Em entrevista, na manhã desta quarta-feira (29), a secretária de Educação, Elis Duarte, relatou que as chuvas estão causando sérios problemas para o acesso dos alunos às escolas rurais. Segundo a secretária, a situação vem se deteriorando, afetando diretamente a rotina de 19 escolas do campo, das quais apenas quatro têm transporte funcionando normalmente.
Elis Duarte explicou que a secretaria de Educação tem uma espécie de sistema de emergência em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Assuntos Agrários. Quando um trajeto se torna intransitável, as escolas ou os pais enviam fotos e indicam o trajeto afetado, e o secretário Edu Bajute Gutebier coordena uma equipe para arrumar o local. No entanto, as últimas chuvas foram tão intensas que muitos dos reparos feitos foram desfeitos, deixando várias rotas novamente intransitáveis.
Ela citou como exemplo a Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim de Abreu Fialho, onde uma ponte importante fica submersa após chuvas intensas, tornando perigosa a passagem dos alunos.
A secretária destacou que Livramento é o segundo maior município em extensão territorial do estado, o que agrava a situação. “Temos escolas até 80 km do perímetro urbano. A realidade das escolas do campo é desafiadora”, afirmou Elis.
Devido a essas dificuldades, a secretária enviou um documento ao prefeito em exercício, relatando a situação e solicitando medidas de emergência. Ela também mencionou que um pedido foi enviado ao Conselho Municipal de Educação para a flexibilização do calendário escolar. A proposta é desobrigar o cumprimento dos 200 dias letivos anuais, permitindo que as horas de aula sejam complementadas com atividades não presenciais quando os alunos não conseguirem chegar à escola. “Estamos aguardando uma orientação do Conselho, enquanto elaboramos um plano de ação para garantir que os alunos não sejam prejudicados em seu desenvolvimento”, explicou a secretária.
A situação é particularmente crítica para os alunos do 9º ano, que precisam terminar o ano letivo a tempo para se matricularem no ensino médio no perímetro urbano. “2024 não era para ter nenhum sábado letivo, mas agora, mesmo se contarmos todos os sábados do ano, não conseguiremos recuperar esses dias letivos. Não queremos que as crianças tenham aulas em janeiro”, concluiu Duarte.