seg, 17 de junho de 2024

Variedades Digital | 15 e 16.06.24

Três clássicos instantâneos chegando ao mesmo tempo?

Os Titãs estavam certos… às vezes parece que tudo parace querer acontecer ao mesmo tempo. Foi o que aconteceu no final de março, quando os três melhores filmes de 2023 chegaram ao mesmo streaming com diferença de sete dias.
Começando pela grande unanimidade de público e crítica de 2023, Oppenheimer. Foi algo raro: um filme sério e adulto ocupando as principais posições de bilheteria e ao mesmo tempo os espaços de debates nos jornais ‘sérios’. Conta a história do próprio, que coordenou o projeto que resultou na Bomba Atômica, e sua saga posterior, quando ele se tornou um pacifista. Acabou sendo a consagração do diretor Christopher Nolan, que queria filmar essa história a anos e finalmente teve a oportunidade. Fez um filme majestoso, lento (ou parado demais, como querem alguns espectadores), aonde o estilo didático dele serviu muito bem à história… tem quase duzentos personagens com fala, pelo menos uns 20 que precisaram ser ‘explicados’ (quem eram, o que estavam fazendo, qual sua função naquele xadrez), acabou funcionando no ‘estilo’ de Nolan. Também foi beneficiado por ótimas interpretações, contrastando o estilo mais calado do irlandês Cillian Murphy (nosso velho conhecido de Peaky Blinders, e ‘estrela’ de Nolan desde que fez o papel do Espantalho em Batman Begins) com o norte americano Robert Downwy Jr, que não cala a boca e acaba sendo o antagonista da última hora de projeção.
‘Oppenheimer’ acabou sendo um dos Oscars mais previsíveis dos últimos anos… a Academia vinha de uma sequência de prêmios para filmes independentes e/ou pouco vistos, o que culminou ano passado em ‘Tudo em todo lugar ao mesmo tempo’: dois diretores com menos de 30 anos, que começaram a sua carreira no Youtube e contam uma história sobre multiversos. Foi a sensação independente do ano… que por falta de concorrência acabou levando todos os prêmios. Ficou claro que no próximo ano ganharia algo mais clássico. Havia a dúvida se seria Oppenheimer ou o novo filme de Martins Scorcese, o ótimo Assassino da Rua das Flores. O imenso sucesso comercial de Nolan acabou levando o prêmio.
Junto chegou ‘Anatomia de uma Queda’, da francesa Justine Triet. Lida com um julgamento de assassinato, se uma esposa matou ou não o seu marido mas de modo pós moderno, aonde o que aconteceu é quase secundário, afinal o verdadeiro julgamento não acontece no tribunal, e sim na mídia… como dizem os políticos de Brasília, o que vale não é o fato, e sim a narrativa, a versão… tal premissa acabou levando o Oscar de roteiro original do ano, e de forma merecida, pois caso o roteiro desse alguma patinada o filme desabaria. Trata-se de uma das grandes obras dos últimos anos, e prenunciou o que teria sido a melhor disputa na premiação, entre ‘Anatomia…’ e o filme britânico (falado em alemão) ‘Zona de Interesse’ pelo prêmio de filme em língua estrangeira… mas no fim uma disputa entre a diretora e a Academia Francesa de cinema, que indica o filme do país para o prêmio, tirou o filme da disputa…
Com isso, ‘Zona de Interesse’ foi o Oscar mais previsível do ano. Era impossível não levar pelo menos o prêmio de filme em língua estrangeira (ganhou também melhor som). É uma das experiências mais aterrorizantes do ano… acompanha o cotidiano de um casal, ele administrador e ela dona de casa, em seu cotidiano… até aí tudo bem, mas o marido era o administrador do campo de concentração de Auschwitz… não é mostrada uma cena de violência, mas tudo vai se tornando cada vez mais angustiante, afinal o trabalho dele é ‘sentido’ através de gritos e silêncios… ótimo filme, mas pode se tornar uma experiência angustiante.
PS1: Amazon Prime, estamos fazendo propaganda de graça pra vocês. Caso queiram agradecer por favor entrem em contato com o Comercial de A Plateia.
PS2: Este artigo está pronto a duas semanas… mas quando isso aconteceu começaram os incidentes com as enchentes que tanto nos foram duros, resultando em um atraso na sua publicação, já que não parecia adequado publicar algo tão, vamos usar esse termo, fantasioso, naquele momento que todos só queríamos saber do que estava acontecendo em nosso estado. Que a arte nos ajude a superar momentos difíceis como esse, semana que vem retomo a coluna com um artigo sobre os dois Godzillas que estiveram ocupando as nossas telas nos últimos meses.

 

 

Carlos Thomaz PL Albornoz

thalbornoz@gmail.com

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