Para o líder da Oposição na Câmara dos Deputados, deputado federal Zucco (PL-RS), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá apurar os descontos indevidos nos contracheques de milhões de aposentados do INSS será uma das mais relevantes e sensíveis dos últimos anos — não apenas pelo escândalo, mas pelo perfil das vítimas.
“Essa não é uma CPI comum. É uma CPI que envolve o povo mais simples, mais vulnerável. São aposentados, pensionistas, gente humilde, que teve seu dinheiro roubado de forma covarde. E essa dor está ecoando por todo o Brasil. Não adianta tentar abafar, porque essa CPI já está na boca do povo”, afirmou Zucco.
Segundo ele, os reflexos políticos do escândalo já são visíveis, inclusive nas pesquisas eleitorais. “A população sabe que boa parte desse esquema floresceu e se aprofundou durante o atual governo. Os descontos explodiram nos últimos dois anos. E, até agora, ninguém foi punido. Isso é inadmissível.”
*Zucco faz um alerta: uma CPI “chapa branca”, feita para proteger culpados, será um erro irreparável.*
“Quem aceitar ser titular dessa CPMI tem que saber: o Brasil inteiro vai estar assistindo. Não pode haver blindagem. Não pode ter investigação seletiva. O sindicato do irmão do presidente Lula, o Sindinap, até agora, sequer foi incluído no escopo da investigação. Isso é escandaloso. Tem gente sendo protegida, sim.”
O líder da Oposição reforça que a oposição exige o devido protagonismo na condução dos trabalhos, porque foi ela que lutou desde o início para abrir a investigação, por meio dos deputados Coronel Chrisóstomo, Coronel Fernanda e da senadora Damares Alves. Todos eles contaram com o apoio integral do Partido Liberal (PL), das bancadas na Câmara e no Senado, e do próprio presidente Jair Bolsonaro.
“Quem não deve, não teme. E nós não tememos investigar. Essa CPI só existe porque a oposição não se calou, não se rendeu e foi à luta. Não vamos aceitar sermos excluídos ou tratados como coadjuvantes agora que o país inteiro quer respostas.”
*Zucco também chama atenção para outro ponto sensível: há indícios de participação direta de parlamentares no afrouxamento das regras de fiscalização que permitiram o avanço da fraude.*
“Diversos deputados e senadores apresentaram emendas à MP 871/2019 e a outros projetos em nome da Contag, que é uma das entidades mais implicadas nesse esquema, justamente para afrouxar os mecanismos de controle e fiscalização dos descontos. Isso precisa ser apurado com seriedade.”
*O líder da Oposição ainda menciona informações de bastidores que acendem um sinal de alerta:*
“Há relatos e reportagens da imprensa sobre a existência de um verdadeiro mensalão das entidades. Organizações recebiam milhões por mês para descontar indevidamente dos aposentados. E parte desse dinheiro pode ter alimentado estruturas partidárias, mandatos e campanhas eleitorais e até redes de influência dentro do próprio INSS. Isso vai ter que ser apurado, doa a quem doer.”
*Zucco reforça que a Oposição está disposta a investigar todos os períodos: antes, durante e depois do governo Bolsonaro. Mas não aceitará a narrativa da esquerda, que não apoiou a criação da CPI e agora tenta posar de moralista.*
“A oposição assinou, pressionou, cobrou. A esquerda? Correu da investigação como o diabo da cruz. Fugiram do tema. Não quiseram CPI. Agora vêm com esse papo de dizer que tudo começou no governo Bolsonaro. O povo não é bobo. Vamos até o fim. Quem desviou um centavo de aposentado vai ter que prestar contas ao Brasil.”