Aproximadamente 72% dos brasileiros enfrentam algum tipo de distúrbio do sono. A insônia é um problema crescente, transformando noites em verdadeiros pesadelo para milhões de pessoas no país. O amigo leitor com certeza tem um amigo, colega ou familiar que se queixa da dificuldade em ter uma boa noite de descanso.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – revela que 11 milhões de brasileiros utilizam medicamentos para dormir. Uma das drogas mais conhecidas é o zolpidem, eficaz a curto prazo, mas cujo prolongamento pode levar à dependência, perda de eficácia e elevado risco de abuso. Em 2024 passou a ser “tarja preta”, exigindo-se receita médica para aquisição.
Nunca fui adepto de longos períodos de sono. Sempre dormia tarde à noite e acordava às 5h30min, sem comprometer o rendimento no ambiente do trabalho com sonolência ou falta de energia. Com o passar dos anos, no entanto, a idade cobrou o preço da necessidade de descansos mais prolongados.
No inverno, o frio é convite quase irresistível para deitar cedo. Outro vício arraigado em nós, gaúchos, é o uso da “cobertinha” ou cobertor, e ainda o uso de lareira, aquecedores e outras soluções para enfrentar as baixas temperaturas.
Moro em um apartamento alugado. O imóvel, confortável e bem localizado, possui aparelho de ar condicionado apenas nos dois dormitórios, em que não há televisão. Nas geladas noites da semana passada foi difícil resistir ao calorzinho artificial minutos antes de dormir. Foram várias noites de “encerramento das atividades” muito cedo para me acomodar debaixo do edredon e do cobertor.
Nunca tive problemas para adormecer. Depois de deitar, em 10 minutos “apago” e acordo somente com o som do despertador. Especialistas indicam alguns truques simples para melhorar a qualidade do sono. Um deles é manter hábitos saudáveis, como manter horários regulares para dormir e acordar, criar ambiente de sono silencioso, escuro e com temperatura controlada, evitar dispositivos antes de dormir e limitar o consumo de cafeína e álcool.
O estresse e a rotina contribuem para agravar os problemas noturnos. Muitas vezes sacrificamos o sono por trabalho, estudo e lazer. O sono diz muito da qualidade da nossa vida.
Gilberto Jasper
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