Tudo mudou tão radicalmente que fico pensando naquilo que meus pais ensinaram na minha infância e adolescência. Muitas coisas estão desconectadas com a época da tecnologia, mas parece que outros atributos, talvez os principais, estejam em desuso. A convivência se transformou numa disputa permanente onde gritar, ostentar e “aparecer” é mais importante.
Numa comparação de épocas tão diversas passamos do “nada pode” para o “tudo pode”. Vejo cenas que jamais imaginei presenciar em vários na escola, fila do supermercado e no trânsito. Sou da geração sessentona em que os pais nos “educavam apenas com o olhar”. Não era preciso gritar, embora o castigo físico fosse frequente e inaceitável.
Depois do olhar ameaçador, se eu ou a minha irmã não atendíamos, um breve assovio do velho Giba deixava claro que o próximo ato seria um castigo. Quando era piá, isso significava que minhas jornadas de futebol no potreiro perto de casa eram suspensas de pronto. Já na adolescência, a proibição envolvia veto por tempo indeterminado para ir ao cinema ou participar da reunião dançante, o ápice dos divertimentos dos sábados à noite.
Hoje assistimos a uma crise na educação dos filhos. Quem tem filhos sabe que se trata de um exercício diário e cansativo, repetitivo e que exige paciência. Muitos pais, depois de uma cansativa jornada de trabalho, se entregam ao descanso no sofá, zapeando pelas redes sociais. Lembro das noites em que indagava os filhos sobre o cotidiano na escola, meu esforço em decorar o nome dos amigos e colegas e as eternas cobranças das tarefas do dia.
Até os últimos dias de vida, meus pais foram tratados por mim com “senhor” e “senhora”, hoje impensável. Aprendi a dar “bom dia”, me despedir dos presentes em qualquer ambiente e esperar minha vez de falar quando havia visitas em casa.
Como escrevi no início, muitos hábitos hoje não se justificam, mas espanta a omissão na educação da gurizada, o desrespeito com os mais velhos e professores. Valores como respeito, hierarquia e humildade estão são considerados ultrapassados. “Parecer” tem muito mais valor que “ser”. Não tem jeito. A ostentação, turbinada pelas redes sociais, sepultou valores e princípios que nortearam várias gerações.


Deputado Federal Luciano Zucco (PL-RS) -Janja e a fome
Janja continua agindo como se fosse o Chefe de Estado brasileiro, e vai representar o Brasil no exterior como se não tivéssemos uma Constituição. O roteiro agora é pela Itália, onde a primeira-dama pretende discutir a fome no mundo. Chega a ser irônico: gasta em hotéis de luxo e come nos melhores restaurantes, tudo de forma sigilosa. Quantas crianças poderiam