A recente revelação de que a primeira-dama Janja Lula da Silva abordou o controle do TikTok diretamente com o ditador Xi Jinping, em nome do governo brasileiro, é um escândalo sem precedentes e exige uma resposta firme de todas as instituições democráticas do país. Pior ainda: o presidente Lula, ao invés de negar ou repudiar o episódio, demonstrou irritação não com o conteúdo da conversa, mas com o seu vazamento à imprensa. Isso é típico de regimes que escondem a verdade do povo.
A China é uma ditadura digital. Um Estado policialesco que reprime, persegue e silencia qualquer voz divergente por meio de uma teia de censura, vigilância e repressão. Lá, redes sociais são controladas com mão de ferro; o conteúdo é filtrado pelo Partido Comunista; e os cidadãos vivem sob constante supervisão. Quando o presidente da República busca inspiração nesse modelo para lidar com as redes sociais no Brasil, o que está sendo confessado ao mundo é o desejo de transformar nossa democracia em um simulacro autoritário.
É ainda mais grave que o interlocutor direto desse tipo de tratativa não seja sequer um membro do governo com cargo legalmente responsável pela política digital do país, mas sim a esposa do presidente. A atuação da primeira-dama nesse episódio revela um governo paralelo e sem transparência, que atropela as instituições e flerta abertamente com práticas incompatíveis com a liberdade e a Constituição.
Ao convidar agentes da ditadura chinesa para virem ao Brasil discutir “regulação” — leia-se, censura — de redes sociais como o TikTok, o governo Lula mostra sua real intenção: silenciar a crítica, calar a oposição, controlar o debate público e manter o povo sob vigilância ideológica. É um projeto perigoso, que ameaça os pilares do Estado de Direito e coloca o país num caminho sombrio de retrocesso.
A oposição estará vigilante. Não permitiremos que o Brasil seja entregue a modelos autoritários. Censura é censura, venha de onde vier — e não há verniz técnico ou diplomático que disfarce o seu verdadeiro objetivo: calar a liberdade de expressão.
É dever de todos os democratas reagir. O Congresso Nacional será chamado a se posicionar com firmeza. A sociedade civil precisa estar alerta. O Brasil não será uma colônia digital da China. Defenderemos até o fim a liberdade, o direito de opinião, e a soberania do povo brasileiro sobre suas próprias redes, suas vozes e seus dados.
Deputado Federal Zucco (PL-RS)
Líder da Oposição na Câmara dos Deputados
