O Tribunal do Júri da Comarca de Sant’Ana do Livramento julgará, nesta quarta-feira (09), a partir das 8h, o caso de tentativa de homicídio ocorrido em 2012 e que ganhou repercussão nacional pela brutalidade dos fatos. No banco dos réus estará Rodrigo Nunes Moreira, acusado de tentar matar sua ex-companheira Fernanda Camila Alves Nunes com diversos disparos de arma de fogo dentro da Santa Casa de Misericórdia da cidade.
Em entrevista exclusiva ao Jornal A Plateia, o promotor de Justiça Pedro Henrique Staudt, que atuará na acusação, classificou o episódio como “um crime bárbaro e brutal”, destacando a expectativa do Ministério Público de que a sociedade tenha uma resposta condizente com a gravidade do ocorrido.
“Foi um péssimo exemplo, e o Ministério Público tem expectativas de que haja uma decisão exemplar. A gente entende que tão brutal crime merece de igual forma uma resposta adequada, dentro da legalidade”, afirmou o promotor.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, no dia 23 de novembro de 2012, por volta das 19h10min, Rodrigo Nunes Moreira abordou Fernanda e sua mãe, Magda Alves, na Rua Manduca Rodrigues, no centro da cidade. O acusado teria avançado o sinal vermelho na esquina com a Rua 13 de Maio e parado seu carro com a porta aberta, tentando forçar Fernanda a entrar no veículo. Após a negativa da vítima, ele sacou uma arma e iniciou a sequência de disparos.
Magda tentou intervir fisicamente, agarrando o acusado, enquanto Fernanda correu em direção ao pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia, buscando abrigo. Mesmo assim, Rodrigo a perseguiu e efetuou disparos dentro do hospital, atingindo Fernanda na mão direita e, posteriormente, tentando alvejá-la na cabeça.
Conforme o laudo do exame de corpo de delito, a vítima só sobreviveu graças ao erro de pontaria do acusado, à intervenção da mãe e ao pronto atendimento médico.
Premeditação e motivo torpe
Segundo a acusação, o crime foi premeditado e motivado por ciúmes e sentimento de vingança, após o fim do relacionamento. O promotor Pedro Henrique Staudt destaca que o réu já havia anunciado anteriormente que mataria Fernanda, o que reforça a tese de tentativa de homicídio por motivo torpe.
Julgamento esperado há anos
O caso, que completa quase 13 anos, será finalmente julgado por um júri popular. A sessão será pública, com presença de familiares, imprensa e autoridades locais. A expectativa é de que o julgamento dure o dia todo.
O Jornal A Plateia acompanhará o julgamento e trará atualizações ao longo do dia. Procurado, o advogado de Rodrigo disse estar em viagem e pediu alguns dias para atender a reportagem, após contatarmos novamente dias depois, não obtivemos retorno.