Jornal A Plateia

Frigorífico Helfrig Agro Viva Global Foods começa manutenção e anuncia início das operações em Livramento para 2026

Quem passa pela antiga planta frigorífica da Cooperativa Santanense no bairro São Paulo, em Sant’Ana do Livramento, já pode perceber a movimentação de carros e caminhões entrando e saindo, bem como equipes de manutenção trabalhando no interior da estrutura. É verdade que há muito o que se fazer, pois a planta frigorífica está desativada desde 2001 quando encerrou as suas atividades. No mês de setembro, o Grupo Helfrig Agroviva Global Foods anunciou a compra da área para investir no mercado de exportação de carne de qualidade .

Na última quinta-feira (31), a reportagem do Jornal A Plateia esteve no local e pôde fazer uma visita às instalações e conversar de forma exclusiva com o gerente operacional em Livramento, Jorge Furtado, e com o CEO da empresa e especialista em mercado internacional Rodrigo Rocha.  O ativo imobiliário-industrial conta com uma área construída de 19.586 m², onde estão instaladas as áreas de câmaras frigoríficas de resfriamento, desossas, antecâmaras e somando um embarque, além de 7.350 m² de currais e bretes.

Segundo o gerente operacional, Jorge Furtado, o trabalho de manutenção iniciou pela recuperação do prédio da administração onde serão instalados os escritórios. A estrutura, localizada na área central do frigorífico, está recebendo troca de madeiramento e pintura. “Estamos começando o trabalho de manutenção por essa parte para organizarmos os escritórios e toda a parte de administração. A próxima etapa será a parte de engenharia, com uma empresa que tem expertise de construção de 37 frigoríficos  na América Latina, e mais 47 reformas. Inclusive o engenheiro responsável pela reforma é filho do construtor dessa planta frigorífica aqui em Sant’Ana do Livramento. O projeto de recuperação prevê de 18 a 24 meses de trabalho. “Nós teremos aqui, talvez, uma das plantas frigoríficas mais importantes da América Latina que será restaurada. Nós somos questionados, que o valor que será investido aqui daria para construir uma planta nova. Mas o que nós queremos é valorizar essa história de uma das regiões mais importantes do mundo na questão de produção de carne, e que hoje é o centro de criação das principais raças europeias de valor agregado”. 

Segundo Jorge Furtado, o grupo já iniciou conversas com o Ministério dos Transportes do Uruguai, solicitando a reativação do terminal de cargas de Rivera a Montevideo para auxiliar na questão logística e de exportação.Para se ter uma ideia, o frigorífico está estrategicamente localizado a 2 km do posto aduaneiro de fronteira Brasil-Uruguai face o Mercosul. A distância aproximada do porto de Montevideo (ROU) é de 500 km; do porto de Rio Grande, 400 km; e das fronteiras com a Argentina e Uruguai (Paso de Los Libres), 220 km. “Nós já começamos as conversas com o governo uruguaio solicitando a reativação de linha férrea que liga Rivera até o porto de Montevideo. Hoje, existem duas empresas que possuem a concessão no Uruguai, uma que leva passageiros de Rivera a Paso de Los Toros que não transporta carga. E outra, de Paso de Los Toros até Montevideo e não transporta passageiros”.

Segundo o CEO Rodrigo Rocha, em instalações e obras, a construção civil propriamente dita, serão investidos em torno de 12 a 15 milhões de reais. Já na parte de equipamentos, instalações elétricas e funcionamento da parte industrial estima-se um investimento em torno de 20 milhões. “Nós estamos trabalhando com esses valores. E o principal, é o mercado e os investidores que nós temos. Nós vamos ter aqui dentro do frigorífico um grande diferencial que será uma escola de açougueiros que irão aprender cortes nobres. Será a maior escola deste tipo no mundo que será construída onde fica a antiga área de produção de charque. Nós estamos projetando o lançamento da nossa marca de carne com franquias posteriormente, e parcerias com todos aqueles empresários que queiram ter uma carne de primeira linha”, disse. 

Ainda segundo o CEO da empresa: “No chão de fábrica trabalharão, no mínimo, 260 pessoas. Nas áreas comercial e administrativa, aproximadamente 30 profissionais. As demais atividades da cadeia produtiva também incorporarão muita gente, especialmente na logística”, esclarece Rodrigo Rocha, cujas projeções indicam que o “frigorífico de Livramento movimenta cerca de 500 bois por dia. Um caminhão truck leva cerca de 26 animais, uma carreta 32, e a julieta 45. Portanto, a média de entra e sai diário será de 25 caminhões de carga viva e cerca de 6 caminhões levando contêineres refrigerados,” complementa o Executivo do HELFRIG AGROVIVA GLOBAL FOODS.