O impacto do fechamento da fase 3 da Usina Termoelétrica de Candiota tem gerado preocupação em toda região, já que coloca em risco mais de sete mil empregos, impactando negativamente na economia e na segurança energética. O assunto foi abordado na sexta-feira, dia 31 de janeiro, durante reunião da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), na 41ª Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha), em Pinheiro Machado.
O debate sobre o tema foi sugerido pelo deputado federal Afonso Hamm, que no Congresso Nacional coordena o setor do carvão mineral na Frente Parlamentar de Mineração. Após conversa com o prefeito de Candiota, Luís Carlos Folador, ele solicitou ao prefeito de Pinheiro Machado, Ronaldo Madruga que mediasse esse assunto.
Defensor de uma transição energética justa, Hamm ressalta a relevância das usinas térmicas para garantir energia firme, especialmente em períodos de estiagem. “A proteção da economia das regiões carboníferas é necessária para evitar consequências sociais severas. Por isso, defendo a inclusão do carvão mineral em um modelo de transição energética equilibrado e responsável”, afirmou.
Mobilização
Hamm argumenta que o fechamento coloca em risco os empregos e a geração de renda. Nesse sentido, defende a manutenção dos empregos e das atividades da usina. E para isso estão trabalhando para que no Congresso Nacional tenha a derrubada do veto presidencial aos artigos da Lei 15.097/2025, que previam a prorrogação dos contratos de usinas térmicas a carvão até 2050. Outra alternativa que o setor também está mobilizado para que o governo publique uma Medida Provisória. Recentemente, o deputado tratou sobre o tema com o vice-presidente da República, Geraldo Alckimin.
O parlamentar também exemplificou que a Fábrica de cimento, instalada em Pinheiro Machado, utiliza em média de 40% as cinzas do carvão. Hamm também salienta que as tecnologias atuais reduzem o impacto ambiental e que iniciativas como a captura de carbono e o aproveitamento de subprodutos têm potencial para tornar o processo ainda mais sustentável.
Na oportunidade, o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador comentou que a transição energética tem que ser de forma gradual. Ainda ressaltou que além da importância econômica, a usina se destaca pela modernidade e pela responsabilidade ambiental de suas operações. E comentou que o município instalou unidades de monitoramento da qualidade do ar.
O resultado da reunião, conduzida pela coordenadora da Azonasul, Paula Mascarenhas, é que os prefeitos vão assinar um documento elaborado pela Associação para tratar sobre a importância econômica e social da manutenção das atividades da Usina em Candiota, destacando a preocupação ambiental para que haja a transição energética justa e sustentável. O documento será entregue no dia 12 de fevereiro, em Brasília, quando uma comitiva da região estará na capital federal para reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Oliveira.