qua, 30 de abril de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.04.25

Resumo de quarta-feira – 30/04/2025

Germano Rigotto Foto: Cedida

Edição de Chico Bruno

 

Manchetes dos jornais

 

CORREIO BRAZILIENSE – PF afirma que direção do INSS sabia da fraude em benefícios

 

O ESTADO DE S. PAULO – Fachin reforça papel do Congresso na regulamentação das redes sociais

 

FOLHA DE S. PAULO – Acordo do 8/1 prevê pena menor a crime influenciado por multidão

 

O GLOBO – PP e União se juntam no maior ‘partido’ do país, com viés de oposição a Lula

 

Valor Econômico – Situação fiscal e produtividade são desafios para o crescimento do país

 

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia

 

Direção sabia – De acordo com as investigações da Polícia Federal sobre os desvios de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, conhecia o esquema e deu o aval para manutenção dos descontos ilegais. A informação contrasta com a versão do governo federal de que agiu prontamente no caso. Ontem, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, esteve no Congresso para dar explicações aos deputados. “Estamos agindo. Estamos fazendo. Está doendo na nossa carne. Estamos tendo que exonerar gente que trabalhava com a gente, que convivia com a gente”, disse Lupi.

 

Populismo digital – O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, fez uma cobrança velada ao Congresso Nacional para a aprovação da regulamentação das redes sociais. A declaração de Fachin foi feita nesta terça-feira, 29, no Fórum Liberdade de Expressão, promovido pelo Estadão. O evento fez parte da celebração dos 150 anos do jornal. “O Congresso Nacional hoje é interpelado a discutir a regulamentação de tais plataformas e, por consequência, a criar legítimos mecanismos de contenção democrática dos impactos danosos das fake news”, afirmou Fachin. Fachin também disse que as redes sociais privilegiam o compartilhamento de informações que visam o maior número de visualizações e não a prestação de informações. O ministro chamou o movimento de “populismo digital autoritário”, cujo “tsunami” deve afogar as democracias do Ocidente. “Desenvolve-se o populismo digital autoritário, cujo tsunami está prestes a afogar as democracias ocidentais e as clássicas conquistas das liberdades: “o ódio, infelizmente, vende bem mais que a solidariedade”, disse o magistrado. O Congresso não discute a regulamentação das redes sociais desde maio de 2023, quando a Câmara dos Deputados engavetou o Projeto de Lei das Fake News, que estava prestes a ser votada pelos parlamentares. O travamento da proposta se deu após forte pressão das big techs e da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Acordo – A negociação envolvendo Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal) para reduzir as penas de condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 já tem pronta a minuta de uma proposta que prevê uma alteração na lei para aplicar penas mais baixas para aqueles que estiveram presentes nos atos, mas não tiveram papel de planejamento ou financiamento. Essa versão inicial do texto foi elaborada pela equipe de consultoria legislativa subordinada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A expectativa de parte dos políticos que discutem esse plano é que a proposta seja apresentada já nos próximos dias e possa ir a votação durante o mês de maio. O objetivo dessa articulação é reduzir a pressão pela aprovação de uma anistia ampla, que anule as condenações e possa se estender também àqueles acusados de comandar uma tentativa de golpe de Estado, incluindo Jair Bolsonaro (PL). Pelo texto em discussão, o ex-presidente e outros acusados de articular a tentativa de golpe não seriam favorecidos pelas principais mudanças na lei, de acordo com relato de um parlamentar.

 

Juntando para crescer – Um gigante do Centrão, com um discurso de antagonismo com o PT e afinidades com a direita. O PP e a União se uniram ontem em uma federação, o que os obriga a funcionar como um único partido no Congresso e a estar na mesma plataforma em todas as eleições dos próximos quatro anos. O gigante já nasce como o maior da política brasileira, em número de deputados (109), senadores (14), governadores (6) ou prefeitos (1,3 mil). Os dois partidos têm quatro ministros no governo Lula, mas têm baixa lealdade ao Planalto nas votações no Parlamento e não devem estar no pódio para a reeleição em 2026. A nova federação publicou um manifesto defendendo menos intervenção estatal na economia e reforma administrativa. Apesar dos discursos de harmonia entre os líderes, há atrito sobre quem liderará o novo grupo em vários estados.

 

Desafios gigantes – O Brasil cresceu perto de 3% ou mais nos últimos quatro anos, um ritmo considerável, mas que o país não tem condições de manter ao longo do tempo. O desequilíbrio das contas públicas e a produtividade quase estagnada, problemas que persistem há décadas, impedem uma expansão mais forte e sustentada da economia. “O governo é de longe o maior devedor da economia, e essa demanda por crédito pressiona os juros, caracterizando um círculo vicioso que precisa ser interrompido”, resume o ex-presidente do BC Arminio Fraga, da Gávea Investimentos. “Não conseguimos ter um Estado eficiente, com alocação de recursos que justifique para a sociedade o tamanho da carga tributária”, diz Elena Landau, ex-diretora do BNDES. Para desatar o nó fiscal, analistas destacam a importância de um ajuste focado no controle de gastos, o que passa pela desvinculação de aposentadorias e benefícios assistenciais do salário-mínimo e uma nova reforma da Previdência. A produtividade que pouco avança, com exceção da agropecuária, é outro problema. De 1995 a 2024, os ganhos de eficiência do trabalho cresceram em média apenas 0,8% ao ano, diz Fernando Veloso, do FGV Ibre. Com baixos ganhos de eficiência, a economia não cresce a taxas elevadas sem pressões inflacionárias. Incertezas fiscais e baixa produtividade são alguns dos temas discutidos nesta edição do Valor, que comemora seus 25 anos com um caderno especial de 96 páginas. Os desafios externos, os problemas da educação, a transição energética e as iniciativas das empresas são outros assuntos abordados. “Desde o início, o jornal se propõe a ter um papel relevante para o desenvolvimento do país”, diz o presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho. “O Valor ajuda a promover o necessário debate para o avanço de políticas públicas e contribui para a melhoria do ambiente de negócios no Brasil”, completou. “Não temos interesses, temos valores. E essa credibilidade construída em meio a tantas tentações é a base de tudo”, afirma o diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, Frederic Kachar.

 

Suspeita fez 33 viagens em um ano – Duas das entidades investigadas no esquema de fraudes do INSS funcionavam no mesmo endereço, em Fortaleza, por mais de quatro anos. A Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN). “Tal relacionamento, assim como o compartilhamento de endereço, sinaliza para a possibilidade de se tratar de uma organização única, dividida para possibilitar ganhos de mercado”, res salta o relatório da corporação. Ambas as associações são comandadas por Cecília Rodrigues Mota. Servidora pública federal aposentada e advogada, ela fez 33 viagens em menos de um ano, inclusive, para destinos internacionais. O escritório dela recebeu valores de associações investiga das e remeteu-os a pessoas jurídicas pertencentes a parentes de servidores do INSS.

 

Muitas bagagens – As viagens ocorreram entre janeiro e novembro de 2024. Em menos de um ano, ela esteve em destinos como Dubai, Paris e Lisboa. A PF afirma que as viagens tiveram duração curta, algumas de apenas um dia, e movimentaram muitas bagagens, “indicando transporte de valores físicos ou documentos estratégicos”. Além disso, segundo os investigadores, as passagens eram compradas com pouca antecedência ou até mesmo no momento do embarque, “sugerindo planejamento mínimo para evitar rastreamento”. Quando voltou de Dubai, por exemplo, a advogada despachou 31 malas.

 

Lupi diz ter agido rápido – Com o traquejo de quem está há mais de quatro décadas na política, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, enfrentou ontem uma série de questionamentos sobre o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ainda saiu por cima. O ex-presidente do PDT foi chamado à Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara para prestar esclarecimentos sobre o desvio de dinheiro de aposentados. Negando qualquer participação no esquema criminoso, foi enfático e disse, reiteradas vezes, que os responsáveis pelos golpes têm de ir para a cadeia, independentemente de quem sejam. Embora a oposição tenha marcado presença na sessão, a atuação foi apagada, e Lupi conseguiu contornar as cobranças. A pergunta mais repetida pelos deputados foi: “Por que o senhor demorou tanto para tomar medidas?”. Com tom educado e de camaradagem, Lupi disse aos deputados que agiu prontamente quando o Ministério da Previdência apontou as irregularidades, em 2023, e que chegou a demitir um diretor em 2024 por sua lentidão em tomar providências sobre o assunto. O ministro afirmou que, embora tenha tentado resolver a situação rapidamente, foi impedido pela burocracia do Estado e do ministério, que ele disse considerar morosa. Argumentou, também, que o processo de verificação de assinaturas (os golpistas utilizaram assinaturas falsas de beneficiários) é lento e complexo.

 

Respaldo de governistas – Apesar de estar em processo de fritura pública por seu comportamento depois de o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) explodir, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, recebeu o apoio dos representantes do governo na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara, onde o titular da pasta foi ouvido ontem. Deputados do PT e o próprio líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), disseram conhecer o ministro e sua “índole”. “Aqui todo mundo acha que quem cometeu o crime tem que pagar. Mas to o mundo aqui tem presunção de inocência. Você não pode, nos gritos, declarar uma pessoa acusada, quando não tem. Sabe o que saiu hoje (ontem)? O inquérito da Polícia Federal com 1.541 folhas, com relatório financeiro, dinheiro saindo de uma conta e indo para outra. Pegou um bocado de gente, e não apareceu o nome dele. Então, primeiro, eu quero exigir respeito”, disse Lindbergh.

 

Lupi em maratona – A ida do ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao Congresso não fará com que ele saia da mira da oposição. A ordem entre os oposicionistas é continuar com artilharia pesada sobre o ministro.

 

Pelo trabalhador – Sem Lula no 1º de Maio, os líderes sindicais se reuniram com ele no Planalto. Como todos os anos, nesta época, discutiram assuntos que interessam aos trabalhadores de forma geral, como o fim da escala 6×1, que já tem apoio dos governistas no Congresso, faltando apenas uma posição mais contundente por parte do presidente Lula.

 

Celina e Caiado – Num rápido encontro na chapelaria da Câmara, logo depois da solenidade de lançamento da federação União Progressista, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi direto quando perguntado se apoiará Celina Leão ao GDF: “Somos todos goianos. Vamos sair fortes, ela disputando o governo e o Caiado disputando a Presidência da República”, disse à coluna.

 

Lobo solitário – O ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho chegou sozinho e saiu da mesma forma da Câmara, logo depois da solenidade de lançamento da federação União Progressista. Nenhum colega de bancada lhe fez companhia.

 

Enquanto isso, nas comissões… – Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), usou o argumento da dosimetria de penas aos acusados no 8 de Janeiro para se referir à punição que o PL defende que o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) sofra em seu processo de cassação, no caso, a pena máxima. Não dá para defender anistia dos acusados do 8 de Janeiro e querer cassar Glauber Braga.

 

… as provocações não param – Depois de um bate-boca que quase foi às vias de fato com o deputado Gilvan da Federal na Comissão de Segurança Pública, Lindbergh comentou que houve uma “luz de Deus, ele (Gilvan da Federal) quer que você (Lindbergh) bata”. O líder do PT irá conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pedir que as regras de convivência na Casa sejam endurecidas.

 

A lista só cresce – Lindbergh relembrou que a agressão de Gilvan da Federal é o terceiro episódio relacionado a ele de provocação vinda do PL. Os dois outros foram as postagens do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) com insultos à ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, e depois a alusão a um trisal envolvendo Gleisi, Lindbergh e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

 

Federação tem prazo para deixar o governo – Se depender do vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, os filiados à federação União Progressista deixam o governo no segundo semestre. A ideia é lançar candidato próprio ao Planalto ou integrar uma construção do centro à direita, ou seja, montar uma chapa para enfrentar Lula e os demais partidos de esquerda. O prazo até o fim do ano é anterior ao de desincompatibilização, em abril, quando os candidatos às eleições de 2026 terão de entregar os cargos de ministros. A tendência, a preços de hoje, é continuar com um pé no governo e outro fora dele. Essa divisão, aliás, foi um dos fatores que levaram o líder do União a recusar o convite para assumir um ministério de Lula. Agora, com 109 deputados, essa nova força da política está assediada por todos os lados. Com tantas incertezas rumo a 2026 e Lula enfraquecido, a ordem, neste momento, é distribuir as fichas e todo mundo conversando. O fato de a federação adotar o nome União Progressista (UP) não foi à toa. A ideia é, mais à frente, se tudo der certo, realizar uma fusão das duas legendas. Aliás, a partir de agora, a ordem é tentar resolver as divisões internas, para juntar mais à frente. Até aqui, as apostas levam à oposição. Porém, se Lula conseguir se recuperar politicamente, a tendência é repetir o que sempre fez o MDB, com uma ala no governo, outra na oposição. E, quem ganhar, carrega os demais.

 

Atitude atípica – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou atitude atípica nos dias que foram cruciais para o avanço do processo de cassação contra o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Desde que Motta assumiu o cargo, em fevereiro, os dias de votação do caso no Conselho de Ética, em 9 de abril, e na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), nesta terça-feira (29), foram aqueles em que a Mesa Diretora da Câmara abriu mais tarde a ordem do dia do plenário principal —o que poderia interromper as duas votações. Em 3 de fevereiro, dois dias depois de ser eleito, Motta prometeu começar a ordem do dia às 16h. Ao longo de fevereiro, cumpriu a promessa nas sessões de terça-feira e quarta-feira, que começaram entre 16h e 17h —as de quinta-feira, quando os deputados voltam para a base, tiveram início entre 10h e 12h. Em março, esse cenário se manteve estável, assim como no início de abril. No dia 9, no entanto, Motta abriu a ordem do dia às 19h, mais de cinco horas depois do horário marcado, 13h55. Isso permitiu que o Conselho de Ética aprovasse o parecer pela cassação do mandato de Glauber, em sessão que se estendeu até 18h30. Nesta terça, a CCJ rejeitou o recurso de Glauber às 18h16. Motta começou a ordem do dia 18h48 —estava marcada novamente para 13h55.

 

MST diz que Galípolo irá a feira de reforma agrária – O MST diz ter recebido a confirmação dos presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do BNDES, Aloizio Mercadante, de que ambos estarão presentes na quinta edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que o movimento promove todos os anos no parque da Água Branca, em São Paulo. O movimento diz ter recebido a confirmação pessoalmente de Galípolo e Mercadante de que irão à abertura do evento, no dia 8 de maio. A feira termina dia 10 do mesmo mês. A assessoria do BC, no entanto, nega a informação e lembra que nesta data ele estará em pleno “período de silêncio” entre a reunião do Copom, que termina em 7 de maio, e a publicação da ata. Em tese, isso não o impede de fazer a visita, apenas de falar sobre temas ligados à taxa de juros. Já a assessoria de Mercadante diz que ele pretende ir com os netos à feira do MST. A feira reunirá camponeses de áreas de reforma agrária de todas regiões do Brasil, com a exposição de mais de 1.700 produtos. Neste ano, o evento discutirá também a emergência ambiental e as políticas públicas para a produção de alimentos saudáveis.

 

Nikolas é condenado a pagar R$ 200 mil por discurso contra trans – A Justiça do Distrito Federal condenou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) a pagar R$ 200 mil em danos morais coletivos pelo episódio em que o parlamentar fez discurso transfóbico na Câmara dos Deputados em 2023. “Considero alto o grau de reprovabilidade social da conduta, na medida em que o requerido ocupa cargo político que lhe exige reverência aos pilares do Estado Democrático de Direito ainda maior que a que se espera de outros cidadãos”, disse a juíza responsável. De acordo com a magistrada Priscila Faria da Silva, a imunidade parlamentar não protege as falas de Nikolas, que seriam discurso de ódio ao descredibilizar a identidade de gênero assumida pela população transsexual e insuflar a sociedade a fazer o mesmo. A decisão não é definitiva e cabe recurso contra a condenação.

 

Homem que se explodiu no STF agiu sozinho – A Polícia Federal concluiu que Francisco Wanderley Luiz agiu sozinho quando se explodiu em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) em novembro passado, na praça dos Três Poderes, em Brasília. Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a PF informou que não houve participação ou financiamento de terceiros e que a motivação do crime foi “o extremismo político”. Também disse que, durante as investigações, foram utilizados diversos meios de prova, com destaque para a análise das comunicações e dos dados bancários e fiscais. Houve exames periciais em todos os locais vinculados aos fatos, reconstituição cronológica das ações do autor antes e durante o atentado e oitiva de mais de uma dezena de testemunhas. Segundo a polícia, as conclusões da investigação foram encaminhadas ao STF.

 

Bolsonaro melhora – Jair Bolsonaro (PL) permanece internado sem previsão de alta da UTI, está clinicamente estável, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada, segundo informou nesta terça-feira (29) o Hospital DF Star. Segue também com restrições a visitas. De acordo com o boletim médico, o ex-presidente “aceitou bem a oferta de água, chá e gelatina”, iniciada nesta segunda (28). “[Bolsonaro] Mantém sinais de movimentos intestinais espontâneos. Continua recebendo suporte calórico e nutricional por via parenteral (endovenosa), realizando fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa”, diz o comunicado.

 

CCJ da Câmara rejeita recurso de Glauber – A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara rejeitou na noite desta terça-feira (29) o recurso contra a recomendação de cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Com isso, o caso fica liberado para decisão do plenário da Casa, que é quem vai dar a palavra final. Foram 44 votos a favor e 22 contra o relatório do deputado Alex Manente (Cidadania-SP), que negou o recurso apresentado pelo parlamentar e argumentou que o Conselho de Ética da Casa seguiu o rito legal. A sessão começou às 11h04, e houve mais de sete horas de discursos. Além dos partidos de esquerda, apenas o PSD orientou seus deputados na comissão a votarem a favor de Glauber. Dos 4 parlamentares do partido na CCJ, porém, 2 votaram contra e 2, a favor. A votação no plenário da Câmara, porém, não ocorrerá neste semestre. Houve um acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de uma suspensão de 60 dias no processo caso a CCJ rejeitasse o recurso. Esse prazo coincide com o fim do semestre legislativo e início do recesso parlamentar de meio de ano.

 

Tucanos dão o primeiro passo – O PSDB, após aprovar a fusão com o Podemos, discute mudanças significativas em seu nome, mascote e número, com decisão final na convenção de 5 de junho. A escolha entre manter o tucano ou o número 45 está em pauta. A fusão visa formar o PSDB+Podemos e criar um novo estatuto combinando programas de ambos. O partido busca revitalização após perdas eleitorais expressivas desde 2018.

 

Fusão dá sobrevida ao PSDB – A fusão do PSDB com o Podemos, que recebeu aval ontem da cúpula tucana, deu sobrevida ao partido e instigou possível candidatura de Aécio Neves ao governo de Minas Gerais em 2026. As duas siglas terão 83 prefeitos e se consolidarão como a segunda maior força do Estado, atrás apenas do PSD e empatadas com o Republicanos. Como mostrou a Coluna do Estadão, Aécio tem reunido apoios para disputar o cargo. Pesquisa Quaest de dezembro exibiu o tucano em segundo lugar, com 15%. Em primeiro, apareceu Cleitinho (Republicanos), com 26%. “Quanto à candidatura em Minas, não é meu foco agora, mas é claro que existem manifestações lá o tempo inteiro, porque disputo as eleições lá”, disse Aécio à Coluna, ao afirmar que focará primeiro em fechar os detalhes da fusão.

 

A costura de Alcolumbre – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), convocou os senadores Alessandro Vieira (MDB-SE), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Sergio Moro (União-PR) para debater uma proposta alternativa ao projeto de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Alcolumbre está negociando com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e membros do Supremo Tribunal Federal (STF) um texto de consenso para alterar a legislação sobre golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O próprio presidente do Senado apresentará um projeto de lei em maio. De acordo com a colunista Bela Megale, do GLOBO, os três senadores foram chamados para estudar e formular um texto, em conjunto com a assessoria jurídica do Senado, para resolver o impasse com o STF. A ideia é agravar a pena para quem liderar a tentativa golpista e mitigar a punição para quem serviu de “massa manobradora” para atacar as instituições, sem conceder perdão a quem participou do atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

 

Moraes liberta da prisão mais seis investigados por ato golpista – Sob forte pressão da oposição bolsonarista no Congresso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), libertou da prisão mais seis envolvidos nos atos que culminaram na invasão e depredação da sede dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, segundo o blog da colunista do GLOBO Malu Gaspar. Entre o final de março e o início de abril, Moraes soltou 12 acusados de envolvimento na tentativa de golpe para impedir a posse de Lula. Com as novas decisões, o número de investigados que deixaram a prisão aumentou para pelo menos 18. As decisões mais recentes de Moraes, tomadas entre os dias 11 e 25 deste mês, marcam o mais recente revés para o ministro, que tem sido alvo de críticas de parlamentares na fixação de sentenças para os denunciados.

 

Motta diz que PEC de Segurança será alterada – O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ontem que os deputados vão alterar a proposta de emenda à Constituição (PEC) de Segurança Pública, entregue pelo governo na semana passada, e pediu que não politizem a discussão. O Palácio do Planalto e o ministro Ricardo Lewandowski, que participou de audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara, contam com Motta para evitar mudanças que desvirtuem o texto. A Relatoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no entanto, ficou com um deputado da oposição.

“A Câmera vai mudar o PEC de segurança. É direito do Executivo apresentar uma proposta de emenda constitucional e direito do Congresso de alterá-la. O único apelo que faço é que as pessoas não permitam a politização da discussão sobre Segurança Pública, porque quando a gente politiza, a gente está dizendo que essa diretriz vai sofrer uma grande intervenção para que ela não prospere”, postou Motta.

 

Só Tarcísio une a direita – Presidente nacional do PSD e um dos principais articuladores políticos do país, Gilberto Kassab afirmou na terça-feira (29) que o campo da centro-direita só terá um único candidato para disputar a Presidência em 2026 se for o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Kassab disse que se Tarcísio tentar a reeleição em São Paulo, seu campo político ficará pulverizado entre “seis ou sete candidatos” na disputa contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o candidato apoiado pelo petista. Na avaliação do dirigente do PSD, Lula é “candidato forte” na eleição presidencial do próximo ano. Kassab fez na terça-feira uma palestra sobre os cenários políticos para 2026, em evento da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de São Paulo (Afresp), na capital paulista.

 

Francisca Harden

No coração da segurança pública, uma mãe que inspira e protege dentro e fora de casa

Judicialização da política é alvo de crítica: “O STF tem sido provocado por partidos que instrumentalizam a Justiça”, diz líder da oposição

Em coletiva concedida após a reunião de líderes da Câmara dos Deputados, o líder da oposição, deputado federal Zucco (PL-RS), reforçou a crítica sobre a crescente judicialização da política brasileira, destacando a preocupação com o uso recorrente do Supremo Tribunal Federal (STF) como instância de pressão política por parte de partidos. “É contraditório reclamar da atuação do STF, quando são