polêmica sobre sanções dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, com a Corte defendendo a independência do Judiciário. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros do STF para discutir a situação, enquanto a AGU estuda medidas legais contra a aplicação da Lei Magnitsky. O caso da trama golpista envolvendo Bolsonaro está programado para julgamento em setembro. Pesquisa aponta que maioria dos brasileiros vê erro de Trump ao interferir no Judiciário brasileiro.

 

 

Rosa Riscala: Tarifaço recupera trade eleitoral

Na agenda dos indicadores, saem o payroll (9h30) e a produção industrial do IBGE (9h)

… Apple saltou 2,5% no after market com as vendas do iPhone bombando no terceiro trimestre. Já Amazon afundou quase 7%, frustrada pelos guidances. Aqui, Vale abre sob a primeira impressão positiva do balanço de ontem à noite e da distribuição de JCP. O ADR subiu 0,5% em NY. Na agenda dos indicadores, a produção industrial do IBGE (9h) deve voltar a crescer em junho, depois do recuo em junho. Nos EUA, o payroll (9h30) deve exibir nova desaceleração em julho, mas o Fed segue insensível a já projetar corte do juro em setembro, de olho no desfecho das negociações tarifárias. Venceu à meia-noite o deadline de Trump. A Casa Branca anunciou tarifas para mais de 60 parceiros. A do Canadá subiu de 25% para 35%. Ainda falta saber se a trégua com a China será estendida. Em Brasília, Lula articula reação à ofensiva contra o Brasil e o STF, enquanto o mercado teme o capital político que a crise rende ao governo.

CAIU NO COLO – O País unido contra Trump era tudo que o governo mais precisava para recuperar a popularidade. As pesquisas já começam a capturar o efeito do tarifaço na aprovação do Planalto, e Lula vai surfar nesta onda.

… O Valor apurou que, em reunião com auxiliares, o presidente decidiu que vai recorrer, mais uma vez, a um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para responder às recentes sanções dos Estados Unidos.

… A dúvida na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) é qual a melhor data para a veiculação da mensagem presidencial. Uma das possibilidades é que o discurso de Lula seja exibido já no próximo domingo.

… Ele pretende discursar tanto sobre a sobretaxa de 50% contra produtos brasileiros como sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, em defesa da soberania, da independência do Judiciário e também do Pix.

… Faturando o bom momento, Lula aumenta sua exposição e marcou para hoje (10h), no Palácio do Planalto, a cerimônia de entrega simultânea de 1.876 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Casa, vitrine eleitoral do PT.

… A data do evento é simbólica e havia sido escolhida a dedo por Lula, já que coincidiria com o dia em que, inicialmente, a sobretaxa dos Estados Unidos sobre o Brasil entraria em vigor, depois adiada por Trump para o dia 6.

… Sondagem AtlasIntel/Bloomberg revelou que a maré de desgaste do governo Lula começa a virar. Pela 1ª vez no ano, a aprovação da gestão (50,2%) superou a reprovação (49,7%). A margem de erro é de 1 ponto percentual.

… No levantamento anterior, a desaprovação ao governo era de 50,3% contra 49,7% de aprovação.

… Em outro recorte do cenário atual, o Datafolha foi às ruas para avaliar o efeito do tarifaço e da investida política de Trump sobre o sentimento. Nove em cada dez brasileiros (89%) avaliam que a taxação vai prejudicar a economia.

… Até mesmo entre os eleitores de Bolsonaro, a avaliação ampla (92%) é de que as medidas do governo norte-americano serão prejudiciais ao Brasil. É curioso que este porcentual seja superior ao do eleitorado de Lula (87%).

… Outra surpresa é que, apesar da esmagadora percepção entre os que votaram em Bolsonaro de impacto negativo do tarifaço na economia brasileira, 66% avaliam que Trump está certo ao tentar interferir no Judiciário.

… No total da população, 57% avaliam que o republicano não deveria pedir o fim do julgamento de Bolsonaro.

TEM ATÉ DIA 6 – Em conversa com repórteres na porta da Fazenda, Haddad informou que será agendada uma segunda conversa com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para discutir o tarifaço.

… Segundo o ministro, nada do que foi decidido contra o Brasil não pode ser revisto e esta semana é o começo de uma conversa “mais racional, mas sóbria, menos apaixonada” para explicar como funciona o Judiciário no Brasil.

… “Vamos recorrer nas instâncias devidas tanto nos Estados Unidos quando nos espaços internacionais”, afirmou.

… Fontes do Valor informaram que a ordem passada à diplomacia e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é continuar apresentando o Brasil publicamente como um país aberto à conciliação.

… Ainda assim, nos bastidores, integrantes do Executivo admitem que a Lei da Reciprocidade segue sendo tratada como uma das cartas na manga que o governo cogita usar se os americanos continuarem fechados a negociar.

… Indignados com as tarifas “imprudentes” contra o Brasil, quatro senadores americanos preparam uma manobra política que pode forçar o Senado americano (que só volta do recesso em setembro) a votar a taxação de 50%.

… Os democratas Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, Jeanne Shaheen, Tim Kaine e Ron Wyden planejam apresentar uma “legislação privilegiada’’, uma forma de regime de urgência para desafiar as tarifas impostas.

… No texto, os senadores alegam que a alíquota de 50% contra o Brasil aumentará os custos para os americanos em produtos domésticos básicos, prejudicará as economias de ambos os países e poderá aproximar o País da China.

PLANO DE CONTINGÊNCIA – Lula decidiu que não haverá mais a divulgação de um pacote. Ele preferiu optar por anúncios pontuais de medidas, segundo O Globo, dependendo do avanço das negociações com os americanos.

… Entendimento do governo é de que ainda há espaço para concessões por parte do governo de Washington.

… O governo Lula avalia que o café ainda poderá ser contemplado na exceção global das tarifas de Trump. O secretário de Comércio de EUA, Howard Lutnick, sinalizou que “recursos naturais” poderiam ser isentos.

… O setor de varejo e a indústria devem apresentar um “manifesto antitarifaço” para o governo federal.

… O texto, obtido pelo Valor, defende medidas de estímulo aos negócios, como suspensão da elevação do IOF e apoio financeiro aos segmentos por meio de linhas de apoio ao ACC, o adiantamento de contratos de câmbio.

… O documento fala ainda em simplificação na contratação de funcionários na base CLT, para absorver empregados que forem demitidos durante o tarifaço. Ainda não está definido quais entidades assinarão o material.

… Levantamento preliminar do governo indica que, na prática, depois das quase 700 exceções anunciadas pela Casa Branca, 44,6% das exportações brasileiras serão poupadas e a tarifa americana incidirá sobre 35,9% da pauta.

JANTAR COM A CORTE – A portas fechadas, no Palácio da Alvorada, Lula conseguiu se reunir com seis dos 11 ministros do STF convidados. Só faltaram André Mendonça, Nunes Marques, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

… Como ontem foi o último dia do recesso no tribunal, nem todos os magistrados compareceram.

… O encontro foi uma forma de Lula demonstrar solidariedade em relação às sanções impostas por Trump contra o Poder Judiciário e a expectativa era de que o presidente apresentasse a estratégia jurídica para reverter a investida.

… Em apuração do Broadcast, a AGU avalia acionar a Justiça americana contra a sanção a Moraes, enquadrado pela Lei Magnitsky, e teria que contratar escritório de advocacia nos EUA com legitimidade para acionar o Judiciário lá.

… Outra possibilidade na mesa é questionar a violação ao direito internacional na Corte Internacional de Justiça, ligada à ONU. O advogado-geral da União, Jorge Messias, participou do jantar ontem com os ministros do Supremo.

… Também o PGR, Paulo Gonet, marcou presença. Moraes se sentou entre ele e Lula, que considerou as sanções ao ministro como uma “afronta ao Brasil” e disse que não vai tolerar intromissões do governo americano no Judiciário.

… A sessão de reabertura dos trabalhos no Supremo está agendada para hoje, às 10 horas.

… Além de Barroso, outros ministros pretendem discursar em defesa de Alexandre de Moraes e do tribunal, em reforço à postura da Corte de não se render a pressões políticas no curso do processo sobre a trama golpista.

TACO? – Horas depois de o governo americano ter anunciado a elevação de 25% para 35% da tarifa sobre os produtos canadenses, Trump afirmou que está aberto a novas discussões com o primeiro-ministro, Mark Carney.

… Comunicado da Casa Branca havia atribuído a taxação maior à falta de cooperação do Canadá no combate às drogas. Além disso, a decisão sugeria uma retaliação por Carney ter prometido reconhecer a Palestina em setembro.

… Ainda ontem, Trump adiou o aumento das tarifas ao México por 90 dias, que durante os próximos três meses continuará pagando 25% sobre fentanil, 25% sobre carros e 50% sobre aço, alumínio e cobre.

PAYROLL – Dois dias depois de Powell ter comentado na coletiva do Fed que precisa de mais evidências de fraqueza do mercado de trabalho para defender um corte do juro em setembro, o relatório de emprego deve desacelerar.

… Analistas esperam a criação de 101 mil postos em julho, pelo Projeções Broadcast. Caso se confirme, o número representará perda de fôlego contra junho (147 mil vagas) e maio (139 mil). As projeções vão de zero a 170 mil.

… O salário médio por hora deve avançar 0,3%, acima do 0,22% do mês passado. Na comparação anual, deve vir em 3,8%, ligeiramente abaixo da variação de 3,9% de junho. Já a taxa de desemprego deve subir de 4,1% para 4,2%.

… Por enquanto, o mercado vai descolando as apostas de flexibilização monetária pelo Fed para outubro.

… De volta à rotina de insultos contra Powell pela demora em baixar os juros, Trump insinuou que o presidente do Fed age por motivação política em favor dos democratas e o chamou de “estúpido”, “perdedor” e “não inteligente”.

MAIS AGENDA – Além do payroll, sai nos Estados Unidos a leitura de julho do PMI industrial medido pela S&P Global (10h45) e pelo ISM (11h). A expectativa de inflação será conferida no sentimento do consumidor/Michigan (11h).

… No mesmo horário, têm os investimentos em construção em junho. Às 14h, dados de petróleo da Baker Hughes.

… O PMI industrial de julho será divulgado na Alemanha (4h55), zona do euro (5h), Reino Unido (5h30). Às 6h, é a vez do dado preliminar de julho do CPI na zona do euro. O teste de estresse de bancos da UE vem às 13h.

AFTER MARKET – Apesar de o lucro da Amazon, de US$ 1,68 no segundo trimestre, ter superado a previsão de US$ 1,33, a projeção de US$ 18 bi de lucro operacional para o terceiro trimestre decepcionou a aposta de US$ 19,5 bi.

… Já a Apple agradou lucro líquido de US$ 23,43 bilhões no terceiro trimestre fiscal e lucro ajustado por ação de US$ 1,57, acima da previsão de US$ 1,43. A receita de US$ 94,04 bi também veio melhor que a projeção de US$ 89,30 bi.

… Hoje, a Chevron e a Exxon Mobil divulgam os seus balanços antes da abertura do mercado em Nova York.

CHINA HOJE – O PMI industrial medido pelo setor privado (S&P Global) retornou ao território contracionista em julho, caindo para 49,5, de 50,4. A leitura veio em linha com a deterioração registrada um dia antes pelo dado oficial.

JAPÃO HOJE – O PMI industrial caiu de 50,1 em junho para 48,9 em julho, segundo pesquisa final da S&P Global. O indicador ficou abaixo do patamar neutro de 50, ou seja, indicando contração da atividade econômica no país.

AQUI – O cenário de juro restritivo deve limitar o crescimento da produção industrial de junho a 0,3%. Ainda assim, se confirmada a mediana no Broadcast, o resultado marcará uma recuperação contra o recuo de 0,5% em maio.

… Já na comparação com junho do ano passado, o indicador deve apresentar uma contração de 0,6%.

… Às 8h, sai a prévia do IPC-S. Após o fechamento do mercado, a Fertilizantes Heringer divulga seu balanço.

TRADE ELEITORAL VOLTA COM TUDO – Apesar de alguns analistas dizerem ser cedo para negociar em cima da eleição presidencial de 2026, Lula volta a ser mais competitivo que seus concorrentes e assusta os mercados.

… Como lembrou o Valor, no primeiro semestre, bancos estrangeiros como Morgan Stanley e JPMorgan haviam reforçado o otimismo com as ações brasileiras devido à chance de eleição de um governo de direita e pró-mercado.

… A sorte parece estar mudando, embora a aposta seja mesmo prematuras, em especial se houver desaceleração relevante da economia no fim deste ano.

… Seja como for, no day after ao alívio parcial no tarifaço de Trump ao Brasil, o Ibovespa cedeu 0,69%, aos 133.071 pontos, com giro de R$ 21,2 bilhões. No mês, acumulou perda de 4,17%.

… Os frigoríficos lideraram as baixas do pregão, já que as carnes ficaram de fora da lista de exceções do tarifaço de 50%. Marfrig derreteu 10,2% (R$ 21,30), BRF levou um tombo de 5,65% (R$ 20,05) e Minerva, de 4,45% (R$ 4,94).

… Blue chips também foram mal. Vale (-0,71%; R$ 53,46), novamente acompanhou a queda do minério de ferro, desta vez de 2,38%.

… A AGU ajuizou ação no TRF-6 contra a Vale, cobrando o ressarcimento de R$ 2 bilhões por danos causados ao patrimônio público. A mineradora é acusada de extração irregular na mina do Tamanduá, em Nova Lima (MG).

… O petróleo também recuou e Petrobras ON caiu 0,56% (R$ 35,79), enquanto a PN perdeu 0,40% (R$ 32,64). Com realização de lucros sobre os ganhos recentes, o Brent para outubro caiu 1,06%, a US$ 71,70. No mês, subiu 6,8%.

… Ambev também teve queda expressiva (-5,25%; R$ 12,46) depois da divulgação do balanço, com várias instituições reforçando indicação “neutra” para a ação.

… Usiminas liderou as altas com 5,80% (R$ 4,38), após notícia de que a CSN vendeu quase metade de sua posição no ativo por determinação do Cade.

… A Globe Investimentos, veículo de investimentos financeiros da família Batista, comprou os 4,99% das ações vendidas pela CSN.

… Fora do tarifaço, Embraer teve nova alta expressiva: +5,78% (R$ 80,66), seguida de TIM (+3,50%; R$ 20,71), que recebeu recomendação de compra pelo JPMorgan após resultados “sólidos” no segundo trimestre.

… Entre os grandes bancos, só Itaú ON subiu 0,26% (R$ 31,33). Bradesco ON caiu 0,45% (R$ 13,40), a unit do Santander cedeu 0,64% (R$ 26,43) e Banco do Brasil recuou 1,01% (R$ 19,70).

EFEITO COLATERAL – Às voltas com o tarifaço e a forte saída de fluxo gringo, o Ibovespa teve o pior julho em 14 anos, desde 2011. Caiu dos 141 mil pontos para 133 mil pontos, depois do melhor primeiro semestre desde 2016.

… O dólar voltou aos R$ 5,60 e os juros futuros incorporaram prêmio de risco durante o mês desafiador.

… Desde novembro, o real não ia tão mal contra a moeda americana, que subiu 3,07% em julho e 0,21% ontem, em meio à disputa pela Ptax do mês. Depois de vários dias testando os R$ 5,60, a moeda fechou em R$ 5,6008.

… Commodities em queda e o trade eleitoral pesaram no câmbio ontem, além da alta da moeda americana lá fora com o discurso mais duro de Jerome Powell (Fed) na 4ªF continuando a reverberar no mercado.

… Mas o carry trade favorável, com o Copom reforçando a mensagem de Selic em 15% por período “bastante” prolongado, impediu um salto maior do dólar no dia.

… Em NY, o índice DXY avançou 0,15%, a 99,968 pontos, depois de tocar nos 100 pontos pela primeira vez desde maio, puxado pelo PCE acima do esperado (leia abaixo). Em julho, o índice subiu 3,25%.

… O euro subiu a US$ 1,1430, mas a libra recuou a US$ 1,3223. O dólar subiu a 150,71 ienes, após o Banco do Japão (BoJ) manter em 0,50% a taxa de juros, conforme o esperado.

… Nos juros, a mensagem hawkish do Copom, que não enfatizou os sinais recentes de desaceleração da economia e da inflação, esfriaram a expectativa por cortes da taxa no curto prazo.

… A Pnad do segundo trimestre, com uma taxa de desemprego de 5,8%, a menor da série histórica iniciada em 2012, corroborou a cautela do Copom, que no comunicado da decisão citou o “dinamismo” do mercado de trabalho.

… A pesquisa AtlasIntel também deu sua contribuição para manter os juros pressionados, já que mostrou chances maiores da continuidade de uma política fiscal mais expansionista com Lula encorajado pela reação na popularidade.

… Nos números apresentados pelo BC ontem, a dívida bruta do setor público consolidado, que inclui Estados, municípios e algumas estatais, subiu de 76,1% em maio para 76,6% do PIB em junho.

… A dívida líquida atingiu o recorde da série histórica (iniciada em 2001), em 62,9%.

… A taxa do DI Jan/26 subiu de 14,915% no ajuste anterior para 14,92%; a do DI Jan/27 saltou de 14,225% para 14,365%; a do DI Jan/29 teve forte avanço de 13,42% a 13,57%; e a do DI Jan/31 aumentou de 13,64% para 13,75%.

NEM TUDO É BIG TECH – Com balanços fortes, Microsoft e Meta ajudaram o Nasdaq a fechar no azul, mas falharam em expandir o otimismo de uma forma mais abrangente no mercado de ações em NY.

… Em parte, as bolsas reagiram negativamente a mais uma tentativa de interferência de Trump no setor privado. Em carta enviada a 17 farmacêuticas, ele exigiu queda nos preços dos remédios em até 60 dias, sob pena de represálias.

… Merck (-4,44%), Pfizer (-2,18%), Eli Lilly (-2,63%) e Johnson & Johnson (-1,51%) foram algumas das citadas na carta.

… Não à toa, o setor de saúde caiu 2,79%, no pior desempenho entre os 11 segmentos do S&P 500.

… O PCE, acima do esperado nas leituras anuais, corroborando a cautela do Fed no juro, foi mais um fator a não dar motivo de animação para a renda variável.

… O índice de inflação preferido do Fed acelerou de 0,2% em maio para 0,3% em junho, dentro do consenso. Mas em relação a junho de 2024, subiu 2,6%, vindo de alta de 2,4% em maio, e acima da expectativa de 2,5%.

… O núcleo do índice, que exclui itens mais voláteis, também acelerou de 0,2% para 0,3%, dentro do esperado. Na comparação anual se manteve em 2,8%, mesma leitura de maio, mas acima dos 2,7% esperados pelo mercado.

… As tarifas impostas por Donald Trump ajudaram a elevar os preços e alimentam expectativas de que a pressão inflacionária pode se intensificar nos próximos meses, segundo a Reuters.

… “A inflação continua firme e justifica a decisão do Fed de manter os juros”, disse Clark Bellin, da Bellwether Wealth, à Bloomberg.

… “Mas o mercado de ações não precisa de corte de juros para subir. Prova disso é que registra ganhos fortes neste ano, sem qualquer baixa dos Fed funds.”

… Os pedidos de auxílio-desemprego somaram 218 mil na semana, ante expectativa de 222 mil, indicando estabilidade no mercado de trabalho.

… Em Wall Street, o Nasdaq subiu 0,15%, a 21.129,67 pontos, puxado por Meta Plataforms (+11,25%) e Microsoft (+3,95%) após os balanços que agradaram o mercado.

… Por alguns instantes, a companhia de Bill Gates foi a segunda corporação a ultrapassar o valor de mercado de US$ 4 trilhões, depois da Nvidia.

… O S&P 500 recuou 0,12%, aos 6.362,92 pontos e o Dow Jones caiu 0,38%, aos 44.461,28 pontos.

… Os retornos dos Treasuries ficaram mistos. O juro da T-Note de 2 anos avançou a 3,955%, de 3,951% na sessão anterior, e o da T-Note de 10 anos recuou a 4,375%, de 4,379%. O do T-Bond de 30 anos subiu a 4,906%, de 4,905%.

CIAS ABERTAS – PETROBRAS elevou em 4,7% o preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) às distribuidoras a partir de hoje. O aumento corresponde a acréscimo de R$ 0,16 por litro contra julho.

VALE teve lucro líquido de US$ 2,117 bilhões no 2º trimestre, queda de 24% na comparação anual; Ebitda ajustado caiu 15%, para US$ 3,386 bilhões; e receita líquida diminuiu 11%, para US$ 8,804 bilhões…

… Conselho de administração aprovou a distribuição de JCP bruto de R$ 1,8953 por ação; ex em 13 de agosto na B3, com pagamento em 3 de setembro.

… O colegiado autorizou o uso de um ou mais dos instrumentos financeiros TSR, ESR e ASR em apoio à estratégia de execução do Programa de Recompra de até 120 milhões de ações ON da companhia.

GERDAU registrou lucro líquido ajustado de R$ 864 milhões no 2º trimestre, queda de 8,6% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 2,56 bilhões, queda de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024…

… Empresa aprovou a distribuição de R$ 239,4 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,12 por ação, com pagamento em 18/8; ex em 12/8.

METALÚRGICA GERDAU aprovou a distribuição de R$ 79,4 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,08 por ação, com pagamento em 19/8; ex em 12/8.

CSN reduziu o prejuízo líquido para R$ 130,4 milhões no segundo trimestre, o que representou uma melhora de 41,7% sobre igual período de 2024, mas contrariou a previsão de lucro líquido de R$ 464 milhões.

… O Ebitda ajustado foi de R$ 2,643 bilhões, queda de 0,1% sobre o mesmo intervalo do ano passado, mas 8,3% acima do esperado. A receita líquida totalizou R$ 10,693, queda de apenas 1,7% contra um ano antes.

CSN MINERAÇÃO. O lucro de R$ 115,8 milhões no segundo trimestre ficou 28,9% abaixo do esperado pelo mercado. Já o Ebitda de R$ 1,268 bilhão e a receita líquida de R$ 3,4 bilhões ficaram em linha com as expectativas.

MARCOPOLO registrou lucro líquido de R$ 321,1 milhões no 2º trimestre, alta de 28% na comparação anual; Ebitda somou R$ 398,3 milhões, crescimento de 4,2% ante mesmo período de 2024.

Mutirão transfronteiriço mobiliza Livramento e Rivera

Acontece, nesta sexta-feira (1º), um importante mutirão de limpeza em uma área localizada no lado uruguaio da fronteira entre Sant’Ana do Livramento e Rivera. A ação conjunta entre as duas cidades binacionais visa transformar um espaço que se encontrava em estado de abandono, com grande acúmulo de lixo eletrônico e vegetação descontrolada. O trabalho, realizado por equipes de serviços urbanos