O líder da oposição na Câmara, deputado federal Zucco (PL-RS), fez duras críticas à proposta que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, passando de 513 para 531 parlamentares. Em discurso firme no plenário da Casa na noite desta terça-feira (6), Zucco classificou o projeto como um deboche com a população brasileira: “Enquanto o povo está mergulhado em dificuldades econômicas, o que querem aqui é ampliar os privilégios. Isso não é reforma, é provocação”.
O projeto, amparado em uma leitura matemática do crescimento populacional por estado, prevê a redistribuição de cadeiras com base no Censo de 2022. Embora parte dos defensores da medida diga que não se trata de aumento de despesas — já que se baseia em critérios legais de representação — o impacto orçamentário é inegável, como mostra um levantamento técnico apresentado pela Liderança da Oposição.
Custo multimilionário para o contribuinte
A criação de 18 novas vagas de deputados federais pode gerar um impacto de aproximadamente R$ 64,6 milhões por ano aos cofres públicos, segundo informações da Direção-Geral da Câmara. Ou seja, o gasto total ao longo de quatro anos será de quase R$ 260 milhões.
Zucco alerta que esse valor representa muito mais do que um detalhe contábil. “Estamos falando de um valor muito expressivo para manter mais políticos em Brasília, enquanto faltam médicos nos hospitais, segurança nas ruas e comida na mesa de milhões de famílias”, disparou.
Brasil já está entre os países com mais deputados
Em seu pronunciamento, o deputado fez um comparativo internacional que escancara os excessos brasileiros. “A Índia, com 1,4 bilhão de habitantes, tem 543 parlamentares. Os Estados Unidos, com 332 milhões de habitantes, têm 435. O Brasil, com 203 milhões de habitantes, já tem 513 deputados e quer aumentar esse número?”, questionou.
Zucco destacou que o sistema político brasileiro é ineficiente não por falta de representantes, mas por excesso de burocracia, gasto público e falta de compromisso com o contribuinte. “O que o Brasil precisa é de menos Brasília e mais Brasil. Não se corrige um problema de representatividade criando mais cargos. Se esse Parlamento quer ser respeitado, que comece cortando na própria carne”, disse.
Prioridades invertidas: Brasil real pede outra pauta
Enquanto o Congresso Nacional discute o inchaço da máquina pública, brasileiros enfrentam o aumento do custo de vida, insegurança, falência de pequenos negócios e colapsos em áreas essenciais como saúde e educação. “Ao invés de aprovar a ampliação de cadeiras, deveríamos estar aqui aprovando a redução de impostos, o enfrentamento ao crime organizado e o apoio ao agronegócio, que está sufocado”, criticou Zucco.
Um alerta ao povo brasileiro
Zucco concluiu com um apelo direto à população: “Esse projeto é um escárnio. A classe política parece viver em uma bolha onde falta contato com a realidade do povo. Nós da oposição estamos atentos e vamos lutar contra essa medida. Mas é fundamental que o povo também reaja. Não aceitem mais impostos, mais cargos e mais privilégios. O que o Brasil precisa é de menos Brasília, menos politicagem e mais responsabilidade com o dinheiro público”.