Por: Abdon Barretto Filho (*ABF)
A segmentação de mercado é uma estratégia fundamental para o desenvolvimento eficiente e sustentável de destinos turísticos.
No contexto do Rio Grande do Sul, que possui 28 Regiões Turísticas e representa 383 municípios com uma diversidade de atrativos naturais, históricos, culturais e gastronômicos, segmentar corretamente o mercado permite alinhar a oferta com a demanda, direcionando investimentos, promovendo experiências e fortalecendo a competitividade dos destinos.
Entre os principais critérios de segmentação, destaca-se primeiramente os objetivos da viagem e a situação do consumidor.
Essa abordagem permite identificar diferentes motivações que impulsionam o turista: lazer, negócios, eventos, turismo rural, ecoturismo, religioso, enoturismo, cultural, paleontológico, entre outros.
Com isso, destinos da Região da Uva e do Vinho pode investir fortemente no enoturismo, enquanto a Região das Missões pode destacar o turismo cultural e religioso e a Região Central Gaúcha, de Candelária a Mata, Cidade da Pedra que foi Madeira, fazer a gestão do turismo cultural, pedagógico, científico, paleontológico, paleobotânico, como atrativos mundiais.
A segmentação demográfica também é relevante e envolve dados como idade, gênero, renda, nível educacional e estrutura familiar.
Famílias com crianças tendem a buscar destinos com infraestrutura de lazer, como Gramado e Canela, enquanto jovens adultos podem preferir experiências de aventura ou festivais culturais.
Turistas com maior poder aquisitivo, por sua vez, demandam serviços diferenciados e experiências exclusivas.
A região geográfica, tanto do emissor quanto do receptor, é outro critério essencial.
Ao identificar de onde vêm os visitantes (regiões emissoras), é possível direcionar campanhas promocionais específicas.
Ao mesmo tempo, entender as características regionais de cada município receptor permite ajustar a infraestrutura e o atendimento às expectativas desses públicos.
Porto Alegre, por exemplo, recebe tanto turistas nacionais quanto estrangeiros, exigindo estratégias segmentadas conforme a origem, destacando-se o turismo cultural e o turismo de congressos e eventos.
Os perfis psicográficos e psicossociais fornecem informações sobre estilo de vida, valores, interesses e atitudes dos consumidores.
Essa segmentação permite construir narrativas mais emocionais e envolventes.
Os turistas conscientes e engajados com causas socioambientais podem ser atraídos por experiências sustentáveis em áreas como o Pampa ou a Serra Geral.
Já os que buscam autenticidade cultural podem ser direcionados a vivências em comunidades tradicionais do litoral norte ou do Vale do Taquari, entre outras opções do turismo criativo disponibilizado pelos produtores da oferta turística.
Por fim, a segmentação baseada em benefícios buscados pelo consumidor foca diretamente no que o turista deseja obter com sua viagem: descanso, aventura, conhecimento, conexão social, experiências gastronômicas ou religiosas.
Cada destino pode se posicionar de acordo com os benefícios predominantes que é capaz de oferecer com qualidade.
A Região das Hortênsias, por exemplo, agrega valor emocional e estético, enquanto o Delta do Jacuí pode explorar o turismo de natureza e contemplação.
Portanto, a correta aplicação desses critérios de segmentação — objetivos de viagem, dados demográficos, origem geográfica, perfis psicográficos e benefícios buscados — permite que os gestores públicos e privados do turismo no Rio Grande do Sul promovam experiências mais assertivas, otimizem recursos e potencializem o desenvolvimento regional.
Os destinos podem construir propostas de valor mais claras, gerar fidelização e ampliar seu alcance nos mercados nacional e internacional.
O Diagnóstico profissional é indispensável.
Será?
Respeitam-se todas opiniões contrárias.
São reflexões.
Podem ser úteis.
Pensem nisso.
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*ABDON BARRETTO FILHO (FOTO)
Economista e Mestre em Comunicação Social
E-mail: [email protected]
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