Manchetes dos jornais e capas de revistas
CORREIO BRAZILIENSE – Fraude no INSS derruba Lupi, mas PDT fica na Previdência
O ESTADO DE S. PAULO – Crise do INSS derruba Lupi; Lula escolhe sucessor a par de desvios
FOLHA DE S. PAULO – Escândalo da fraude do INSS derruba Carlos Lupi, ministro da Previdência
O GLOBO – Crise no INSS derruba Lupi, e Lula promove 02 a ministro
Valor Econômico – Não circula hoje
VEJA: O vale-tudo contra o crime
A normalidade que a reportagem de #VEJA presenciou é resultado da política de linha duríssima implementada pelo presidente Nayib Bukele para combater a criminalidade. Por décadas a “capital global dos homicídios”, El Salvador viu esse índice despencar de 36 para 1,9 a cada 100 000 habitantes. De outsider, Bukele passou a ser um político adulado pelo argentino Javier Milei e até por Donald Trump, que nele vê um aliado na “maior deportação em massa na história americana”. No lugar disso, emergiu um estado de exceção, tendo como um de seus pilares as prisões em massa. São 85 500 pessoas nos presídios. Quase 10% da população jovem masculina está atrás das grades, a maior taxa de encarceramento do planeta. A contenção da criminalidade obtida graças a essa política de linha dura extrema vem atraindo a El Salvador políticos não apenas da direita radical para ver de perto o “milagre”.
CartaCapital: Trabalho insano
O número de concessões de benefícios por transtornos mentais e comportamentais mais que dobrou no País nos últimos dez anos. A realidade é, porém, ainda mais preocupante do que os números indicam. O que está por trás do adoecimento mental sistêmico dos trabalhadores brasileiros?
Crusoé: A Lava Jato não morreu
Três prisões e quatro novas condenações confirmam a força das provas, apesar do STF.
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia
Lupi sai, mas PDT fica – O pedido de demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência foi mera formalidade. A saída dele estava definida pelo Palácio do Planalto desde a avalanche de denúncias sobre o esquema de desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas, por meio de descontos realizados por sindicatos e associações — o caso é investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Há suspeitas de omissão do antigo comando do Instituto Nacional do Seguro Social, que estava sob o guarda-chuva de Lupi. O esvaziamento da pasta, com a indicação do novo presidente do INSS sem consulta ao agora ex-ministro, confirmou a “fritura”. O novo ministro será Wolney Queiroz, do PDT, mesmo partido de Lupi. A escolha reduz riscos de uma crise do governo com a legenda. Novo comando do INSS, presidido por Gilberto Waller Júnior, estima que 4,1 milhões de pessoas seja o total de beneficiários lesados pelo esquema. Reunião ontem estudou formas para devolução do dinheiro. Golpe pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Homens certos nos lugares certos – O Planalto não levou em conta o fato de Wolney Queiroz estar na reunião em que Carlos Lupi foi alertado de problemas no INSS e das suspeitas de desvio de descontos nas aposentadorias. Isso porque o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto respondia diretamente ao gabinete do ministro e não ao secretário-executivo da pasta. De mais a mais, o instituto agora está mais sob a órbita da Advocacia-Geral da União (AGU), nas mãos do pós-graduado em combate à corrupção e lavagem de dinheiro Gilberto Waller Júnior.
Deixe para depois – A perspectiva de afastamento entre o PDT e o governo levou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a dizer que os pedetistas só devem ocupar cargos em sua gestão no segundo semestre. Assim, o governo baiano espera para ver como será o comportamento do PDT para, no futuro, selar um casamento. Aliás, Lupi tinha encontro marcado em Salvador, nesta sexta-feira, e não foi por causa da crise na Previdência.
Por falar em Previdência… – Os bolsonaristas estão se organizando para tentar tirar o governo de Jair Bolsonaro desta crise. Para a próxima semana, de plenário cheio, dirão que a origem do escândalo data da década de 1990, antes ainda do primeiro governo Lula. E o que a equipe de Bolsonaro fez, em 2019, foi assinar a medida provisória, transformada em lei, criando “filtros” para esses descontos abusivos. Foi a partir daí que se exigiu autorização expressa do associado e confirmação de vínculo com as associações.
… a pedra estava cantada – Os pedetistas sabiam que Carlos Lupi seria levado a deixar o cargo quando o presidente Lula tirou uma foto com o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, sem a presença do ministro. Em política, os gestos falam — e agradam ou incomodam mais — do que as palavras.
Defesa em debate – O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (foto), fará uma exposição para empresários em almoço do grupo Líderes Empresariais, nesta segunda-feira, em São Paulo. Os comandantes das Forças Armadas também participarão do evento, que discutirá estabilidade institucional e oportunidades de negócios no setor de defesa nacional.
As apostas do embaixador… – No jantar oferecido ao presidente Lula na semana passada, o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, colocou suas fichas em dois italianos para a eleição no conclave a partir de 7 de maio: o do secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e o do arcebispo emérito de Milão, Ângelo Scola.
… e o ditado popular – Scola seria uma surpresa, por causa da idade, 83 anos. Em 2013, ele entrou como papa para o conclave que escolheu Francisco e saiu cardeal.
Hora de remodelar – O baixo comparecimento aos atos do 1º de Maio mostrou que as centrais sindicais perderam o poder de mobilização. Ou repensam suas bandeiras junto aos trabalhadores, ou a tendência será de público minguado daqui para frente.
A primeira missão de Wolney – Nome preferido do presidente Lula para comandar a Previdência desde o início deste terceiro governo do petista, o novo ministro Wolney Queiroz terá a responsabilidade política de tentar manter o índice de fidelidade do PDT ao Planalto. A depender da bancada, a postura daqui para frente será de independência nas votações, sem alinhamento automático. E, embora o PDT tenha apenas 18 deputados, o partido é fundamental para que o governo consiga atingir maioria. No caso da votação da urgência ao projeto que mudou as regras do Benefício de Prestação Continuada, BPC, não fossem os votos de 13 dos 18 pedetistas, o pedido não teria alcançado os 257 votos necessários. Em outras oportunidades, Lupi telefonou pessoalmente para muitos deputados dizendo que um voto contra o governo seria votar contra o presidente do partido. Wolney, que já liderou o PDT na Câmara, porém, tem um estilo muito mais discreto de atuar, terá também a missão de acalmar a bancada. Aliados de Wolney consideram a parte técnica mais desafiadora do que a política, porque é trabalhar e organizar a devolução dos recursos daqueles que foram lesados pela máfia do desconto indevido. Quanto à política, a aposta dos próprios deputados do PDT é de que Wolney Queiroz vai esperar a poeira baixar e, em breve, fará um jantar com a bancada, de forma a tentar acalmar os ânimos.
Ações contra entidades e servidores – O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Advoca cia-Geral da União (AGU) anunciaram, ontem, medidas que serão tomadas para responsabilizar entidades e agentes públicos investigados na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. A decisão ocorreu em reunião do Grupo Especial de combate às Fraudes da autarquia do Ministério da Previdência Social. Com objetivo de combater esquema nacional de descontos ilegais no pagamento de aposentadorias e pensões, a operação da PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) investiga associações, sindicatos e servidores — muitos já afastados dos cargos.
Resposta de Sóstenes rejeitada – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), não aceitou a resposta do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que alegou imunidade parlamentar como justificativa para não dar explicações à Corte sobre comentário a respeito das emendas parlamentares de comissão, feito em uma entrevista. Ele e as demais partes na ação — Congresso e governo — devem enviar informações em cinco dias úteis. “É fundamental o esclarecimento objetivo sobre tais tópicos, na medida em que se cuida de dezenas de bilhões de reais de dinheiro público, não podendo reinar sigilos de quaisquer espécies, consoante reiteradamente decidido pelo Plenário do STF”, salientou Dino, no despacho publicado ontem.
Collor ficará preso em imóvel na frente do mar – O ex-presidente Fernando Collor passou a cumprir pena domiciliar em seu apartamento na cobertura de um prédio com vista para a Praia de Ponta Verde, uma das áreas mais nobres de Maceió. O imóvel é avaliado em R$ 9 milhões.
Bahia recusa projeto-piloto do governo Lula – O Governo da Bahia recusou a execução do projeto-piloto de desocupação de áreas controladas pelo crime organizado e pela milícia do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O estado chefiado por Jerônimo Rodrigues (PT) reduziu o número de mortes violentas no último ano, mas tem um dos piores índices de criminalidade e uma das polícias mais letais do país. Agora, a pasta negocia o projeto com o Governo do Rio Grande do Norte, também administrado pelo PT, que tem visto com bons olhos a proposta. Segundo pessoas envolvidas com na negociação, técnicos ligados ao projeto já atuavam junto à Secretaria de Segurança Pública da Bahia na coleta e análise de dados de inteligência. Apesar do avanço dessa etapa, o governo local decidiu barrar a fase de implementação. As principais alegações foram as de que o governo baiano não ficou convencido de que o modelo de intervenção policial proposto resolveria os problemas de segurança. Atualmente, o estado conta com o Programa Bahia Pela Paz, que foca a redução da violência letal.
Lula frustra Centrão – O presidente Lula continua a frustrar o Centrão com mudanças limitadas nos ministérios, sem ampliar o espaço para os aliados. Desde janeiro, foram cinco alterações, incluindo a saída de Carlos Lupi da Previdência e a iminente troca na pasta de Mulheres. As substituições refletem ajustes internos e não acordos políticos, mantendo o domínio do PT e outros partidos de esquerda. O Centrão, que esperava mais influência, continua insatisfeito com a falta de diálogo e espaço no governo.
Ofensiva anti-MST mobiliza legislativo e a direita – Com 30 invasões de terras registradas em 20 estados durante o recém-fechado “Abril Vermelho”, além de ocupações de sedes do INCRA, o movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST) começou a enfrentar uma crescente ofensiva de parlamentares de direita em diversas esferas do Poder Legislativo. Uma pesquisa do GLOBO identificou a apresentação, somente no mês passado, de pelo menos 25 projetos de lei com viés crítico ou punitivo ao grupo no Congresso, em assembleias legislativas e câmaras de vereadores. Além disso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada em Mato Grosso para investigar ocupações de terras. O relatório final da chamada “CPI das invasões”, de autoria do deputado Carlos Avallone (PSDB), aponta que o MST teria sido responsável por 70,9% das ocupações registradas em Mato Grosso entre 1979 e 2017. A votação do parecer, marcada para a passada terça-feira, foi adiada, mas espera-se que ocorra nos próximos dias. Um movimento semelhante foi articulado na Assembleia Legislativa da Bahia, onde o deputado Leandro de Jesus (PL), ligado a Bolsonaro, conseguiu reunir as 29 assinaturas necessárias para estabelecer uma comissão com alcance semelhante. A iniciativa recebeu sinal verde por meio de ordem judicial. No entanto, o Tribunal de Justiça da Bahia reverteu a decisão por 10 votos a 9, seguindo o parecer técnico da Casa, que considerou a criação da CPI incompatível com o regimento interno.
Conseguiram – A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional afirma ter conseguido coletar o número mínimo de assinaturas na Câmara dos Deputados (171) e no Senado Federal (27) para protocolar o requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) diz que o número foi alcançado no final da tarde desta sexta-feira, 2, pouco tempo depois de o ministro da Previdência, Carlos Lupi, pedir demissão do cargo. A ideia do grupo é protocolar o documento na segunda-feira, 5.