Por: Eduarda Cerqueira
Na manhã da última segunda-feira (28), a equipe do Jornal A Plateia entrevistou Sandra Paiva, enfermeira sanitarista da Vigilância Epidemiológica, e Felipe Moraes, supervisor ambiental em saúde, para tratar sobre o recente aumento de casos de dengue em Sant’Ana do Livramento.
Durante a entrevista, a enfermeira explicou que a dengue é uma doença viral infecciosa, caracterizada por febre súbita, dores intensas no corpo, dor atrás dos olhos, dores de cabeça e, em alguns casos, manchas vermelhas na pele. “A dengue é uma doença grave se não for tratada”, alertou Sandra.
Ela destacou que, até recentemente, o município mantinha uma situação estável em relação à doença. No entanto, na última semana, houve um aumento significativo nas notificações, com três casos confirmados. Dois desses pacientes que apresentaram esses sintomas moram em Porto Alegre — onde foi decretado estado de calamidade pública devido à alta incidência da doença — e procuraram atendimento em laboratório particular, realizaram o teste e testaram positivo. Sandra orienta que qualquer pessoa com sintomas compatíveis procure assistência médica, mantenha repouso, faça hidratação adequada e utilize repelente.
Sobre as medidas de prevenção, Felipe Moraes reforçou a importância de não deixar água parada em locais sem escoamento, pois qualquer acúmulo pode se tornar um criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Além disso, recomendou o uso de telas em portas e janelas, a aplicação de repelente e o uso de roupas de manga longa, especialmente nas primeiras horas da manhã e no final da tarde — períodos de maior atividade do mosquito.
Ao final da entrevista, a enfermeira informou que, somente neste ano, o município já contabilizou 84 notificações (casos suspeitos) e seis casos confirmados de dengue. Sandra reforçou a importância do engajamento da população: “Cada um precisa fazer sua parte. Ao apresentar sintomas, é essencial procurar uma unidade de saúde. Os profissionais estão preparados para atender e orientar a população corretamente”, concluiu.
DADOS REGIONAIS E NACIONAIS
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde:
- Brasil (2024): 6.763.743 casos confirmados e 6.041 óbitos;
- Rio Grande do Sul (2024): 207.525 casos positivos e 281 óbitos;
- Rio Grande do Sul (até 28/04/2025): 10.801 casos positivos e 7 óbito.
POPULAÇÃO DE MAIOR RISCO PARA COMPLICAÇÕES DA DENGUE:
- Gestantes
- Crianças menores de 2 anos
- Pessoas com 65 anos ou mais
- Pacientes com comorbidades
- Pessoas em situação de vulnerabilidade social
A Vigilância alerta que um exame negativo não descarta a possibilidade de dengue. A prova do laço, embora seja um indicativo clínico, não confirma nem exclui o diagnóstico.
Outro ponto importante é a correta interpretação dos exames:
- Teste NS1: deve ser realizado do 1º ao 5º dia de sintomas.
- Sorologia para dengue: deve ser feita a partir do 6º dia até o 30º dia de sintomas, caso o teste NS1 seja negativo.
Procure atendimento na unidade de saúde de referência ao menor sinal de sintomas. A agilidade no diagnóstico e no tratamento é essencial para a recuperação e para o controle da doença no município.