Os produtores rurais do Rio Grande do Sul realizam mais uma série de manifestações nesta semana, paralisando suas atividades para cobrar soluções emergenciais do governo estadual e federal diante da crescente crise de endividamento que assola o setor agropecuário gaúcho. O deputado federal Afonso Hamm, que é vice-presidente da Comissão da Agricultura na Câmara dos Deputados, esteve conversando com os produtores nas manifestações de Vila Nova do Sul, Santa Margarida do Sul e São Gabriel.
Os atos, que ganharam força nas estradas, visam alertar para o “descaso” com a situação dos agricultores, que enfrentam dificuldades financeiras severas após sucessivos eventos climáticos adversos.
Um dos focos das manifestações é a reivindicação pela securitização das dívidas como mecanismo necessário para aliviar a pressão financeira sobre os produtores. O setor espera que o Governo Federal apresente soluções urgentes de alternativas viáveis para a prorrogação e renegociação dos débitos.
“Nosso apelo é claro: SECURITIZAÇÃO JÁ”, reforça o deputado.
Durante o ato em SãoGabriel, o produtor rural Cristian Winck expressou a angústia do setor: “Nós escolhemos plantar e não colhemos. Nossos maquinários estão aqui nas estradas para quem quiser comprar. Precisamos sobreviver e queremos é dignidade para seguir produzindo”, manifesta.
A fala ressalta o impacto das perdas nas lavouras e a necessidade de medidas que permitam a continuidade da produção e a manutenção da dignidade dos homens e mulheres do campo.
Afonso Hamm comenta que está reivindicando a relatoria do projeto de Securitização. Além de manifestar as diversas ações ja realizadas com audiências públicas e conversas com ministros. Um Grupo de Trabalho deverá ser instalado nos próximos dias e deverá ser liderado pelo senador Luís Carlos Heinze, autor da proposta legislativa.
Hamm também sugeriu que a Bancada Gaúcha marque uma audiência com o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva. Outra ideia manifestada pelo deputado é que o governo estadual deveria decretar situação de calamidade do agro gaúcho, visando a adoção de medidas excepcionais de apoio ao setor.
A mobilização dos produtores gaúchos ocorre em um momento crítico, com relatos de que grande parte dos agricultores não possui condições de honrar seus compromissos financeiros devido a três secas consecutivas, uma enchente e outra seca recente. “A situação é considerada uma “tragédia” com potencial impacto na mesa de todos os brasileiros, uma vez que o Rio Grande do Sul é responsável por uma parcela significativa da produção nacional de arroz, por exemplo”, acrescenta Hamm que também sugeriu que os produtores não realizem os pagamentos de suas dívidas nos bancos até o momento que o governo federal apresente soluções concretas para amenizar a crise no Agro Gaúcho.
“O apelo é para que o governo federal não “vire as costas” para o agro gaúcho e reconheça a urgência da situação, buscando alternativas que garantam a sustentabilidade do setor e evitem um colapso com graves consequências para a economia e o abastecimento alimentar do país”, concluiu Afonso Hamm.
