A saída do ministro da Previdência, Carlos Lupi, é a confirmação de que sua permanência no cargo se tornou insustentável diante da gravidade do escândalo envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Sua omissão, somada às inúmeras irregularidades identificadas, torna justa – embora tardia – a sua exoneração.
No entanto, é preciso deixar claro que esta é apenas a segunda peça de uma grande engrenagem de corrupção a ruir. A queda do presidente do INSS, seguida agora da saída do ministro, marca o início de uma série de afastamentos que devem alcançar diversos escalões do governo.
As investigações já demonstram que o esquema funcionou durante anos com a conivência de agentes públicos e privados, incluindo integrantes do governo em diferentes níveis. Há indícios da participação de entidades ligadas a partidos políticos, como a CONTAG, historicamente associada à esquerda, que recebeu grande parte dos recursos descontados dos beneficiários – um fato inaceitável.
E o que dizer entidade que tem como diretor vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) bateu recorde em 2023 no recolhimento de mensalidades associativas por meio de aposentadorias e pensões do INSS.
É inadmissível que brasileiros vulneráveis tenham sido lesados por um esquema que contou com o silêncio e, em muitos casos, a participação de servidores públicos e entidades próximas ao poder.
A oposição continuará atuando com firmeza. A CPI da Previdência já foi protocolada na Câmara, e uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) está prestes a ser formalizada, com as assinaturas no Senado já reunidas e o apoio crescente na Câmara.
O escândalo está apenas começando. A verdade virá à tona, e os responsáveis, independentemente do cargo que ocupem, precisarão responder por seus atos. O Brasil exige justiça.
Deputado Federal Zucco (PL-RS) – Líder da oposição na Câmara dos Deputados