Nos últimos dias, o Brasil tomou conhecimento de um escândalo bilionário que atinge o coração da Previdência Social: o desconto indevido de valores em aposentadorias e pensões, praticado por entidades conveniadas ao INSS. Milhões de beneficiários, muitos deles idosos e vulneráveis, foram vítimas de cobranças sem autorização — um verdadeiro estelionato institucionalizado, que perdurou durante anos e se multiplicou na atual gestão.
Essas entidades, que se apresentam como associações ou sindicatos “representativos”, transformaram-se em máquinas de arrecadação compulsória, operando sob a conivência ou omissão do próprio Estado. E pior: muitas delas possuem ligação direta com o governo federal e com partidos políticos, e seguem atuando dentro da estrutura pública com prestígio e acesso.
O presidente do INSS anunciou que o ressarcimento aos aposentados será feito de forma automática, por meio da folha de pagamento. Aparentemente, uma boa notícia. Mas há uma pergunta central que ainda não foi respondida:
Com que dinheiro?
Se a devolução for feita com recursos públicos — como tudo indica —, estaremos diante de uma dupla injustiça:
1. O aposentado foi lesado por anos.
2. E agora, o cidadão comum, o pagador de impostos, é quem pagará a conta do rombo.
Ou seja, o povo vai ressarcir a si mesmo pelo que o Estado permitiu ser roubado.
Essa manobra não pode passar sem reação.
O correto — e justo — seria que o ressarcimento ocorresse através do confisco de recursos e o bloqueio de bens das entidades fraudadoras, com ações judiciais, responsabilização penal e devolução integral dos valores pelos verdadeiros culpados.
Não é aceitável que o governo use dinheiro público para cobrir o prejuízo causado por seus aliados políticos travestidos de “representação social”.
Este escândalo precisa ser tratado com a devida gravidade.
É hora de exigir a imediata instalação da CPI do Roubo dos Aposentados, investigações sérias no Tribunal de Contas da União, e uma resposta firme da sociedade.
Não podemos aceitar que a conta do roubo aos aposentados seja paga, mais uma vez, por quem não cometeu o crime.
O povo brasileiro precisa estar atento.
Porque quando a indignação se cala, a impunidade governa.
Deputado Federal Zucco (PL-RS)
Líder da Oposição na Câmara dos Deputados