qua, 30 de abril de 2025

Variedades Digital | 26 e 27.04.25

Não se exporta imposto: o erro de taxar o agro e a necessidade de agregar valor

A proposta de taxação das exportações do agronegócio brasileiro é um equívoco que ameaça a competitividade do setor e compromete uma das maiores fontes de riqueza do país. Não se exporta imposto, e reduzir ainda mais a rentabilidade dos produtores significa desestimular investimentos, enfraquecer a produção e colocar em risco nossa participação no comércio global. Esse modelo já foi adotado em outros países, como a Argentina, e os resultados foram desastrosos.

O caso argentino é um alerta. Durante anos, o país vizinho impôs tarifas sobre as exportações agrícolas acreditando que isso garantiria alimentos mais baratos e aumentaria a arrecadação. O efeito foi o oposto: a produção caiu, os investimentos foram reduzidos, a arrecadação despencou e o setor agropecuário, um dos pilares da economia argentina, foi duramente impactado. Se o Brasil seguir esse caminho, perderá mercados estratégicos, verá a produção retrair e abrirá espaço para concorrentes, como os Estados Unidos.

Além disso, a medida não resolveria o problema fiscal. O governo pode até arrecadar mais no curto prazo, mas a queda da produção e dos investimentos reduziria a arrecadação no longo prazo. O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento que estimule a industrialização e a agregação de valor à produção agropecuária, garantindo que o país não seja apenas um exportador de commodities, mas também de produtos processados.

Hoje, exportamos soja em grão e importamos farelo e óleo. Mandamos algodão para fora e compramos tecidos e roupas. O mesmo ocorre com o café, muitas vezes processado e embalado no exterior antes de ser revendido ao Brasil por um preço mais alto. Falta estímulo para que essas etapas ocorram internamente. Em vez de criar barreiras para a exportação, o governo deveria melhorar a infraestrutura, reduzir a burocracia e ampliar os acordos comerciais para fortalecer a indústria nacional.

A taxação das exportações agrícolas não fortalece a economia, apenas enfraquece o setor produtivo. O Brasil precisa estimular a agregação de valor, garantindo crescimento sustentável e mantendo sua posição de destaque no comércio global.

Jerônimo Goergen – Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra)

Francisca Harden

No coração da segurança pública, uma mãe que inspira e protege dentro e fora de casa

Judicialização da política é alvo de crítica: “O STF tem sido provocado por partidos que instrumentalizam a Justiça”, diz líder da oposição

Em coletiva concedida após a reunião de líderes da Câmara dos Deputados, o líder da oposição, deputado federal Zucco (PL-RS), reforçou a crítica sobre a crescente judicialização da política brasileira, destacando a preocupação com o uso recorrente do Supremo Tribunal Federal (STF) como instância de pressão política por parte de partidos. “É contraditório reclamar da atuação do STF, quando são