Buenas!
Acabou a pressão olímpica, acabaram as cobranças por medalhas, acabou a expectativa das disputas, acabou a pressão de acordar e conferir os resultados e a programação no celular, acabou a pressão de torcer feito um doido, como se estivesse competindo…
Vocês ficaram assim nestas duas últimas semanas? Tiveram taquicardia? Ainda bem que tenho o remedinho da pressão, não fosse ele, não sei não! Foi muita pressão para eles, mas para quem tá aqui no sofá, com o controle remoto na mão, também.
Não sei vocês, mas o que assisti ficará decalcado na minha memória esportiva. Apesar do televisionamento dos jogos ser quase normal desde os idos da olimpíadas de Los Angeles, em 1984, esta estava em todos os lugares, inclusive nos celulares.
Foram partidas inesquecíveis, como as do vôlei, tanto o de quadra quanto o de areia, em que as meninas nos representaram, levando o bronze na quadra e o ouro na areia. A pressão era tanta, que teve até bate boca no jogo da areia.
A nossa melhor jogadora, Ana Patrícia, de 1,94m de altura, estava intimidada pelos bloqueios da canadense de tranças. Elas discutem na rede, dedo na cara e tudo! Tensão no ar, juiz apartando, quase vias de fato, quando o DJ lascou um Imagine, do John Lennon. Arrancou sorrisos das jogadoras de ambas as equipes ao coro da plateia: “imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz”.
Ponto para o DJ, medalha de ouro para nossas meninas, 28 anos depois da última medalha feminina na areia! O desejo de vitória de ambas as equipes transmutou-se em harmonia e abraços ao findar da partida. O mesmo espírito olímpico que vimos entre a Rebeca e a Simone. Apesar da pressão que a americana sentia por ter desistido em Tóquio 2020, ela teve a leveza e a superioridade de se abaixar junto com a colega e fazer reverência à “rainha”, como ela mesma chamou Rebeca.
A foto foi comentada e compartilhada mundo afora por gente do quilate de Viola Davis e Michelle Obama, duas mulheres negras e representativas reverenciando a beleza e a simpatia das atletas negras, todas vencedoras no pódio de Paris, nos lares e celulares mundo afora.
Como já foi dito e redito, a vida em geral é saber lidar com a pressão. O futebol feminino mostrou isso também, meninas que chegaram desacreditadas em Paris, rumaram até a final junto com Martha, em sua sexta olimpíada! E levaram a prata! Que vitória, apesar da derrota para as americanas.
Aliás, este é um sentimento difuso para os brasileiros. Esquecem que, para chegar a prata ou ao bronze olímpico, o atleta superou muitos adversários, sofreu muita pressão! E, só por estar ali, disputando com os melhores do mundo, seja no badminton, seja na luta greco-romana, já venceu na vida.
Falando em luta, esta olimpíada foi marcada por diversos recordes, dentre eles, o “gigante da ferradura”. Com 1,98m e 130 kg, o lutador cubano Mijain Lopez ganhou seu quinto ouro olímpico na mesma prova, superando lendas como Phelps ou Carl Lewis, que “só” tem quatro ouros.
Chamou a atenção coletiva, não só o saltador com “duas varas”, comentado aos quatro ventos das redes sociais, mas também o sueco Armand Duplantis, de 24 anos. Após deixar seus concorrentes plantados nos 5,95m, quebrou o recorde olímpico, que era 6,03m, conquistado pelo brasileiro Thiago Moura. O guri, não satisfeito, subiu a barra para 6,25m para espanto geral do estádio lotado e do mundo, superando o recorde mundial, que já era dele.
Foram tantas as imagens perpetuadas nestas olimpíadas de Paris, que só podia ser encerrada com um festa espetacular, teatral, musical, festiva, belíssima. E, como sempre, ganhou uma pitada da próxima.
Tom Cruise, no frescor de seus 62 anos de idade, desceu do telhado do estádio pendurado por uma corda, pegou a bandeira olímpica e a levou, de moto esportiva, pelas ruas de Paris, até um avião. Não satisfeito, pulou de paraquedas com ela para aterrissar na sede dos novos jogos olímpicos, Los Angeles 2028.
44 anos depois que o brasileiro Joaquim Cruz ganhou a prova dos 800m do recordista mundial Sebastian Coe e quebrou o recorde olímpico, os jogos voltarão para a capital mundial da magia cinematográfica. Mas nem com todos os efeitos especiais de Hollywood vão superar os jogos de Paris! Mesmo assim, torço para que tentem, quem ganhará seremos nós, a galera do sofá e do controle remoto!
Depois de passar pela capital cultural do mundo, Paris, a chama olímpica voltará a brilhar na américa do norte, país que forja atletas a partir da pré-escola. Que eles sirvam de exemplo para dirigentes políticos e esportivos, fazendo com que os esportes sejam rotina na vida dos jovens estudantes brasileiros.
Espero que nós, reles tupiniquins esportivos, tenhamos aprendido também com os dedicados atletas brasileiros, não só com os poucos que ganharam suas medalhas, com aqueles que trouxeram muita experiência em suas bagagens.
Eles precisam de apoio não só nas duas semanas que duram o maior evento esportivo do mundo, eles precisam de suporte e patrocínio durante toda a carreira esportiva. Assim, quem sabe, a pressão, que sempre haverá, seja mais leve para eles e, também, para nós aqui, do sofá.
Se foi tenso agora, imagine daqui a 4 anos! Até lá, vou fazendo meu check up médico rotineiro, minha pressão arterial precisa acatar em dia. Vou até agendar um preventivo um mês antes dos jogos de Los Angeles 2028! Até lá!
MILHÕES E RECONSTRUÇÃO
Gilberto Jasper _*Jornalista/[email protected]* O Ministério da Reconstrução, criado no embalo das consequências da maior enchente da história do Rio Grande do Sul, está com os dias contados. Em breve, o titular da pasta, Paulo Pimenta, voltará para Brasília, onde comanda a Secretaria de Comunicação, segmento que deveria ter um ministério próprio, mas isto é outro assunto. Se dependesse disso, o